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NETVASCO - 09/11/2008 - DOM - 15:59 - Ao contrário de São Januário, sedes de rivais estão caindo aos pedaçosQuando a zaga está uma bagunça, o meio acumula poeira por falta de uso e o ataque é só uma peça decorativa, os técnicos dizem que é preciso arrumar a casa. Mas ao serem escolhidos no voto para o papel de síndicos, com a tarefa de pôr ordem no recinto, os dirigentes de Flamengo e Fluminense são os primeiros a puxar o tapete dos sócios ao deixarem as sedes, na Gávea e nas Laranjeiras, em péssimo estado de conservação.
Em cômodos opostos da tabela, Flamengo e Fluminense andam juntos no corredor do abandono. Vítima de projetos megalomaníacos ao longo dos anos, a Gávea tem graves problemas que necessitam mais do que uma demão de tinta. A inacabada cobertura do parque aquático enferrujou, as piscinas têm vazamentos e o ginásio tem buracos no teto e fios desencapados pelo chão.
Ao lado do campo de treino, onde Ronaldo dá voltas em busca da forma ideal, entulhos foram o que sobraram de um sonho para melhorar a imagem do clube. No terreno deserto, restou ainda o desenho do projeto do estádio para 22 mil pessoas e do centro de convivência, desconhecido para a maioria dos sócios.
— Alguma coisa nós vamos recuperar. Hoje, temos gastos mensais de R$ 15 mil a R$ 20 mil com manutenção básica. O que vai custar caro é a reforma da piscina, com troca de piso e reforço estrutural. Em janeiro, saberemos se vamos poder pagar — disse Luiz Paulo Segond, vice-presidente do Fla-Gávea.
Enquanto a reforma da piscina pode ir por água abaixo, a reestruturação do departamento de futebol, que abrange as arquibancadas rachadas e cabines de rádio com infiltrações, já naufragou.
— Isto ficará para depois, porque tem mais custo e burocracia, que depende da aprovação dos governos Municipal e Estadual. A idéia é ter um estádio para treino e jogos de juniores, mas nem temos o valor — afirmou Segond.
A burocracia externa não é a única que engessa as obras.
Rachado por fora, o prédio da sede também esconde uma divisão interna. A poucos passos do escritório do presidente Márcio Braga, um enorme espaço abandonado, deserto e sujo, aguarda a resolução do impasse do clube com a Nike.
— Ali será a loja da Olympikus.
No outro extremo, teremos o museu do Flamengo. A Olympikus vai pagar as duas, algo em torno de R$ 8 milhões.
— Mas temos que esperar e respeitar a liminar da Nike, que nos obriga a usar seu material — explicou Segond.
No ano em que fez de tudo, mas fracassou ao tentar alcançar a sua maior conquista, o Fluminense tratou com pouco caso as glórias do passado.
Na acanhada sala de troféus das Laranjeiras, a água insiste em pingar nas taças. Pela parede infiltrada, o líquido escorre até o chão de carpete, de onde sobe o cheiro de mofo.
— A sala é muito apertada para o número de troféus e alguns deles estão avariados.
Uma museóloga disse que devemos esvaziar e, por isso, os da natação e do tênis serão retirados para uma vitrine fora dali. Os mais importantes, como Teresa Herrera e campeonatos Cariocas e Brasileiros, ficarão — disse Ricardo Rezende, vice-presidente de patrimônio do Fluminense.
Apesar de ter reajustado o valor do título de proprietário este ano de R$ 2 mil para R$ 3,1 mil, e a mensalidade de R$ 85 para R$ 95, o dirigente diz que não há dinheiro para reformas.
O clube ainda cobra até R$ 4,5 mil pelo aluguel para festas do salão nobre, que tem rachaduras na parede, tinta descascando e janelas em péssimo estado. No campo, holofotes de iluminação estão quebrados e as arquibancadas, sujas e malconservadas.
— A Lei Pelé transferiu os recursos para os empresários. Estamos pobres. Temos pedaços de jogador, nossa principal fonte de renda — declarou.
Rezende reclama do Governo Federal, mas vai ao Ministério da Cultura buscar dinheiro.
Através do incentivo da Lei Rouanet, pretende captar recursos para reformar a sede, como fez o Botafogo, que, assim como o Vasco, em São Januário, mantém General Severiano em boas condições.
— A reforma custou cerca de R$ 3 milhões, financiados pela Lei Rouanet. As obras respeitaram critérios de restauração, por a sede ser tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Contratamos artesões e recuperamos as cerâmicas portuguesas. Eu cresci ali dentro e era difícil ver o estado em que se encontrava — disse o presidente do Botafogo, Bebeto de Freitas.
Fonte: O Globo
Nota da NETVASCO: Confira, abaixo, algumas fotos de São Januário, para comparação (fotos do Site oficial do Vasco).
Sala de Troféus do Vasco
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