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NETVASCO - 24/10/2007 - 02:27 - Romário deu bronca em Amaral e Wagner Diniz durante o treino

- P..., Amaral! A bola já voltou e você fica aí parado, olhando a cobrança do Andrade?

Eis a primeira bronca de Romário como técnico, na estréia de sua nova função, ontem, no coletivo por ele comandado. Ainda assim, Amaral estará em campo hoje, às 21h45, em São Januário, no jogo de volta contra o América, do México. Partida que o Vasco precisa vencer por três gols de diferença para seguir na competição. Apesar da necessidade de gols, o técnico Romário usou o bom senso e não escalou o artilheiro Romário, há mais de quatro meses sem jogar. Ele fica como opção, no banco.

Está claro que Romário assumiu a função. De forma surpreendente, sacou da equipe o goleiro Sílvio Luiz, o zagueiro Vilson e o próprio Andrade, que vinha ganhando espaço com Celso Roth. Enílton também acabou barrado.

Não foi surpresa, porém, o atraso no começo das atividades. Quinze minutos depois do horário estabelecido, Romário surgiu em campo. Cumprimentou os vices médico e de futebol, Pedro Valente e José Luiz Moreira, antes de ater-se a uma conversa reservada com Rubens Júnior.

Mais tarde, por 14 minutos, Romário dialogou, no centro do gramado, com o presidente interino do clube, Eurico Miranda. Só então distribuiu os coletes. Não ficou com nenhum. Do lado de fora, junto à comissão técnica, observou o rendimento dos 22 em campo.

A certa hora, numa dividida, o lateral Wagner Diniz caiu no chão.

- Vamos, Wagner! Levanta logo, p... - reclamou o treinador.

Wagner saiu com torção de tornozelo. Hoje, o lateral será submetido a uma nova avaliação. Caso não jogue, Eduardo ocupará seu lugar.

Ao fim da primeira etapa do coletivo, 0 a 0 e nenhum chute a gol. Era a brecha para o técnico colocar o jogador Romário em campo. E no primeiro toque na bola, no minuto inicial do segundo tempo, o atacante Romário abriu o placar, consertando finalização de Perdigão. Imediatamente, uma chuva de aplausos tomou conta das arquibancadas. Foi o primeiro gol do velho artilheiro como técnico. Conca faria 2 a 0.

Ao fim do treino, pênaltis. O argentino marcou os três que cobrou. Romário perdeu todos: o novo titular Cássio pegou dois e uma das batidas foi para fora.

No mais, ficou evidente que o craque entende de futebol. E, quem diria, não gosta de marasmo. Leandro Bonfim virou titular, assim como Cássio e o zagueiro Luizão. Alan Kardec nem acreditou ter deixado o treinador fora da equipe.

- Joga na área! - gritou Romário para Guilherme, que tentava furar a retranca do time reserva por baixo.

Como não teve êxito com o puxão de orelhas, o treinador tirou o jovem e colocou Rubens Júnior. O lateral cruzou para o gol de Conca e ganhou a vaga.

Romário, não. Estará no banco. Talvez para ouvir gritos de burro, caso não o mande se aquecer logo. Ou ser ovacionado pela torcida, caso entre e resolva.

Engana-se quem pensou que, com a chegada de Romário ao comando técnico do Vasco, a irreverência falaria mais alto em São Januário. Na realidade, mais uma vez ninguém fala no clube. Ontem, o técnico deixou o campo sem vontade alguma de receber os jornalistas e o máximo de esforço que fez, após as atividades, foi anunciar, via assessoria de imprensa, a escalação do time que enfrenta o América do México.

Nem os jogadores, que nas últimas semanas voltaram a se pronunciar publicamente, foram autorizados a extravasar suas opiniões. Ainda assim, o clima estava mais ameno na tarde de ontem. Dezenas de meninos gritavam por Romário para cima e para baixo nas arquibancadas. Como o ídolo não foi prestigiar os meninos, eles se contentaram em pegar autógrafos e tirar fotos com o volante Perdigão.

De acordo com a assessoria do clube, a lei da mordaça voltou por comum acordo entre o presidente interino da instituição, Eurico Miranda, e o próprio Romário. Afinal, a crise está solta. A cinco pontos da zona do rebaixamento no Brasileiro, caso o time não passe pelo América hoje, pela Copa Sul-Americana, o caldeirão deve ferver em São Januário.

E quem pode ajudar no incêndio é o bom goleiro mexicano Ochoa. Destaque de sua seleção na última Copa América, o jogador, de 22 anos, concorre ao prêmio Bola de Ouro da revista France Football.

- Acompanhei o Romário durante a Copa do Mundo de 1994 - disse, recordando que, à época, tinha nove anos de idade. - Morava em Guadalajara e lembro que ele foi decisivo para a conquista.

Ochoa não mede palavras na hora de elogiar o maior artilheiro do mundo em atividade.

- O Romário tem o respeito e a admiração de todos. É um grande jogador. Mas precisamos ter cuidado com toda a equipe do Vasco, que já mostrou ser boa.

Para o goleiro, os 2 a 0 obtidos pelo América no Estádio Azteca não consumam a classificação precoce de sua equipe.

- Claro que estamos tranqüilos, mas sabemos que será uma partida complicada - expôs Ochoa. - Conseguimos uma boa vantagem em casa e resta-nos, agora, administrá-la.

Fonte: Jornal do Brasil


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