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NETVASCO - 18/12/2006 - 21:11 - MELHOR JOGADORA DE FUTEBOL DO MUNDO COMEÇOU NO VASCO

A meia-atacante brasileira Marta foi eleita pela Fifa a Melhor Jogadora do Mundo em 2006, nesta segunda-feira, subindo mais um degrau após a prata em 2005 e o bronze em 2004.

"Primeiro quero agradecer a Deus por tudo que consegui até agora, e aos meus familiares, às companheiras de clube e de seleção. Quero dizer que vou continuar trabalhando firme para voltar aqui mais vezes", disse Marta, chorando, após receber o prêmio.

Marta, de 20 anos, conquistou o prêmio pela primeira vez em sua terceira indicação consecutiva entre as três melhores do mundo. Em 2005, ela ficou com a segunda posição, sendo vencida apenas pela alemã Birgit Prinz.

A brasileira superou desta vez a norte-americana Kristine Lilly, de 35 anos, e a alemã Renate Lingor, 31, segunda e terceira colocadas, respectivamente.

Nesta temporada, Marta liderou o clube sueco Umea IK na campanha rumo à quarta final da Copa da Uefa, que será decidida contra o Arsenal, tendo marcado sete gols em sete partidas na competição.

Marta, que começou a jogar futebol aos sete anos, foi um dos destaques da seleção brasileira que conquistou a medalha de prata na Olimpíada de Atenas em 2004, um ano depois de ter sido campeã nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo.

Ela começou a se destacar no futebol mundial ao disputar o Mundial Feminino sub-19 em 2002, com apenas 16 anos. Nesse campeonato, ela marcou seis gols e terminou em terceiro na lista de artilheiras.

Um ano depois ela comandou a seleção brasileira até as quartas-de-final da Copa do Mundo dos Estados Unidos. Em março de 2004 Marta foi contratada pelo Umea.

Resumo da carreira de Marta

No pequeno município de Dois Riachos (AL), Marta começou no futebol da mesma maneira que milhões de brasileiros que têm o sonho de se tornar jogador nas peladas de rua, em campos de terra, só que no seu caso em uma condição especial. Era a única mulher entre muitos garotos e mesmo marmanjos. Jogava com o irmão e garotos, um amigo viu, gostou e a levou para o Rio de Janeiro. Marta iniciou a carreira no Vasco, em 2000, onde ficou até 2002. Andou por vários clubes do Brasil, sempre se destacando como artilheira, até chegar à Seleção Brasileira. Aos 20 anos, está no Umea da Suécia, onde em 2005 sagrou–se campeã nacional e foi a artilheira do torneio com 21 gols. Em 2005, Marta foi considerada pela Fifa a segunda melhor do mundo, atrás somente da alemã Birgit Prinz. Este ano, conquistou o SulAmericano Sub–19 no Chile, onde foi artilheira com 14 gols. E sonha com o dia em que poderá exercer sua profissão jogando no Brasil.

Marta fala sobre o início de sua carreira (2000)

Única representante de Alagoas nos Jogos de Atenas, jogadora sonha com o ouro, prêmio jamais alcançado no futebol feminino.

Grande heroína da estréia do Brasil no futebol feminino em Atenas, a meia alagoana Marta Vieira da Silva, autora do único gol da vitória da Seleção Brasileira sobre a Austrália, é hoje uma das personagens importantes do futebol feminino brasileiro. E pode fazer história nesses Jogos Olímpicos. Nascida em Dois Riachos, município com cerca de 12 mil habitantes, localizado a 186 km da capital Maceió, Marta veio de uma família simples e o gosto pelo futebol começou logo cedo, quando ela tinha sete anos de idade. “Bom, a minha história não é muito diferente da história das minhas companheiras.

Comecei a jogar bola aos sete anos, jogava futebol na rua com os meninos e meus primos, só eu de mulher”, recorda. Mas a família da jogadora, única representante de Alagoas nos Jogos Olímpicos em Atenas, não gostava muito da idéia de vê-la jogar bola. “Como sempre tem alguém na família que discorda do que a gente faz. E no meu caso, era meu irmão mais velho que pegava muito no meu pé. No entanto, estou aqui realizando meu sonho e pretendo seguir em frente”, avisa. E ela tem razão, pois, certamente, se não lutasse por seu objetivo, estaria desperdiçando o talento que tem nos gramados.

