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NETVASCO - 08/05/2007 - 04:00 - Natação: Ricardo de Moura lamenta falta de apoio dos governos

Sede dos Jogos Pan-Americanos, em julho, e berço da natação no país, o Rio não terá sequer um representante de seus clubes na seleção do Pan. Quem esteve mais perto da vaga foi Mariana Brochado, do Flamengo, mas ela fracassou nos 400m livre.

Embora possa se alegar que Mariana não teve sorte, a natação carioca está decadente. As promessas vêm-se transferindo para Pinheiros e Unisanta (SP) e Minas (MG). O panorama é bem diferente do Pan-1999 e das Olimpíadas de 2000. Vasco e Flamengo tinham estrelas como Gustavo Borges e Fernando Scherer.

Verdade que alguns dos 36 integrantes da seleção nasceram no Estado do Rio de Janeiro, como Thiago Pereira. Mas o fato de nenhum deles competir por clube do Rio expõe o momento de fragilidade da natação na terra do Pan.

A ex-nadadora Patrícia Amorim, vice de Esportes Olímpicos do Flamengo, lembra que em 2002 seu clube foi campeão brasileiro. Depois, a natação foi abandonada. Ela reconhece que o problema no Rio é de administração e de falta de prioridades:

— Os clubes do Rio priorizam o futebol. Não têm caixa específico para esportes olímpicos. Só quando surge um Diego Hypólito, na ginástica, os clubes investem. Se não há equipe principal, deve-se investir fortemente na base e estabelecer objetivos anuais.

Coordenador técnico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e do Vasco, Ricardo de Moura afirma que o Rio é a única cidade na qual os incentivadores dos esportes são os grandes clubes de futebol:

— Em 1999, o Rio foi a base no Pan. Quanto os clubes cariocas receberam (dos governos) para manter os projetos? Eles tentam sobreviver. O Vasco apresentou, há três anos, um projeto à prefeitura do Rio, para três mil crianças em escolinhas. Não houve resposta.

Segundo o vice de Esportes Aquáticos do Botafogo, Francisco Fonseca, clubes, confederações, Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e governos têm culpa na decadência esportiva do Rio. Argumenta que nem Pinheiros nem Minas são formadores de atletas, mas “compradores”. Tanto que o Pinheiros levou do Botafogo o nadador Armando Negreiros e o técnico Marcos Veiga.

— Nos Brasileiros Mirim e Infantil, o Fluminense ganha tudo, e o Botafogo vai bem. Estes e mais Flamengo, Vasco e Olaria formam atletas. Em 2000, o Vasco inflacionou o mercado. Hoje só Pinheiros, Minas e Unisanta podem gastar de R$ 100 mil a R$ 200 mil por mês, com salários irreais — reclama Fonseca.

Para ele, se nos Estados Unidos a base do esporte é a escola, no Brasil é diferente:

— No Brasil, sem clube não se faz esporte. Se os clubes morrerem, o esporte olímpico não sobreviverá.

O presidente da Federação Aquática do Rio de Janeiro (Farj), Marcos Firmino, recorda que, em 1999 e 2000 outros clubes acusaram Vasco e Flamengo de centralizar a natação. Mas isso ocorre hoje com Pinheiros e Minas. No pólo aquático e nado sincronizado, não profissionais, Fluminense e Flamengo ainda são fortes:

— Na natação, atletas cariocas de 15 anos já são convidados por Pinheiros, Minas e Unisanta. Viramos sardinhas, devoradas pelos tubarões. Temos de manter os talentos.

Fonte: O Globo

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