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NETVASCO - 08/12/2006 - 12:40 - Só Dudar sobrevive ao fracasso dos estrangeiros no Rio em 2006

No ano passado, os dois melhores jogadores do Campeonato Brasileiro foram estrangeiros (o argentino Tevez, do Corinthians, e o sérvio Petkovic, do Fluminense). Impulsionados por esse fato, os principais times cariocas começaram a temporada investindo pesado na presença de "gringos" em seus elencos. E curiosamente, o único que fechou 2006 em alta foi o zagueiro Emiliano Dudar, que chegou ao Vasco depois do "boom" de atletas não-brasileiros e sem a badalação dos antecessores.

Cercados de grande expectativa em virtude do rendimento da temporada passada, os estrangeiros começaram o ano como as principais apostas do futebol carioca. Entretanto, a expectativa não foi confirmada. Por dificuldades com o clima, com a língua, com o estilo de futebol ou simplesmente com fraco desempenho, paraguaios, chilenos, uruguaios e sérvios decepcionaram em 2006.

No meio dessa derrocada de estrangeiros, só Dudar se destacou. Quando ele esteve em campo, o Vasco venceu mais do que ganhou. Em oito partidas com o zagueiro, o time conseguiu quatro vitórias, dois empates e sofreu duas derrotas, sofrendo 11 gols. Buscando contar com o atleta por mais um ano, o clube praticamente renovou seu contrato.

O curioso é que o argentino não foi a primeira aposta estrangeira para a defesa vascaína. O time cruzmaltino começou a temporada com o chileno Vergara em seu elenco, mas o jogador nem chegou a atuar e foi liberado para voltar a seu país de origem.

Em fevereiro, o Vasco mais uma vez tentou investir em atletas do Chile. O meia Frank Lobos e o zagueiro Claudio Salinas chegaram ao clube após as inscrições para o Estadual e deixaram o time cerca de um mês depois, sem nunca terem entrado em campo.

Somente quando resolveu apostar em um argentino, porém, o time de São Januário teve sucesso. Sem qualquer badalação, o zagueiro Emiliano Dudar chegou ao clube em agosto para um período de testes, fazendo sua estréia apenas em outubro, quando se destacou na defesa vascaína e se firmou entre os titulares do treinador Renato Gaúcho.

"Eu acho que me adaptei bem ao futebol brasileiro. Estou muito contente por jogar em um clube da grandeza do Vasco e estou animado para a próxima temporada. Sei que ainda podemos fazer campanhas melhores que as deste ano e brigar por títulos", disse Dudar.

No curto período de estadia no Brasil, Dudar escolheu Ipanema como local para viver com a esposa Lorena. A explicação para isso, segundo o argentino de 24 anos, é a característica do bairro da Zona Sul: "A maioria dos jogadores mora na Barra da Tijuca, mas eu não gostei de lá porque é muito isolado e precisa de carro para fazer tudo. Prefiro o movimento e a facilidade de Ipanema, que é um lugar lindo".

Adaptado ao futebol brasileiro, Dudar só encontra uma grande dificuldade: assimilar os louros de sua fase positiva no Vasco. "A única coisa que eu sinto dificuldade aqui no Brasil é andar na rua e as pessoas ficarem gritando meu nome", confessou o zagueiro, que se mostrou avesso a badalações.

Enquanto o Vasco acertou com Dudar, o Botafogo foi o time de menor sucesso com as apostas estrangeiras. A negociação com o atacante Salgueiro, do Uruguai, nem saiu do papel. Já o meio-campo Jorge Artigas, argentino naturalizado uruguaio, chegou ao time em dezembro escondendo uma lesão e quase foi dispensado.

Depois de ser operado e se recuperar no clube, sem receber salários, Artigas foi reavaliado em abril e não permaneceu em General Severiano. Em julho acabou se transferindo para o Avaí, onde disputou a Série B do Brasileirão.

No Fluminense, a tentativa foi repetir a receita de sucesso da temporada anterior. Além de confiar no meia Petkovic, que não conseguiu render como em 2005, o clube também decepcionou com o zagueiro sérvio Djordjevic.

Outro sérvio que esteve nas Laranjeiras foi Tadic, goleiro que defendeu o Vasco em 2004. No entanto, seu papel real no clube não era usar a camisa 1 tricolor, mas ser assessor de Petkovic e tradutor de Djordjevic.

Polêmicas na Gávea

No Flamengo, os "gringos" se envolveram em muitas polêmicas. Tido como um dos heróis do time na fuga do rebaixamento em 2005, César Ramírez não falou a mesma língua que o técnico Ney Franco.

A "guerra" entre os dois teve como ponto alto a final da Copa do Brasil, em julho. Já no Maracanã, momentos antes do jogo contra o Vasco, o treinador decidiu cortar o jogador até do banco de reservas. E o paraguaio deixou o estádio sem sequer assistir ao jogo.

"Em certos momentos, eu acho que faltou paciência. Ser sacado até do banco de reservas na final da Copa do Brasil não foi uma coisa legal. Ficar na história do clube era importante para mim. E para isso eu precisava ficar pelo menos no banco de reservas", desabafou o jogador.

