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NETVASCO - 26/05 - 04:03 - Erivelton e Ives simbolizam a simplicidade do elenco vascaíno

No estacionamento, há poucos carros importados. Roupas de grife também são raras. No Vasco, a marca da moda é a humildade. Novos titulares, como Erivelton e Ives, vão de carona a caminho da notoriedade. Aos 28 anos, o goleiro, que já foi garçom, conserva o tempero mineiro da infância. O volante Ives, 19 anos, também fala pouco. Ainda vive assustado com o assédio repentino e com a violência na favela de Vila Cruzeiro, onde foi criado com Adriano, hoje no Internazionale de Milão.

— O Adriano está no Rio. Falei com ele pelo telefone e me chamou para ir à casa dele na Barra, mas não deu porque tinha que acordar cedo — disse Ives, carregando um guarda-chuva e vestido com roupas do fabricante que patrocina o amigo. — O Adriano que deu.

O volante ainda não dirige, pega ônibus e vans para treinar. Como se ainda jogasse no Hang, da Vila Cruzeiro.

— Eu era atacante e Adriano era lateral. Agora, ficou mais difícil de ele aparecer lá. No futuro, penso em sair por causa dessas situações de tiro. Mas já esteve pior.

Para Erivelton também. Depois de trabalhar até de madrugada numa pizzaria, pouco dormia para treinar às 6h, em Bom Jardim. O time do primo, o Esperança, era também um sinal para o futuro.

— Jogava na lateral, mas era o pior e acabei no gol. Pensava que jamais chegaria a um clube grande — disse o goleiro de 1,79m. — A altura me obriga a estar sempre me superando. Tenho que me desgastar mais para chegar onde alcançam os outros goleiros.

Na lanchonete, Erivelton fazia drinks, pizzas, sanduíches e se acostumou a conviver com a chapa quente.

Fonte: O Globo


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