NETVASCO - 22/11/2008 - SÁB - 09:42 - Edmundo fala do seu amor pelo Rio de Janeiro e pelo Vasco
Edmundo não esconde de ninguém o seu amor pelo Rio de Janeiro. Durante toda a sua carreira profissional, que começou no Vasco no fim de 91, o jogador deixou a cidade e voltou mais de uma vez. Ele foi para São Paulo, Florença, Tóquio, mas a sua paixão pela Cidade Maravilhosa e pelo clube da Colina sempre falaram mais alto.
Em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, Edmundo fez uma revelação curiosa de como surgiu a sua paixão pelo Rio de Janeiro. De acordo com o jogador, as novelas que ele acompanhava direto de Niterói, quando criança, o ajudaram a ficar fascinado pelas belezas da cidade.
- Tem “n” coisas que me fizeram ser apaixonado pelo Rio de Janeiro. Eu nasci em Niterói, no Fonseca, e sempre fui muito ligado em programas de televisão. Não sei quando, não sei a data, mas um belo dia eu vi a praia de Ipanema, o Renato Gaúcho, o Eder, a boate Estúdio C, que é ali no Othon, e me apaixonei pela cidade. Alguns dias eu assisti às novelas e isso sempre me seduziu. Nunca soube responder bem isso aos meus pais, mas eu sempre dizia que um dia eu chegaria lá, que um dia eu iria para lá. Não sabia como, nem de que maneira. E esse dia chegou e eu fui bem recebido, querido e admirado – conta o jogador.
E o sonho de garoto de Edmundo se tornou realidade. Hoje, ele mora em um belíssimo apartamento em São Conrado, de frente para a praia, e curte os dias de folga com os amigos na praia. Tudo aquilo que o menino oriundo do Fonseca sempre desejou.
- Em todos os lugares que eu sonhei, isso parece uma metáfora, mas não é. Tudo que eu idealizava, sonhava, imaginava, aconteceu de forma positiva. Sempre pude morar bem, comer bem, freqüentar os melhores lugares e isso tudo proporcionado pelo futebol. Eu sempre fui muito grato a isso – agradece o camisa 10 vascaíno.
Em 1998, Edmundo foi negociado com o futebol europeu e trocou o Vasco pela Fiorentina. Logo que chegou ao clube de Florença, na Itália, ele se destacou com gols e ganhou o carinho dos torcedores e do principal ídolo da equipe, o argentino Gabriel Batistuta. Porém, a saudade do Rio de Janeiro o fez se desentender com a diretoria e com alguns companheiros e ele retornou ao Brasil, à cidade pela qual é apaixonado.
Após idas e vindas no Vasco, Edmundo acabou se transferindo para o Japão e ficou dois anos até ver a torcida cruzmaltina clamando por sua volta. Ele conta como se comoveu e se viu convencido para retornar ao Rio de Janeiro.
- Estou lá no Japão, ganhando a maior fortuna por mês, e ligo a televisão, na Globo, ao vivo, e vejo a torcida do Vasco. Jogava Vasco e sei lá quem, e vi a torcida gritando o meu nome. Quem tem coração, quem tem sangue, o primeiro pensamento é o de voltar. Algumas vezes foi possível, outras não. Algumas vezes eu fui convidado, outras eu forcei uma barra. É mais ou menos por aí, não tem muita explicação, demagogia, sentimento a gente não explica. Aí chega aqui, 15 dias depois, dá uma cagada aqui, outra ali. E você pensa: “o que eu fiz?” Mas já fez, agora é encarar. Às vezes, a gente mais consegue remediar do que prevenir – diz o jogador.
O anúncio oficial do término de sua carreira no fim deste ano, pelo menos em terras brasileiras, é o indício de que Edmundo não vai deixar mais o Rio de Janeiro. Ele até admite atuar em uma grande cidade do exterior, mas somente por uma proposta irrecusável. Fora, isso, a gravidez da namorada Clarissa Ivalski também pode deixar o Animal mais caseiro e com menos vontade de atuar fora do Brasil.
- Em um primeiro momento, eu vou descansar, curtir a minha família, os meus filhos – avisa Edmundo.