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NETVASCO - 30/10/2008 - QUI - 01:24 - Diretor da CBF e major da PM falam sobre veto a clássicos em São Januário A celeuma envolvendo o local do clássico entre Botafogo e Flamengo, no dia 9 de novembro, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, trouxe à tona um assunto esquecido: o mando de campo do Vasco em clássicos.
No dia 2 de junho, o então presidente Eurico Miranda afirmou que o Vasco aguardava o aval da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), transferindo os clássicos contra Botafogo e Fluminense, do Maracanã para São Januário, quando o Gigante da Colina tivesse o mando de campo.
A aprovação da entidade dependia da Polícia Militar. Eurico se reuniu no mesmo dia com a PM e o diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio da Costa Neto, e disse, entre outros: "Não tenho dúvida que vamos ter a aprovação por parte da PM"
No dia 1º de julho, Roberto Dinamite assumiu a presidência e afirmou que todos os clássicos seriam disputados no Maracanã. Vasco 3x3 Fluminense, válido pela 14ª rodada, no dia 23 de julho, e Vasco 1x1 Botafogo, pela 22ª, no dia 24 de agosto, foram realizados no Maior do Mundo.
Nesta quarta-feira, Virgílio disse que o Engenhão tem "condições técnicas de receber qualquer jogo", e foi além.
"Não concorremos, vamos assim dizer, com a Polícia Militar, em termos de assunto de segurança. Toda vez que temos alguma variável envolvendo essa questão, nos posicionamos com a Polícia Militar", disse ao jornalista José Carlos Araújo, da Rádio Globo.
Segurança externa ou interna:
"Fala-se em segurança pública do jogo. Aí a Polícia Militar entende, e não pode ser diferente, que vale o invólucro todo. É dentro e fora. Ela entende. Até ela não questiona as questões de segurança interna do estádio, pelas reuniões que tive".
GEPE dar conta da segurança interna:
"Aí vale já colocar que não é uma matéria do GEPE. É uma matéria do Estado Maior da Polícia Militar".
"Só para entender o caso de forma compacta, o Eurico ainda era o presidente do Vasco e cogitou que o Vasco fizesse jogos no seu estádio - os clássicos cariocas, com exceção do Flamengo. Como esse assunto já rolava em anos anteriores, resolvi fazer melhor. Marquei uma reunião com o Comando da Polícia Militar, o Estado Maior, lá no quartel, no Centro da cidade. Convidei o Eurico e tivemos uma reunião. Veja há quanto tempo tem isso. O Eurico expôs as suas razões. Do ponto de vista técnico, ele tem razão - tinha razão, porque era o presidente na época. Ele entendia que o Vasco deixava de usar o seu campo, como mando de campo, em clássicos cariocas, jogando em campo neutro. Coloquei para ele 'Do ponto de vista técnico, olhando dentro do estádio, não temos problemas. Agora, eu respeito a posição da Polícia Militar'. Essas reuniões ocorreram. A Polícia Militar mandou uma comissão verificar e relatou uma posição, de alguma forma esperada, que considerando o invólucro, a Polícia Militar não recomendava os jogos. Só que nesta resposta - é por isso que estou chegando lá, tão longe, para ver que esse assunto é antigo... - a Polícia Militar mencionava - aparentemente nada tinha a ver com a consulta, mas tinha - o impedimento da Polícia Militar, que todos os clássicos cariocas tinham que ser no Maracanã".
"Quando veio a resposta do Estado Maior, daquela consulta então do Vasco, lá em início de maio, veio também dizendo que era para ter todos no Maracanã. Diante disso, me assustei, porque digo 'O Engenhão está programado para os jogos do Campeonato Brasileiro'. E até já tinha tido o Botafogo x Vasco".
