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NETVASCO - 06/06/2007 - 12:05 - Drama e estigma são obstáculos de Abedi no Vasco Ele tem 28 anos, mas ainda sonha com a oportunidade para se firmar em uma equipe grande. Há duas temporadas no Vasco, o meio-campista Abedi vive uma situação curiosa. Destaque do time quando entrou durante as partidas, foi cavando espaço e deixou de participar de apenas três duelos em 2007. Contudo, o jogador ainda não disputou 90 minutos de nenhuma rodada do Campeonato Brasileiro - entrou no decorrer da estréia cruzmaltina e foi substituído nos outros três confrontos. Além da batalha diária por uma vaga entre os titulares do técnico Celso Roth, Abedi luta contra um drama vivido pelo seu filho Róbson, de apenas seis anos. Após vencer uma grave doença (leucemia), garoto perdeu os movimentos nas pernas e agora tenta voltar a andar. "É sempre complicado separar as coisas. Eu tento não pensar muito no drama do meu filho no ambiente de trabalho, pois se paro para pensar um segundo, eu acabo perdendo uma hora. Procuro sempre me concentrar bastante nos treinos para poder render da melhor maneira. Mas se eu preciso dar 50 voltas no campo, 40 são para ele, com certeza", revelou Abedi em entrevista exclusiva ao Pelé.Net. Um dos jogadores mais queridos pela torcida vascaína, Abedi já conquistou uma importante marca em São Januário. Com 119 jogos vestindo a camisa cruzmaltina, o jogador não esconde o orgulho de conseguir atingir uma identificação com o clube. "É muito difícil isso acontecer em pouco mais de dois anos de clube", frisou o jogador, que foi revelado pelo Campo Grande-RJ e já soma 13 equipes diferentes em seu currículo. O curioso é que Abedi disputou apenas parte da maioria dos jogos que tem pelo Vasco. Estigmatizado como uma arma para ser utilizada durante as partidas, o meio-campista não conseguiu repetir como titular as apresentações que teve quando começou no banco de reservas e tem dificuldade para se consolidar na equipe. Uma dificuldade, porém, que parece ser pequena diante de tudo que ele já passou. Abedi chegou ao Vasco após o Estadual do Rio de 2005, depois de ter realizado uma boa campanha pelo Friburguense. No entanto, o jogador só teve as suas primeiras oportunidades depois da chegada do técnico Renato Gaúcho, durante o Brasileiro daquele ano. Agora comandado por Celso Roth, o atleta sonha em conquistar de vez seu espaço no clube. E para isso, espera conquistar com a camisa cruzmaltina seu primeiro título no futebol brasileiro - as duas taças que ele ergueu na carreira foram no Campeonato Suíço, em 1998 e 1999, quando ele defendeu Sion e Basel (respectivamente). Logo após surgir no Campo Grande-RJ, em 1997, você teve uma passagem por alguns clubes da Suíça. Como foi essa vivência na Europa e o que isso acrescentou na sua vida profissional e pessoal? Cheguei à Suíça ainda muito novo e tive a oportunidade de aprender muitas coisas por lá. Estiveram comigo alguns outros jogadores, como o Assis e o Enilton, pessoas que me ajudaram na adaptação ao lugar. Eu fui obrigado a estudar para poder conseguir jogar e me comunicar com as pessoas. E profissionalmente foi muito positivo, pois me sagrei campeão atuando pelo Sion e pelo Basel. Nas passagens por Coritiba e Cruzeiro, você não conseguiu se firmar e não permaneceu por muito tempo. Faltou oportunidade ou você não soube aproveitar o momento para se destacar no cenário nacional? No Coritiba eu tive uma passagem muito rápida. Quando cheguei ao clube, o técnico era o Ivo Wortmann, que logo depois acabou se transferindo para o Cruzeiro e me levou junto com ele. No clube mineiro eu tive