.

Faq Entre em Contato Página Principal
Home | Notícias


NETVASCO - 26/05 - 18:06 - Alemão, de salonista a xerife da zaga vascaína

A manha do futsal geralmente está relacionada aos dribles e golaços dos atacantes Brasil afora. No Vasco, porém, um dos pilares da equipe de Dário Lourenço, que desistiu das quadras para correr em busca do sonho nos gramados, está na defesa.

O zagueiro Alemão chegou a atuar como profissional no tradicional clube de futsal Tio Sam, de Niterói, mas teve uma chance no Botafogo e não pensou duas vezes. Depois da passagem sombria pelo Alvinegro, rodou por clubes pequenos do Rio e chegou a aventurar-se em Portugal, também sem sucesso.

De volta às terras brazucas, teve a oportunidade no Volta Redonda e acabou fazendo parte da surpreendente campanha do vice-campeonato carioca. Prestes a completar 29 anos, nesta sexta, Alemão foi um dos destaques da competição e acabou chegando ao Vasco como titular absoluto do técnico Dário Lourenço, seu comandante também no clube do Vale do Aço.

Nesta entrevista exclusiva ao Pelé.Net, ele fala sobre o começo da carreira, a troca do futsal para o campo e destaca a confiança mútua entre ele e Dário Lourenço. Confira:

Em 2003, o Vasco chegou a ter um treinador específico para zagueiros, no caso Mauro Galvão, dado o problema crônico que afetava a equipe. Achar zagueiros de qualidade é um problema do futebol brasileiro atual. Por quê?

É uma verdade. Você vê que a seleção tem poucas opções e são poucos os que saem para clubes da Europa. É difícil encontrar uma explicação. Eu, por exemplo, era cabeça-de-área e acabei indo para a zaga. Não gostava de ficar correndo para os outros jogarem. Lá atrás, sua condição é diferente. Você está de frente para o jogo, observa, instrui os companheiros. Jogadores um pouco mais técnicos, com boa colocação e um bom passe acabam se destacando facilmente na zaga.

Você chegou a ser profissional de futsal. Por que a mudança para o futebol de campo e como foi a adaptação?

Na verdade, eu fazia as duas coisas ao mesmo tempo. Jogava no Ideal de Olinda, de Nilópolis [município da Baixada Fluminense] e depois fui para o Tio Sam, mas os treinos de futsal eram à noite. Nas divisões de base do Botafogo, treinava de dia. Quando eles quiseram me profissionalizar, tive que escolher entre um e outro e acabei preferindo o campo. No início, não queria ir, não gostava. Mas acabei sendo convencido por pessoas do clube, até porque as expectativas são outras, inclusive na parte financeira.

Você iniciou a carreira em outro clube grande, o Botafogo. Por que não deu certo?

No Botafogo, eu tinha chance em um, dois jogos, me tiravam do time e só me davam outra oportunidade um mês depois. Para avaliarem seu trabalho, é necessário tempo. Em todas as profissões é assim. Não dá para me avaliarem só pelos treinamentos, têm que haver uma seqüência de jogos. A diferença de lá para o Vasco é gritante. No último clássico, quem tinha de prata-da-casa em campo? Só o Almir. Agora que o Rafael Marques está tendo chances. No Vasco, você tem Thiago Maciel, Daniel, Claudemir, Diego, Coutinho, enfim, uma infinidade. É diferença de mentalidade.

Enxerga alguma semelhança do Vasco de hoje com o Volta Redonda, seu último clube, vice-campeão carioca?

Ainda não. Temos muito que mostrar ainda, ter uma seqüência, um entrosamento. O Volta Redonda teve tempo para se preparar, aqui o Dário ainda está buscando as peças, tentando implantar seu estilo de jogo. Com o tempo, ele vai conseguir. Lá, aconteceu algo surpreendente para os que estão de fora, mas quem conhece a estrutura do clube sabe que não foi à toa.

Qual a diferença do técnico Dário Lourenço do Volta Redonda para o técnico Dário Lourenço do Vasco?

A diferença é que ele está tendo que lidar com alguns detalhes que existem em um clube grande que não existiam lá, como, por exemplo, a imprensa. Tudo que se faz tem uma repercussão muito maior. Além disso, o treinador tem que ser mais maleável aqui. Ele está lidando com outro tipo de jogador, de diretoria. Mas o homem em si é o mesmo, não mudou.

Dário chegou ao Vasco há pouco mais de um mês, seu primeiro clube grande, e não pensou duas vezes ao deixar no banco - por vezes nem relacionar para as partidas - jogadores como Róbson Luiz, Marco Brito, Jorginho Paulista e Dominguez, mais rodados e com currículo dentro e fora do clube. Como isso repercute dentro do grupo?

O Dário é uma pessoa bastante sincera. Quando tem que falar, fala na sua cara, sem problema nenhum. Por isso, me dou muito bem com ele, porque quando tenho que falar com ele, também chego e falo, desde os tempos de Volta Redonda. Não é à toa que eu era capitão com ele lá. Sobre os outros jogadores, podem até ficar chateados, como qualquer um que tem brios fica quando está fora do time. Só que o respeito existe, são todos profissionais e não há problema em relação a isso.

Após o Estadual, você teve propostas de clubes do exterior, mas, apesar de já ter 28 anos, preferiu o Vasco. Por quê?

Uma coisa é você sair do Volta Redonda e ir para Europa. Outra coisa é você sair do Vasco e ir para lá. Tive uma proposta da Suíça, que seria muito boa também, mas resolvi esperar e outra do Juventude, do Sul. Os caras estavam aqui e queriam me levar de qualquer jeito, um ou dois dias antes de eu me apresentar ao Vasco. Eu e o Túlio. Aliás, fui eu que o indiquei a eles. Aí ele vai e faz uma coisa daquelas com a gente* [risos]. O Vasco continua sendo uma grande vitrine e acho que fiz uma grande escolha.

*Túlio marcou um dos gols da vitória por 4 a 1 do time de Caxias do Sul sobre o Vasco, na quarta rodada do Campeonato Brasileiro.

Fonte: Pelé.Net


Comente essa notícia no FÓRUM NETVASCO | Converse sobre essa notícia no CHAT NETVASCO

NetVasco | Clube | Notícias | Futebol | Esporte Amador | História | Torcidas
Mídia | Interativo | Multimídia | Download | Miscelânea | Especial | Boutique