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NETVASCO - 05/12/2007 - 07:34 - Confira mais detalhes sobre o doping de Romário

Acostumado a vencer desafios e careca de fazer gols — este ano chegou ao milésimo e recebeu homenagens no mundo inteiro —, Romário, a menos de dois meses de fazer 42 anos, dia 29 de janeiro, e ainda decidido a disputar pelo Vasco o Estadual de 2008, sofreu um duro golpe. Ontem, às 19h05, o Baixinho se apressou em convocar uma coletiva, em São Januário, para explicar por que foi flagrado no antidoping pela comissão da CBF, por uso de finasterida — a punição, pelo artigo 244 do CBJD, vai de 120 a 540 dias. O jogador já está suspenso, preventivamente

A substância foi encontrada na urina do jogador, colhida após o jogo Vasco 2 x 2 Palmeiras, dia 28 de outubro, em São Januário. Romário entrou em campo, aos 22 minutos do segundo tempo, no lugar do lateral Guilherme.

A finasterida faz parte do remédio Propecia, um tônico capilar, de ingestão oral, que previne a queda de cabelo e era usado pelo atacante. Romário pode pegar uma suspensão de até 160 dias, conforme o zagueiro Marcão, do Internacional, que recorreu, cumpriu 65 dias e pagou o restante em cestas básicas.

Romário, que fez questão de levar uma caixa do remédio para a coletiva, não vai pedir a contraprova, alegando que ela acusará a mesma substância. Embora incomodado com o caso, mas irreverente, ironizando a própria careca, ele não acredita que o problema interromperá a carreira, que ele somente pretende encerrar no fim do Estadual do ano que vem.

COLETIVA — “É uma coisa atípica, mas sempre encarei de frente os problemas. Por isso, quis me antecipar. O Vasco recebeu esse comunicado da CBF, hoje (ontem), e queria ser o primeiro a falar do caso antes de a imprensa tomar conhecimento.”

TÔNICO CAPILAR — “Já tomo esse remédio há bastante tempo, não sei precisar quanto. Mas se tivesse caído no exame outras vezes, já teria acusado. Li sobre o remédio e soube através de uns carecas amigos meus que era bom e passei a usar. Se ainda tenho um pouco de cabelo é graças a ele (risos).”

FINASTERIDA — “Não sabia que essa substância constava na relação de doping da CBF. Pelo jeito, vou ter de parar com o remédio e somente voltar a usá-lo depois de encerrar a carreira, para não ficar totalmente careca.”

O DOPING — “Fiquei surpreso, porque há muito tempo uso esse remédio. Por isso me apressei em explicar toda a situação.”

PUNIÇÃO — “Se isso é doping, só se for doping paraguaio, em que ao invés do cara correr pra frente, corre pra trás (risos). Porque tenho corrido menos e feito poucos gols. Espero e torço para não ser punido, porque todo mundo sabe da minha conduta. Nunca precisei me dopar para fazer meus gols.”

CARREIRA — “Tenho 41 anos, vou fazer 42, em janeiro, e não consigo mais ficar dois, três meses sem jogar. Espero que antes de entrar em recesso, o STJD faça uma sessão extraordinária para resolver essa situação, até levando em consideração a minha história, meus pais, meus filhos e porque quero realizar esse projeto de jogar o Estadual.”

CONTRAPROVA — “Quando me submeti ao exame, informei aos médicos que estava usando o remédio, Por isso, não vou pedir a contraprova porque, com certeza, ela vai acusar a mesma substância. Os médicos do Vasco também sabiam que eu usava esse tônico capilar. O clube, inclusive, já emitiu um documento, encaminhado à CBF, anunciando que não pedirei o exame e me dando total apoio.”

O CASO — “Embora não considere essa substância dopante, porque se trata de um tônico capilar, nem saber quando ela passou a ser para a CBF, é chato para o jogador. Mas estou tranqüilo, apenas com dois problemas: que o STJD entenda o caso e ter que ver meu cabelo voltar a cair. Mas nada vai me atrapalhar.”

CASO MARCÃO — “Não lembro se o Marcão tinha cabelo ou não. Só sei que se não usasse esse remédio eu teria bem menos (risos).”

FINAL DE ANO — “Nada vai sempre tudo bem. Outro dia, estava pensando: fiz o milésimo gol este ano, tive uma temporada legal dentro e fora de campo. Aí, vem essa p... (risos).”

PLANOS — “Vou aproveitar os dois jogos que o Vasco disputará no início de janeiro, em Dubai (Torneio de Dubai) como preparação para disputar o Estadual e, depois, encerrar a carreira.”

PIADA — “Pode até dar esse remédio para o Paulo Reis (vice jurídico do Vasco, que tem notável careca e estava presente à coletiva). Mas ele só não vai poder mijar, senão complica (risos).”

A FINASTERIDA

Finasterida, comercializada com o nome de Propecia, é um comprimido inibidor da dihidrotestosterona por todo o corpo, com aprovação pelo FDA (órgão americano que regula a aprovação de medicamentos). A finasterida é consumida oralmente, no tratamento da calvície e contra a queda de cabelo. A finasterida (Propecia) é eficiente apenas enquanto é ingerida; o cabelo recuperado ou mantido é perdido em 6/12 meses depois de parar a terapia. Em estudos clínicos, a finasterida, assim como o minoxidil — usado também no combate à queda de cabelo —, tem demonstrado funcionar tanto na área da ‘coroa’ quanto na ‘linha de entrada’ dos cabelos, porém tem mais sucesso na ‘coroa’. Como contra-indicação, os médicos dizem que a finasterida pode causar disfunção erétil.

PARREIRA O DEFENDE

A notícia de que Romário foi pego no exame antidoping repercutiu ontem mesmo no Footecon, fórum internacional de futebol. E um dos primeiros a defender o veterano atacante do Vasco foi o técnico da seleção da África do Sul, Carlos Alberto Parreira. O ex-treinador do Brasil acredita que o acontecido foi motivado por um puro acidente.

“O Romário não tinha nenhuma necessidade de fazer isso, ainda mais neste ponto de sua carreira. Ele não mancharia uma linda trajetória internacional. Tenho certeza de que foi um acidente, um lamentável acidente”, declarou Parreira, que comandou o Baixinho, hoje com 41 anos, na conquista do tetracampeonato brasileiro na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.

Para defender Romário, Parreira ainda lembrou o caso que aconteceu com o ex-goleiro Zetti, hoje também treinador, em 1993. À época, o jogador tomou um chá de coca, em La Paz, na véspera de um jogo das Eliminatórias, e também foi flagrado no exame antidoping, a exemplo de um boliviano.

“Esse tipo de coisa aconteceu uma vez com o Zetti, que tomou um chá de coca, lá na Bolívia, e foi pego no antidoping. Todos sabíamos da conduta do Zetti, sabíamos que era um terrível engano engano”, finalizou o atual treinador da seleção sul-africana, lembrando que, posteriormente, o brasileiro e o boliviano foram absolvidos.

Fonte: O Dia Online


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