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NETVASCO - 12/11/2008 - QUA - 14:48 - Renato Gaúcho confirma, em entrevista, que vem recebendo propostas Renato Gaúcho recuperou no Vasco a auto-estima perdida após a perda do título da Libertadores pelo Fluminense. Em pouco tempo de trabalho conseguiu mexer com os brios de um grupo apático e inseguro e colocar a náu, de novo, na rota das vitórias. Uma jornada que não tem sido nada fácil. Que o diga sua mulher, Maristela, que tem administrado, fora de campo, os dias de maior nervosismo do técnico vascaíno.
Há quase dois meses no comando no Vasco, Renato falou sobre o seu trabalho nesta entrevista exclusiva ao JB. Mais maduro, mas não menos irreverente, ele garante que aprendeu com as derrotas do passado e que, faltando apenas quatro rodadas para o fim do Brasileiro, o Vasco não será rebaixado.
O Vasco está invicto há quatro jogos e aos poucos está saindo da zona de rebaixamento. Qual é o segredo?
O segredo é trabalho. O grupo precisa confiar no trabalho que faz e acreditar. Tenho trabalhado com muita seriedade e honestidade em busca do que é melhor para o clube. E, quando você trabalha bastante, os resultados aparecem.
Vencer o Atlético-MG nesta quarta-feira é estratégico nesta corrida contra o descenso?
O mais importante de tudo é a gente continuar trabalhando, buscando os resultados sem depender de ninguém. No momento em que se começa a depender dos outros, a coisa fica preta. Temos que fazer o nosso trabalho, buscar um resultado positivo contra o Atlético, apesar de sabermos que é difícil. Mas se conseguirmos uma vitória no Mineirão você pode ter certeza de que estaremos 80% no caminho para escapar.
Você já disse que o Vasco tem tirado o seu sono. O que tem feito para tentar relaxar nos dias mais tensos?
Dou um mergulho na praia, jogo meu futevôlei, curto a minha família. Fazer algumas coisas fora disso é difícil por causa do assédio. Passo o maior tempo em casa. E relaxo mais assim.
A sua mulher, Maristela, tem tido a paciência necessária nesses dias tensos do Vasco?
Ela tem entendido. Às vezes até levanto um pouco a voz com ela, mas ela entende até pela situação, por causa do estresse. Mas ela tem me ajudado bastante. Faz a comida que eu gosto, sempre prepara uma massa e salada, que são os meus pratos preferidos, e procura sempre me dar muito carinho. E reza bastante, acende velas. Ela participa e está sempre presente.
Você sempre beija a santinha antes e depois das entrevistas em São Januário. A sua fé tem ajudado?
Isso é muito pessoal. Sou católico e rezo bastante. Mas algumas coisas são muito minhas. Faço o sinal da cruz na entrada do campo e na saída, rezo no vestiário e levo a minha santinha comigo. Nada de anormal, mas é uma rotina que tenho.
Você foi bombardeado por críticas após a perda da Libertadores pelo Fluminense. Impedir o Vasco de ser rebaixado é uma forma de provar o seu valor?
Não preciso provar nada para ninguém. Confio na força do meu trabalho. Perdemos a Libertadores nos pênaltis. Vou fazer o quê? Muita gente achava que a gente não ia passar nem da primeira fase. No futebol você não pode ganhar tudo! Você tem que saber perder também. E às vezes você demonstra a sua grandeza nas derrotas. Ninguém gosta de perder, mas fazer o quê? Se ninguém perdesse não teríamos perdedores, só vencedores. O trabalho foi maravilhoso, mas não deu para ganhar. Mas eu não preciso dar resposta para ninguém. Pelo contrário. Meu trabalho está aí para ser criticado, elogiado, depende de cada um.
Qual o aprendizado da experiência tricolor você trouxe para o Vasco?
Você aprende não só nas derrotas, mas nas vitórias também. Todo dia a gente está aprendendo alguma coisa. Em uma final de Libertadores você aprende bastante. Mas são coisas que eu prefiro guardar só para mim porque às vezes você fala certas coisas em público e as pessoas te interpretam de uma forma diferente. Mas você pode ter certeza de que eu aprendi, mas esse aprendizado vai ficar comigo.
Você foi assediado por Flamengo e Grêmio?
Fico feliz por estar recebendo propostas. Tenho um acordo verbal com a diretoria do Vasco até o dia 7 de dezembro. E não penso em outra coisa a não ser livrar o Vasco do rebaixamento. Eu sou um profissional e não tenho nem tempo para pensar em propostas no momento.
Seu próximo objetivo é chegar à Seleção?
Eu nunca escondi de ninguém que o meu objetivo é chegar um dia à Seleção. Isso é um sonho. Eu tinha 18 anos e sonhava em chegar à Seleção Brasileira e no ano seguinte consegui. Respeito qualquer treinador e todos trabalham para chegar lá. Alguns já tiveram chances e outros terão ainda, porque então eu não posso me incluir nessa? Lógico que eu trabalho para isso e se um dia acontecer será ótimo!
Qual o recado que você mandaria para a torcida?
Parabéns, de coração, pelo belo espetáculo que ela vem dando e pela força que vem passando. A torcida tem que continuar assim. Ela sabe que é o nosso 12º jogador e é importante a força dela. Principalmente num momento desses. Ela tem que continuar passando confiança aos jogadores. E nós vamos procura atingir o nosso objetivo que é livrar o Vasco.
O Vasco não cai?
Claro que o Vasco não vai cair. Sempre falei isso desde que cheguei aqui e vamos trabalhar para isso.
Fonte: Jornal do Brasil
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