Um dos motivos apontados pelo atacante para não ter repetido o bom desempenho da temporada anterior foi o abatimento por não ter sido convocado para defender o Paraguai na Copa do Mundo. Atualmente, "El Tigre" negocia sua volta para o Cerro Porteño, clube paraguaio que ainda detém parte de seus direitos federativos.

O uruguaio Horacio Peralta, o outro estrangeiro que o Flamengo teve nesta temporada, também se envolveu em confusões. Além de não ter mostrado o futebol que apresentava no DVD que motivou sua contratação, o atleta foi flagrado por um torcedor em uma churrascaria do Rio bebendo chope e fumando. Por fim, o jogador ainda atrasou-se em uma reapresentação, irritando Ney Franco e a diretoria rubro-negra. O meia acabou dispensado em setembro e hoje está no Uruguai à procura de um clube.

FIM DA ERA DOS 'GRINGOS'

Se no final de 2005 e início de 2006 os principais nomes de contratações e renovações eram estrangeiros - como Petkovic, Ramirez, Peralta, Artigas e Darío Conca -, o cenário atual é completamente diferente. Nem Pet tem garantia de permanência no Fluminense e, até agora, nenhum jogador "gringo" foi especulado como possível reforço dos clubes cariocas.

SEM ESTRANGEIROS NA LIBERTADORES

Ao que tudo indica, o Flamengo disputará a Copa Libertadores de 2007 sem nenhum jogador estrangeiro em seu plantel, algo incomum para os clubes brasileiros nas últimas participações na competição. O próprio Rubro-Negro, em sua última disputa do torneio, em 2002, contava com o sérvio Petkovic no seu elenco.

Para a Libertadores do ano que vem, o único brasileiro com mais de um estrangeiro garantido é o Internacional. O elenco da equipe gaúcha conta com o lateral-esquerdo peruano Martín Hidalgo e o volante colombiano Fabián Vargas.

O Santos também tem dois estrangeiros em seu elenco: o zagueiro paraguaio Julio Manzur e o volante chileno Maldonado. Contudo, o contrato do defensor termina no dia 31 de dezembro desta temporada e a renovação ainda é incerta.

O São Paulo, que teve o uruguaio Lugano como titular neste ano, contará com o lateral equatoriano Reasco para 2007. O Paraná não tem nenhum estrangeiro em seu elenco e o Grêmio não manterá o zagueiro argentino Maidana, o lateral chileno Escalona e o atacante argentino Herrera.

Petkovic simboliza derrocada estrangeira

Petkovic começou 2006 como estrela e aposta do Fluminense. Agora, contudo, o meia sérvio é o principal símbolo da decadência dos estrangeiros no futebol carioca. Longe do desempenho da temporada passada, o jogador teve um ano marcado por lesões e confusões.

"Não tive sorte este ano devido a algumas lesões. Isso influenciou no resultado, que não foi o que eu desejava. Não consegui ganhar um título e nem ser tão útil quanto esperavam e isso me deixou bastante chateado", admitiu o meia do Fluminense.

Contratado em setembro de 2005, Pet logo se destacou no Fluminense e quase conseguiu levar a equipe a uma das vagas na Copa Libertadores desta temporada. Ironicamente, o time carioca perdeu a chance de disputar o torneio por conta de uma bola que desviou no meia sérvio e originou um gol do Palmeiras na última rodada do Brasileiro de 2005.

Os números das duas temporadas demonstram a queda de rendimento de Petkovic. Em quatro meses de 2005, o meia atuou 24 vezes e marcou sete gols. Na atual temporada inteira, o jogador disputou apenas 37 partidas e balançou as redes 11 vezes.

O ano fraco pode abreviar a passagem de Petkovic pelo Fluminense. O sérvio tem contrato com o clube carioca até o dia 31 de dezembro e ainda não acertou a renovação do vínculo. "Eu sei que é costume no Brasil as pessoas resolverem as coisas em cima da hora, mas minha intenção é continuar no Rio de Janeiro e disputar uma temporada livre das lesões", projetou Pet.

O problema para a manutenção de Pet no Fluminense é a relação custo-benefício. O meia tem o maior salário do elenco e sua contratação só foi possível devido ao aporte da empresa que patrocina o clube tricolor. Para 2007, a expectativa é que a parceira da equipe carioca faça uma redução no investimento.

Pet fez questão de demonstrar, contudo, que seu interesse é disputar mais um ano pelo Fluminense. "A situação só deve ser definida daqui a duas semanas, quando eu voltar da Europa. Mas o que é certo é que o atleta tem muito interesse em continuar no Fluminense", disse Josias Cardoso, empresário do sérvio.

Um fator que pode ajudar a permanência de Pet no Fluminense é a contratação do ex-jogador Branco para ser coordenador geral do clube. "Todos sabem que, além de meu amigo, trata-se de um jogador excelente", enalteceu o dirigente. "Mas ainda vamos estudar o caso para ver quais atletas se encaixam no perfil do novo Fluminense", completou.

Fonte: Pelé.Net




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