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NETVASCO - 18/07/2006 - 08:56 - Renato Gaúcho não se importa que time jogue feio

O Portaluppi no sobrenome revela as raízes de Renato Gaúcho, que completa hoje um ano como treinador do Vasco. Seus avós nasceram em Veneza e por causa deles o ex-jogador tomou gosto pelas massas, preparadas sempre “al dente”, e também por um bom vinho. Mas as preferências pela cultura italiana vão além da culinária. Inspirado na conquista da Copa do Mundo pela Squadra Azzurra, ele não esconde mais que sua equipe deverá entrar em campo amanhã, na primeira partida da decisão da Copa do Brasil, com o Flamengo, para jogar um futebol de resultados, tal e qual o apresentado no domingo, quando o time venceu o rival por 1 a 0, mas ficou 63 minutos sem chutar em gol.

— Foi tanto tempo assim? É claro que gostaria de ver meu time chutar mais, mas quem ganhou o jogo? Quantos chutes a Itália deu na final da Copa? E eles ganharam. Prefiro ganhar o título que jogar bonito — afirmou Renato Gaúcho.

Quando jogava, Renato poderia até ser considerado um craque. Não será lembrado por lances geniais, mas pelos títulos que ajudou os times que defendia a conquistar. No Rio, foi ídolo no Flamengo campeão Brasileiro de 1987 e da Copa do Brasil de 1990. Marcou um gol de barriga contra o Flamengo que valeu o campeonato estadual de 1995 para o Fluminense. Foi um lance feio, mas, como ele diz, valeu o título. No entanto, isso é passado. Hoje, Renato diz que não há craques capazes de decidir um jogo ou simplesmente realizar uma jogada de efeito.

— No futebol de hoje, pode até haver espaço para o craque, mas acontece que vivemos uma escassez de craques. Isso acontece em todo o futebol brasileiro e aqui no Vasco também — afirmou Renato, observado de perto pelo meia Ramon, que já provou ser genial, ao menos nas cobranças precisas de faltas.

E até mesmo Ramon concorda com o comandante vascaíno.

— No Brasil, faltam talentos nas divisões de base, que não revelam mais grandes craques quanto no passado. Mas eu acho que nós temos condições de fazer uma partida bonita de se ver diante do Flamengo. — declarou Ramon, que é considerado, junto com Edílson, os líderes de Renato em campo.

Renato não lembra a última vez que visitou a Itália. Ele acredita que foi na época em que jogava na Roma, nos anos de 1988 e 1989. Mas mesmo assim, preserva as tradições. Principalmente as gastronômicas.

— Lá em casa, quase todo dia tem massa — garante.

E ele diz que pode comer sem se preocupar com a forma física, porque emagreceu devido ao nervosismo com a proximidade da decisão.

— Ontem saí para jantar, fui dormir às 4h e acordei às 8h. Estou ansioso e até emagreci um pouquinho — revelou.

E não é para menos. Renato considera as finais da Copa do Brasil as partidas mais importantes da sua carreira como treinador.

— O céu é o limite. É o jogo da minha vida e dos meus jogadores também — declarou.

Para não perder a concentração, Renato adotou um discurso de humildade. Apesar de ter derrotado o Flamengo no domingo com o time reserva, ele não quer provocar o rival e prefere ignorar as farpas que partem da Gávea.

— Eles podem falar o que bem entendem, porque aqui nós temos respeito pelo adversário. Na quarta-feira (amanhã), às 21h45m, a gente se encontra — ironizou sem cair na cilada de responder a provocação de Marcos Braz, diretor de futebol do Flamengo, que afirmou que o Vasco vai perder da mesma maneira da Itália na Copa do Mundo de 1970, derrotada por 4 a 1 pelo Brasil.

Mas a humildade foi deixada de lado ao fazer um balanço dos 12 meses à frente do Vasco:

— O time evoluiu em todos os sentidos. Quando cheguei, estávamos na última posição do Brasileiro, ameaçados de rebaixamento, e vamos disputar uma final inédita na História do clube.

E ele tem consciência de que precisa do título para ganhar mais credibilidade e permanecer no cargo até o fim do contrato, em dezembro.

— É difícil um treinador se manter tanto tempo. No Brasil, é um privilégio. Quando ele fica, é porque o projeto está dando certo.

O treinador diz não acreditar em superstição, tão comum no meio do futebol. Mas assim que chegou para a entrevista coletiva, beijou uma estátua de Nossa Senhora da Aparecida e fez o sinal da cruz. Nos últimos jogos do Campeonato Brasileiro, trocou o uniforme preto do Vasco por roupas informais, que, segundo ele, elevam seu astral.

— Uso cores claras, porque me trazem energia positiva — disse Renato, vestido com uma camisa azul, ou melhor, azzurra.

Fonte: O Globo




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