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NETVASCO - 26/11/2008 - QUA - 03:13 - Mauro Galvão e Euller relembram Mercosul 2000 e comentam momento atual

As declarações do presidente Roberto Dinamite dando conta de que esgotou todos os esforços na luta para livrar o Vasco do iminente rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro denotam o estado de tensão que vivem hoje jogadores, dirigentes, torcida e simpatizantes do clube. A fragilidade da equipe e a combinação de resultados em favor do time de São Januário nessa reta final da competição suscitam conclusões nada otimistas. Mesmo à distância, craques do passado acompanham o sofrimento. Implicitamente, não acreditam na reação. No máximo, prometem engrossar o coro pela permanência do clube no grupo de elite.

A séria ameaça de queda, segundo o ex-zagueiro e capitão Mauro Galvão, é reflexo de falhas recentes de administração. Em outras palavras, ele insinua que o clube vem pedindo para ser rebaixado não é de hoje.

– Na história recente, o clube não ganha nada faz tempo. Infelizmente, o Vasco vem se arrastando nessa situação de brigar para não ser rebaixado há anos. Uma hora vai cair – analisa Galvão, hoje comentarista esportivo.

Brigas políticas e elenco limitado são motivos, este ano, para a equipe agonizar nas últimas colocações. Como jogador, Galvão defendeu as cores do clube entre 1997 e 2001. Ganhou, entre outros títulos importantes, a Copa Mercosul-2000, na inesquecível virada (4 a 3) sobre o Palmeiras, em pleno Palestra Itália. Depois de estar perdendo por 3 a 0 no primeiro tempo e ter Júnior Baiano expulso, o Vasco voltou com outra atitude para o segundo tempo e venceu a partida.

O feito de oito anos atrás cria no torcedor a sensação de novas causas impossíveis. Mas, se de fato for esta a esperança nos dois jogos que faltam (Coritiba, fora de casa, e Vitória, em São Januário), é bom os vascaínos se darem conta do atual grupo. Para Mauro Galvão, é um erro comparar o drama atual com aquela conquista, pois o time de hoje, tecnicamente, é limitado.

– Sabe o que o Joel (Santana, técnico em 2000) disse para a gente no intervalo? Nada! O que houve entre nós foi uma discussão interna sobre posicionamento na marcação e voltamos dispostos a mudar o resultado – recorda o ex-zagueiro, ressaltando a força do elenco na ocasião. – Na verdade, era para o Vasco ter vencido no Rio e em São Paulo (vencera em casa por 2 a 0 e perdeu por 1 a 0 no jogo de volta) e nem deveria fazer o terceiro jogo, pois éramos melhores do que eles. Então nós entramos mordidos, querendo provar que merecíamos o título. Este ano, não vejo o Vasco com elenco tão forte assim – completou Galvão.

O atacante Euller também estava em campo naquela inesquecível noite de 20 de dezembro. O Filho do Vento, como ficou conhecido nos tempos de Atlético-MG, endossa as palavras do ex-zagueiro. Reconhece que a situação é delicada, mas apela para os jogadores não perderem a esperança. Embora também admita que os elencos de hoje e de ontem são incompatíveis, pede que o grupo faça o impossível para vencer esses dois jogos.

– Contra o Palmeiras, nós subimos o vestiário olhando olho no olho de cada um e vimos o quanto queríamos mudar aquele quadro. Este ano deve acontecer o mesmo. Os jogadores devem se cobrar e acreditar sempre, porque mesmo com o placar adverso dentro da partida, eles devem, com calma, pensar que podem empatar e até virar – observou Euller, prometendo ir a São Januário no jogo contra o Vitória, caso o time não caia neste domingo, em Curitiba.

Fonte: Jornal do Brasil

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