"Quando veio aquela resposta da Polícia Militar, achei estranho. Eu não tinha perguntado sobre o Engenhão e veio o Engenhão. Aí me posicionei de maneira específica, pedindo à Polícia Militar que ratificasse, confirmasse que é esse mesmo o entendimento, o Engenhão está fora. E veio a confirmação, o Engenhão fora. Mesmo assim, mais adiante teve o Botafogo x Fluminense. Foi o jogo no Engenhão. A Polícia Militar deu como excepcional, abriu como uma exceção no tratamento. Diante disto, fiquei na expectativa que também pudesse haver a exceção para o jogo Botafogo x Flamengo. Vamos assim chamar, a exceção. E tal não ocorreu. Posicionei - esse que é o detalhe. Em todos esses périplos, todo esse histórico, o Botafogo de Futebol e Regatas foi extremamente respeitado. Foi posicionado, todas as posições foram passadas para o Botafogo, inclusive por escrito - outras verbais e telefônicas. Então não foi uma surpresa. O Botafogo já sabia que a qualquer momento sairia uma programação para o Maracanã, a menos que viesse outra correspondência da Polícia Militar, dizendo que ainda excepcionalmente e tal aceitaria o jogo no Engenhão. Tal não ocorreu. Mas ontem [anteontem] entendi que não deveria ficar esperando chegar o dia D. Entrei em contato com o Estado Maior pedindo uma confirmação, para que não houvesse uma expectativa vã e falsa. E veio a confirmação, então ontem mesmo publiquei. Este é um histórico que me parece muito claro".
João Jaques Busnello, major do GEPE (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios), comenta, no lugar do coronel Antonio Carlos Soares David, chefe do Estado Maior da PM.
"A Polícia Militar tem a missão de segurança pública. Ela tem que segurar em fazer a segurança de todos os componentes daquele espetáculo - torcida visitante, adversária, criança, jovem, idoso, profissionais que vão, todos que vão. Para um maior conforto e uma maior segurança, considerando que o clássico atual entre Flamengo e Botafogo, que estão disputando a ponta do campeonato, vai ter uma intensidade muito grande; considerando que o Engenhão é um estádio novo, uma localização nova para o torcedor; considerando que já se tem o hábito e a cultura do Maracanã, para uma garantia... o conforto e a segurança, optou-se para orientar que o jogo seja realizado no Maracanã".
Busnello é questionado sobre a realização de clássicos no Parque Antártica (Palmeiras) e na Vila Belmiro (Santos).
"A Polícia Militar de São Paulo trabalha com a cultura de São Paulo. A Polícia Militar do Rio de Janeiro trabalha com a cultura do Rio de Janeiro. A peculiaridade do Rio de Janeiro é totalmente diferente de São Paulo. O comportamento de torcidas é totalmente diferente. A Polícia Militar é integrada a essas torcidas de forma totalmente diferente. O nosso diálogo com torcidas é diferente, a nossa composição de serviço é diferente. O Engenhão iniciou o seu campeonato nacional e o Estadual esse ano. O torcedor não tem a cultura de ir ao Engenhão ainda. Isso vai gerar com o tempo, assim como aconteceu com o Maracanã. A polícia, com o seu policiamento, planejamento e a sua organização, que já está pronta aqui no Maracanã, optou por isso por quê? Um exemplo. O torcedor do Flamengo é acostumado. O Flamengo concentra no Belini e o visitante na UERJ. O cara, cidadão já sai de casa totalmente direcionado para aquele local. Você já tem uma linha de segurança traçada desde a casa do cidadão, enquanto que no Engenhão você vai ter que pegar transportes diferentes e alternativas para chegar até lá".
"O torcedor está freqüentando o Engenhão com muita assiduidade. O que quer dizer é que os grandes clássicos, as grandes concentrações de público ainda não estão prontas, acostumadas a ir ao Engenhão. Isso vai acontecer naturalmente esse ano, no ano que vem. Você começa a gerar. Ele é inserido no nosso calendário. Para o momento que tem um clássico, em que tem duas equipes disputando ponta e tem um acirramento de torcidas, o que se faz? Você se previne, volta um pouco, faz uma prevenção e faz um clássico em paz e tranqüilo. É uma questão de senso, bom senso, tranqüilidade e profissionalismo".
O comentarista Luiz Mendes resumiu em uma palavra a justificativa do Major: "esdrúxula".
Botafogo 1x1 Vasco, pela 3ª rodada da competição, no dia 25 de maio, e Botafogo 1x1 Fluminense, pela 27ª, no dia 28 de setembro, foram disputados no Engenhão.
Fonte: VascoExpresso
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