oportunidades e participei de vários jogos da equipe em 2001. Depois da saída do Ivo, chegou o treinador Marco Aurélio, que também me deu algumas chances no time. Infelizmente, o reconhecimento não veio na época e eu acabei saindo. O seu melhor momento no Vasco foi com o técnico Renato Gaúcho. O que você pôde aprender no convívio de quase dois anos que teve com ele? Você sentiu muito a saída dele do Vasco? Quando nós nos acostumamos com uma pessoa, acabamos sempre sentindo a saída dela. Com o Renato Gaúcho no comando do Vasco por quase dois anos, foram poucas as partidas em que eu fiquei fora da equipe. Um exemplo claro disso é que já tenho mais de 100 jogos com a camisa do Vasco, algo muito difícil de acontecer hoje em dia no futebol. E com ele eu vivi uma boa fase aqui em São Januário. Com o Celso Roth no comando do time você já começa a ganhar espaço na equipe principal. Você espera finalmente ter com ele uma seqüência entre os titulares para livrar-se da fama de jogador de segundo tempo? Ainda bem que chegou alguém para tentar me ajudar a tirar da cabeça das pessoas que sou um 12º jogador. O Celso Roth está me dando uma oportunidade no time titular e com isso está mostrando para quem me achava apenas um jogador de segundo tempo que eu tenho condições de começar as partidas. O problema do seu filho de alguma maneira atrapalha ou já atrapalhou o seu rendimento dentro de campo? Você o tem como mais um fator de motivação para se destacar e buscar um espaço no Vasco? É sempre complicado separar as coisas. Eu tento não pensar muito no drama do meu filho no ambiente de trabalho, pois se paro para pensar um segundo, eu acabo perdendo uma hora. Procuro sempre me concentrar bastante nos treinos para poder render da melhor maneira. Mas se eu preciso dar 50 voltas no campo, 40 são para ele, com certeza. Desde 2002 o Vasco contrata muitos jogadores de clubes pequenos do Rio. No entanto, poucos têm dado certo e você é quase uma exceção. Como conseguiu conquistar seu espaço em São Januário? Futebol é oportunidade. Quem trabalha corretamente e sabe aproveitar as chances que tem acaba conseguindo conquistar seu espaço. Passaram grandes jogadores por aqui, mas infelizmente não tiveram a mesma sorte que eu e eles estão fazendo um bom trabalho em outros clubes. Aos poucos, eu fui aproveitando as oportunidades e já estou há dois anos no Vasco. Qual a origem do seu apelido? Tem a ver com o ex-jogador Abedi Pelé? Quem o colocou? Quando eu ainda jogava pelo Campo Grande-RJ, o senhor Henrique, pai do Hugo [jogador do São Paulo], colocou esse apelido em mim por causa do jogador Abedi Pelé, que fazia muito sucesso na época *. Depois que eu saí de lá o apelido ficou e está até hoje. Campeão europeu pelo Olympique de Marselha em 1993, campeão africano em 1982 e melhor jogador do continente africano em 1991, 1992 e 1993, Abedi Pelé é considerado até hoje um dos maiores nomes da história do futebol de Gana. Entretanto, nunca conseguiu classificar seu país para uma Copa do Mundo - a primeira participação de Gana aconteceu em 2006. CONFIRA MAIS SOBRE ABEDI Nome: Robson Vicente Gonçalves Posição: Meia Nascimento: 14/04/1979 (28 anos) Local: Rio de Janeiro (RJ) Altura: 64kg Peso: 1,66m Títulos: Campeão Suíço em 1998 - Sion Campeão Suíço em 1999 - Basel Clubes: 1997 - Campo Grande-RJ 1998 a 1999 - Sion-SUÍÇA 1999 - Basel-SUÍÇA 2000 - Yverdon-SUÍÇA 2001 - Mogi-Mirim-SP 2001 - Coritiba-PR 2001 - Cruzeiro-MG 2002 - Santa Cruz-PE 2003 - Avaí-SC 2004 - Friburguense-RJ 2004 - América-RN 2005 - Friburguense-RJ 2005 a 2007 - Vasco-RJ Fonte: Pelé.Net |
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