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NETVASCO - 03/12/2006 - 20:22 - Renato Gaúcho, o intocável da Colina

Desde o ano passado no comando do Vasco, quando assumiu a equipe à beira do rebaixamento, o técnico Renato Gaúcho apareceu no Campeonato Brasileiro deste ano como uma das grandes revelações da competição.

Antes era visto apenas como um profissional motivador, mas mostrou que já conseguiu se separar do jeitão de boleiro e assumiu uma postura mais séria para comandar um grupo de jogadores com as mais diferentes personalidades.

Após levar a equipe à inédita final da Copa do Brasil, acabou perdendo o título para o Flamengo e os rumores noticiados pela imprensa davam conta de que Renato seria demitido. Porém, sua saída não se concretizou e ele garante que esse foi o maior trunfo do Vasco na temporada.

- Não realizamos um grande Campeonato Carioca, perdemos a Copa do Brasil e o presidente Eurico Miranda poderia muito bem ter me demitido. Mas no Vasco as coisas funcionam de outra maneira, pois somente uma pessoa manda e não tem muito cacique para pouco índio - destaca o técnico.

Na sua opinião, manter o comandante aumenta consideravelmente as chances de uma equipe realizar uma temporada boa.

- Este é o modelo ideal. O técnico tem de ter tempo para conhecer bem todo o grupo. No Vasco, tenho a proteção da diretoria, me sinto confiante e valorizado. É lógico que os resultados influenciam na permanência do técnico, mas nem sempre podem ser tão determinantes - enfatiza.

Renato destaca as participações de outros profissionais no Brasileirão. Para ele, o maior exemplo de que a dança das cadeiras dos técnicos geralmente não resulta em nada, é o trabalho de Mano Menezes, pelo Grêmio.

- O Mano é mais uma prova de que mudar de técnico toda hora não leva a nada. Ele pegou o Grêmio na Segunda Divisão, fez a equipe subir, andou na zona de rebaixamento este ano, mas colocou o Grêmio na Libertadores. A diretoria do Grêmio acertou ou não em apostar nele? Claro que sim. Com confiança e proteção, ele fez um belo trabalho no Grêmio - elogia Renato Gaúcho.

RETROSPECTO DE RENATO GAÚCHO

Ele chegou ao Vasco em julho de 2005. Assumiu o comando técnico quando a equipe atravessa um momento crítico no Campeonato Brasileiro do mesmo ano. No entanto, contrariando as expectativas mais pessimistas, não só livrou o clube do rebaixamento, mas também levou o Vasco à Copa Sul-Americana deste ano, quando foi desclassificado pelo Corinthians.

Além disso, disputou a final da Copa do Brasil e perdeu a competição para o Flamengo. Aos 43 anos e técnico desde 2000, Renato Gaúcho já livrou o Fluminense de um rebaixamento, em 2003, e com o Tricolor foi às semifinais do Brasileiro de 2001, quando foi eliminado pelo Atlético-PR, campeão daquele ano.

Brasileiro tem seis heróis da resistência

Com o fim do Campeonato Brasileiro de 2006, apenas seis dos 20 clubes da Primeira Divisão conseguiram a proeza de não demitir seus técnicos durante a competição. Mano Menezes, do Grêmio, Abel, do Internacional, Caio Júnior, do Paraná, Muricy Ramalho, do São Paulo, Vanderlei Luxemburgo, do Santos, e Renato Gaúcho, do Vasco, foram as apostas certeiras das respectivas diretorias.

Se por um lado apenas uma pequena parcela não trocou de comando, por outro a dança das cadeiras dos técnicos esteve bem agitada. Na virada do primeiro turno, em 23 de agosto, quando encerrou-se a 19ª rodada, 18 técnicos perderam seus empregos, isso sem contar os interinos. Na segunda metade da competição foram 15. Ou seja, mesmo com menos clubes na divisão de elite este ano, o número de técnicos demitidos foi quase o mesmo de 2005, que foi de 34, entre os 22 clubes participantes.

Os recordistas de trocas este ano foram o Fluminense (Oswaldo de Oliveira, Josué Teixeira, Antônio Lopes e PC Gusmão), o Fortaleza (Márcio Bittencourt, Hélio dos Anjos, Roberval Davino e Daniel Frasson), o Palmeiras (Émerson Leão, Tite, Marcelo Villar e Jair Picerni), o Santa Cruz (Giba, Valdir Espinosa, Maurício Simões e Fito Neves) e o São Caetano (Nelsinho Batista, Émerson Leão, PC Gusmão, Hélio dos Anjos e Dorival Júnior).

Para o jornalista e apresentador do SporTV Marcelo Barreto, a permanência dos técnicos das principais equipes do país reforça a tese de que com planejamento e confiança se consegue desenvolver um bom trabalho no futebol brasileiro.

- Isso é lógica, tem que dar tempo para o trabalho. O Fluminense demitiu o Oswaldo quando o time estava na sexta colocação e deu no que deu. O Internacional poderia ter mandado o Abel embora, quando perdeu o estadual para o Grêmio, mas apostou no treinador. O São Paulo também poderia ter fritado o Muricy depois de perder a Libertadores, mas não o fez. Resultado? Foi campeão brasileiro - diz Barreto.

Opinião semelhante tem o comentarista Alex Escobar. Na sua opinião, observa-se uma tendência dos dirigentes brasileiros em apostar mais no trabalho sem cobranças de resultados imediatos.

- Já se provou que aqueles que ficam por mais tempo são os mesmo que conseguem os melhores resultados. Mas geralmente isso acontece nas equipes com mais dinheiro. No caso do Grêmio, aposto que se o Mano Menezes não tivesse vencido o Gaúchão deste ano e não tivesse conseguido tirar o Grêmio da zona de rebaixamento rápido, teria caído - destaca Escobar, que faz uma ressalva em relação ao Vasco.

- Com o Eurico a história é diferente. Ele tem essa característica de apostar nos seus técnicos. Ele é bem coerente, tem muitos defeitos, mas neste aspecto acerta em cheio ao não demitir técnico - comenta.

Fonte: GloboEsporte.com




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