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NETVASCO - 15/09/2005 - 01:05 - Róbson Luiz diz que joga até como volante

Depois de treinar quase cinco horas sob chuva ontem, em dois períodos no Vasco-Barra, o zagueiro Alemão ainda fez abdominais e deu 20 voltas no campo às escuras. Cada jogador se esforça à sua maneira para se recuperar junto com o Vasco neste Brasileiro. Róbson Luiz preferiu reduzir o ritmo do frenético vai-e-vem noturno até a geladeira em busca de doces. Três quilos mais magro, o futebol ficou bem mais natural para o apoiador baiano.

Quase um ano depois de uma fratura na tíbia, próxima ao joelho esquerdo, o apoiador tirou um peso das costas. A perna lesionada voltou a lhe servir de apoio para as arrancadas e chutes fortes, como aquele em que marcou o segundo gol nos 5 a 2 sobre o Juventude. Enquanto lutava contra a balança e a incerteza, Róbson sofreu com a geladeira. Antes da chegada de Renato Gaúcho, estava fora dos planos de Dário Lourenço:

— Na ansiedade, prefiro nem estar em casa para não atacar a geladeira.

Os resultados indigestos e a rotina de amargar saíram do cardápio do Vasco. Inspirado em dieta do jiu-jitsu, o departamento médico trocou o refrigerante pelo suco de frutas. Antigo titular absoluto das concentrações, o bife com purê está perdendo o lugar para carnes brancas, verduras e arroz integral, e os jogadores saboreiam a nova fase.

— Vou jantar só uma saladinha — disse Róbson Luiz ontem, já preocupado com o tempo até o treino de hoje à tarde. — Pior é quando a gente passa dois dias concentrados. Se comer bem, o peso sobe.

Depois de fraturar o osso, Róbson ainda evita comer o filé. Trocou as churrascarias pelas saladas. E, nas últimas noites frias, contentou-se com um café com leite antes de dormir. Aos 28 anos, atrasado na disputa pela vaga, o apoiador baiano tem fome de bola:

— Estou correndo por fora, sou capaz até de jogar como segundo volante para ficar no time — afirmou Róbson, que começou como atacante.

Hoje, renunciou até ao tempero baiano. Sua melhor receita é temperada pela autoconfiança. Róbson lembra que, antes da fratura, estava em boa forma, mesmo perto dos 81kg. Hoje, com 77kg, ele sabe que o mais importante é manter o espírito leve.

Fonte: O Globo


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