Marta conta que disputava campeonatos de futsal no colégio onde estudou até a 5ª série do Ensino Fundamental. “Joguei pelo colégio e, muitas vezes, no meio de homens, com apenas 12 e 13 anos de idade, no time que se chama até hoje CSA (em homenagem ao CSA, clube do Mutange), só que do município de Dois Riachos. Aos 14 anos, fui para o Rio de Janeiro, através de um amigo chamado Marcão, que trabalhava na AABB e sempre me via jogar”, revela. E foi justamente quando esse amigo de Marta resolveu voltar para o Rio de Janeiro que a convidou para fazer um teste no Vasco. “Não pensei duas vezes e falei que iria, sim. Treinei no máximo duas ou três vezes com eles, que gostaram muito de mim. Daí, passei a jogar no Vasco. Depois fui para o Campeonato Brasileiro Sub-19, em 2001, quando o time foi campeão e eu fui artilheira e revelação da competição”, recorda.

A partir daí começava a trajetória da menina alagoana que tantas vezes dizia à mãe, Tereza Vieira de Sá, que ia para o colégio, mas voltava para casa toda suja de terra, pois tinha ido jogar bola. “Meu desejo sempre foi jogar bola. Meu destino é esse”, afirma. Depois do Vasco, Marta, hoje com 18 anos, foi para a Seleção Brasileira Sub-19, em 2002, onde participou da Copa do Mundo, conquistando o 4o lugar. “Nesse ano eu ganhei a bola de prata. Poderia ter sido melhor, mas não deu e tudo bem”, observa. Daí por diante, ela foi para a Seleção Brasileira adulta, onde foi campeã sul-americana e depois foi para o Pan-americano, em Santo Domingo, conquistando o ouro.

“Hoje estou aqui (em Atenas), tentando um ouro jamais alcançado, mas todas nós estamos com muita esperança de conquistar essa medalha”, finaliza a jogadora que atualmente joga no Umea IK, clube da Suécia.

Perfil de Marta no Site da Fifa (em espanhol)

A los 20 años, la brasileña Marta sigue progresando y su juego no tiene techo. Aquí lo demuestra ante Argentina, durante el Sudamericano Sub-20 disputado en Viña del Mar en enero de 2005.

El recuerdo de los Juegos Olímpicos de Atenas 2004 continúa emocionando profundamente a Marta. Han transcurrido más de dos años desde que Brasil pugnara hasta caer derrotada por la mínima (1-2) en la prórroga de la final del Torneo Olímpico de Fútbol ante la selección de Estados Unidos. "La medalla de plata sigue siendo el éxito más importante de mi carrera hasta el día de hoy. Fue un momento histórico y, en Brasil, el pueblo incluso salió a la calle para celebrarlo", recuerda la chica prodigio.

La trayectoria de la joven de 20 años de edad parece de ensueño. A los siete, comenzó a jugar en su ciudad natal del norte del país, Dois Riachos, de unos 13,000 habitantes. "Estaba rodeada de niños y jugábamos en la calle", nos cuenta. La madre le permitía que diera patadas al balón con los chicos, aunque a sus hermanos no les hiciera mucha gracia.

De Dois Riachos a Umea

A la edad de 14 años, abandonó su población natal para empezar su carrera en Río de Janeiro con el Vasco da Gama y después en el Sao Martins. Marta destacó por primera vez en el Campeonato Mundial del Fútbol Femenino Sub-19 de la FIFA Canadá 2002 cuando apenas contaba 16 primaveras. En la posición clásica del dorsal 10 y con mucha iniciativa en ataque, anotó seis dianas a lo largo del torneo y quedó tercera en la clasificación de mejores goleadoras.

Un año más tarde, alcanzó los cuartos de final al frente de la selección absoluta en la Copa Mundial del Fútbol Femenino de la FIFA Estados Unidos 2003. En marzo de 2004, fichó por el Umea IF sueco, uno de los mejores clubes del fútbol femenino. En Umea se esperaba de ella que reemplazara a la lesionada Hanna Ljungberg. La brasileña supo cumplir su misión y ganó el Campeonato Femenino de la UEFA. A Marta le pareció muy lógico irse a Europa, ya que en Brasil no existe un campeonato de liga femenino, sólo competiciones regionales. "Allí no tenemos las mismas posibilidades de entrenarnos a diario", comenta Marta.

