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NETVASCO - 29/10/2008 - QUA - 09:37 - Remo: Fabiana Beltrame critica técnico da Seleção e pede estrangeiro

Se tornar popular, atrair investimentos e começar a faturar medalhas em competições internacionais. Esse é o sonho de boa parte dos remadores brasileiros. E, para transformar a realidade do esporte que já foi extremamente prestigiado na primeira metade do século passado, atletas e treinadores querem que a modalidade "copie" a ginástica olímpica e traga um "Oleg Ostapenko" para comandar o remo no país.

A ginástica artística brasileira nunca gozou de tamanho prestígio até o treinador ucraniano desembarcar no país guiar uma equipe recheada de estrelas à final olímpica através de um caminho repleto de medalhas em torneios de nível mundial. Para remadores como Fabiana Beltrame e Anderson Nocetti, conhecido como Macarrão, que disputaram os Jogos de Pequim, a contratação de um treinador internacional para comandar a seleção é fundamental para que a modalidade volte a crescer e repita os desempenhos do passado, como quando foi quarto colocado em Paris-1924 com os irmãos Eduardo e Carlos Castelo no skiff duplo.

"Atualmente, vivemos uma disparidade entre o que trabalhamos em nosso clube e o que é treinado na seleção. Ficamos no clube a maior parte do tempo e, quando nos apresentamos à seleção, rompemos o treino que estamos seguindo para trabalhar algo completamente diferente", afirmou Fabiana Beltrame, do Vasco da Gama.

Para Macarrão, a falta de unidade no formato de treinamento é resultado da falta de credibilidade do trabalho desenvolvido pelo técnico da seleção Rodnei Jr, filho do presidente da Confederação Brasileira de Remo.

"Ele [Rodnei Jr] está lá porque é filho do cara (sic). Não é porque é bom. O ideal seria termos um treinador de alto nível, com muita experiência fora do país, para chegar aqui e, além de ensinar os novos técnicos, aprimorar nossa técnica de trabalho. Fazer exatamente como o Oleg fez com a Daiane na ginástica. A Daiane já estava aqui antes de ele chegar. Mas foi quando ele chegou que a Daiane foi lapidada e começou a fez brilhar", disse o remador do União.

A presença de um treinador estrangeiro no comando da seleção também agrada os treinadores nacionais. "Os bons técnicos brasileiros estão todos em um mesmo nível. Por isso, penso que ter alguém de fora do país trazendo conhecimento faria não apenas os atletas evoluírem, mas os próprios técnicos também", disse o comandante do União, clube do Rio Grande do Sul, José Ricardo, conhecido como Piá.

Precisamos de uma mesma metodologia. Casar o trabalho da seleção com o trabalho dos clubes. Uma seleção permanente pode ser uma solução também. Mas os critérios para a escolha dessa equipe é que precisam ser claros. Tanto de remadores quanto de treinadores", afirmou Fernando Melo, treinador do Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo.

Contratar um técnico internacional para tentar fazer uma modalidade esportiva crescer no Brasil não é exclusividade da ginástica. Recentemente, por exemplo, a seleção de basquete acertou com o espanhol Moncho Monsalve para tentar conquistar uma vaga nos Jogos Olímpicos de Pequim. Não funcionou.

"Para o cargo, brasileiros gostariam de ter um técnico francês. Apesar de o país não ser o mais tradicional centro estrangeiro da modalidade, o estilo de remo longo agrada os remadores nacionais. "Acho que pode ser um treinador da França, porque acredito que o jeito deles remarem pode casar muito bem com o nosso. Mas tem que ser alguém para vir e ficar. Não adianta chegar aqui para passar uns dias com a seleção e promover uma clínica, como já foi feito", disse Fabiana Beltrame.

Macarrão concorda: "Tem que trazer alguém que venha e tenha toda a liberdade para trabalhar. A questão é essa: 'ele vai ter liberdade para trabalhar do jeito que quiser?'. O método francês é interessante. E é muito importante termos uma unidade de treino".

Remadores responsabilizam técnico da seleção por fracasso em Pequim

O 14º lugar de Anderson Nocetti, o Macarrão, no skiff simples foi o melhor resultado do remo brasileiro nos Jogos Olímpicos de Pequim. O remador ficou uma posição abaixo da conquistada em Atenas-04 e acredita que poderia ter conseguido um desempenho melhor caso a preparação para o torneio fosse mais bem elaborada.

Para se preparar para os Jogos chineses, a seleção brasileira realizou 20 dias de treinamento no Pico das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. O objetivo do trabalho era induzir os atletas a uma espécie de "doping natural" por conta da altitude do local de treinamento - mais de dois mil metros acima do nível do mar. Para Macarrão, porém, o esquema foi um fiasco.

"Esse programa não surtiu efeito nenhum. Talvez se tivesse sido feito com alguma antecedência, não sei... Mas perdíamos mais tempo com a locomoção entre o local em que estávamos hospedados e a raia do que com os treinos em si. O que houve foi uma grande quebra em nosso programa de trabalho. Sem dúvida isso prejudicou os brasileiros", afirmou Macarrão.

Macarrão também disparou contra o treinador da seleção brasileira, Rodnei Jr, filho do atual presidente da Confederação Brasileira de Remo. "Foi culpa dele [Rodnei Jr]. Ele que bolou essa programação. Agora, a culpa também foi minha, que aceitei participar daquilo tudo", completou o remador.

Fabiana Beltrame, que disputou os Jogos na mesma categoria de Macarrão e acabou em 19º lugar, reforçou as críticas: "A gente só treinou para a Olimpíada esse ano. E não foi um grande trabalho. Meu sonho era disputar uma final A. Mas, com o trabalho que desenvolvemos hoje, isso nunca passará de um sonho".

Procurado pela reportagem do UOL Esporte, Rodnei Jr. rebateu as críticas dos atletas e disse que eles fazem parte de um grupo político interessado em assumir o comando da CBR.

"Eles estão envolvidos neste movimento de oposição que vai disputar as próximas eleições. É engraçado eles falarem isso agora que as Olimpíadas acabaram. Ignoram que também têm deficiências técnicas. O Macarrão, por exemplo, só está remando até hoje na seleção por causa de dinheiro", disparou Rodnei Jr.

Fonte: UOL (texto), VipComm (foto)

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