Después de un año 2004 sobresaliente, en 2005 siguió una racha similar. Anotó 21 tantos en 22 encuentros de la Damallsvenskan sueca y compartió el título de máxima goleadora con Therese Lundin, del Malmo FF. El Umea debe su último título, después de dos años sin conseguirlo, en gran parte a Ljunberg y a Marta.

En el Torneo Olímpico de Fútbol de Aenas 2004, Brasil sorprendió a todos llegando a la final, en gran parte por el brillante juego de la juvenil Marta, que tuvo su actuación consagratorioa ante México por los cuartos de final.

Esa gesta le reportó el segundo lugar, por detrás de Birgit Prinz, en la elección de la Jugadora Mundial de la FIFA 2005. Esta temporada, en la que ha causado sensación como formidable pareja de ataque de la ya totalmente recuperada Ljungberg, el trabajo de Marta ha sido decisivo para propulsar al Umea hasta su cuarta fase final del Campeonato Femenino de la UEFA.

En las semifinales de la competición, el infortunado Kolbotn IL fue incapaz de dar réplica a la velocidad y destreza de la brasileña, y sucumbió por una derrota apabullante de 11-1 en el marcador global. El Arsenal, que será el próximo rival del Umea en la final, se habrá percatado con inquietud de que cuatro de los goles que anotaron las suecas surgieron de la infalible zurda que posee la emblemática Marta.

Tales proezas explican la razón de que el Umea se aferre contra viento y marea a su principal baza, a pesar de las importantes ofertas por hacerse con la brasileña que ha recibido del Indiana, el equipo campeón de Estados Unidos. También dan una idea de por qué el club ha levantado una gran polvareda al impedir repetidamente que su estrella participara en el Campeonato Mundial del Fútbol Femenino Sub-20 de la FIFA Rusia 2006.

Marta ganó el Balón de Oro adidas en Tailandia, en la edición anterior del campeonato, y se proclamó máxima goleadora de la competición preliminar sudamericana en Chile con la impresionante cifra de 14 goles. La brasileña expresó su deseo de ayudar a su país a conseguir el título mundial, pero el club se mantuvo firme. "Los aficionados son los que más han sufrido", aseguró el seleccionador de Brasil, Jorge Barcelos, durante la competición. "Es como una Copa Mundial sin Ronaldinho o Zinedine Zidane. No es lo mismo".

"Una jugadora dominante"

En una entrevista que concedió a FIFA.com a principios de año, Mia Hamm (legendaria voz de la experiencia) señaló que esta joven de 20 años de edad y sólo 160 centímetros de estatura tiene todavía muchos años por delante y muchísimos grandes campeonatos por disputar: "Marta es una de las mejores futbolistas contra las que he jugado", comentó la estrella estadounidense. "Todavía le falta mucho por aprender, porque es muy joven, pero yo la pondría en mi equipo sin dudarlo. Sabe regatear, enfrentarse a la defensa rival y tiene un espíritu muy competitivo. Si no se lesiona, y con el apoyo adecuado, va a ser una jugadora dominante".

Cuando se le pregunta por la razón de que eligiera precisamente el fútbol, Marta admite: "No fue una decisión meditada, sino un deseo totalmente espontáneo". También le gustaba jugar al futsal y al balonmano, donde ocupaba la posición de guardameta. Marta tiene muy claro de dónde procede su magistral técnica: "Se la debo al futsal, jugué torneos con chicos".

En sus ratos libres, el fútbol sigue siendo uno de sus aficiones principales. Ni siquiera en la Playstation es fácil medirse con ella. También le gusta chatear con amigos de Brasil, salir de compras por Umea o tomar café con sus compañeras de equipo. Las aficiones típicas de una chica normal.

El mayor cumplido hasta ahora se lo ha dedicado Cristiane, su amiga y compañera de selección: "Soy una gran admiradora de la forma de jugar de Marta. Hace cosas increíbles con el balón. Admiro su juego y su éxito profesional, que le ha costado mucho sacrificio". Tal vez sus esfuerzos se vean recompensados con su primer título de Jugadora Mundial de la FIFA el 18 de diciembre.

Fonte: Reuters (texto), Tribuna de Alagoas (texto), Museu dos Esportes (texto), Site oficial da Fifa (texto), GloboEsporte.com (foto)

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