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NETVASCO - 19/05 - 07:15 - Erivélton, ex-garçom de pizzaria, tenta se firmar

Estrear levando quatro gols não é motivo de orgulho, mas também não será o fim do mundo. É o que garante o novo titular da camisa 1 vascaína, o goleiro Erivélton.

Ex-garçom em uma pizzaria de Bom Jardim de Minas, na terra do pão de queijo, o jogador considerou boa sua atuação contra o Juventude, apesar da goleada. Aos 28 anos, Erivelton teve a primeira chance com a camisa de um grande clube.

Antes, havia passado por Tupi, de Minas Gerais, Alegrense, Castelo, São Mateus, Rio Branco e Estrela do Norte, todos do Espírito Santo, América do Rio e Americano de Campos, onde foi o arqueiro menos vazado do Carioca 2005.

Erivelton é o quarto goleiro utilizado pelo Vasco em 2005. Desde a saída de Fábio, em agosto de 2004, é o sétimo, em um clube que primava pela continuidade e pelo excelente desempenho de seus arqueiros. Desde Acácio, passando por Carlos Germano, Hélton e Fábio, todos os titulares a partir da década de 90 chegaram à seleção brasileira.

O sonho do novo dono da posição é mais modesto, e vem sendo realizado. Garantido pelo técnico Dário Lourenço para a partida contra o São Paulo, no próximo domingo, Erivélton enfrentará um de seus ídolos, o goleiro Rogério Ceni.

Um dos oito jogadores de times pequenos que o Vasco peneirou no Campeonato Carioca e trouxe para São Januário, ele entra no Brasileirão com a pecha de ser o goleiro mais baixo da competição, mas garante que isso nunca foi problema. Confira a entrevista exclusiva do jogador ao Pelé.Net:

Botafogo, Fluminense e, principalmente, o Vasco apostaram em diversos jogadores que disputaram o Campeonato Carioca por times pequenos. Qual o motivo do crescimento deste tipo de aposta? A competição teve este nível técnico todo?

Os clubes grandes estão aproveitando os valores que vêm surgindo, ou que começam a se destacar agora, mesmo com mais idade. Sem dúvida, agora eles estão olhando mais os bons jogadores dos pequenos. Acho que é uma passagem natural. Para nós, atuar em um clube como o Vasco, por exemplo, é a realização de um sonho. E eles têm dado a oportunidade. Cabe a nós aproveitar.

Sua estréia não foi nada agradável para alguém que chega em um clube grande pela primeira vez. Como avalia sua atuação na goleada para o Juventude por 4 a 1?

Considerei boa a minha atuação. O Dário elogiou, inclusive. Quando o juiz apitou o fim da partida, fiquei triste, é claro, mas ciente de que fiz meu papel, fiz o melhor que pude. O Vasco errou, é claro. Faltou conjunto, fizemos um treino e meio juntos só, a ausência do Alemão e do Ciro atrapalhou também, mas estamos crescendo, independente do resultado.

Os gols que tomei foram um de pênalti, outro de bola desviada, enfim. Não tive culpa. Acho que o importante é continuar tranqüilo e trabalhar, tanto eu quanto todo o time.

Você é mineiro, mas boa parte da sua carreira foi em clubes do Espírito Santo. Como foi o início no futebol?

Nasci em Bom Jardim de Minas e trabalhava lá de garçom em uma pizzaria, quando tinha uns 15 anos. Tínhamos um time da família e o pior na linha ia para o gol. Sempre era eu [risos]. Meu tio me levou para treinar no Tupi, de Juiz de Fora, e depois fui jogar no Espírito Santo, onde rodei por cinco times. Em 2004, vim para o América do Rio e depois disputei a Série C pelo Americano. Este ano, consegui levar apenas 12 gols e ser o menos vazado do Campeonato Carioca.

Você tem 1,79m, altura considerada baixa para os padrões dos goleiros atualmente. Como compensar este problema na sua posição?

Tendo tranqüilidade, bom posicionamento e se esforçar um pouco mais do que um goleiro grande. Nunca tive problemas para agarrar por causa da altura. Aliás, queria lembrar que todos estão falando que tenho 1,79m, mas na verdade tenho 1,80m.[risos]

Qual seu maior ídolo no futebol e qual o melhor goleiro do Brasil atualmente?

Taffarel é meu grande ídolo. É o goleiro em que me espelho, até por não ser tão alto, como eu. O melhor goleiro do Brasil hoje é o Rogério Ceni. Estou sempre acompanhando as partidas do São Paulo e ele tem feito grandes atuações, inclusive no ataque. Só espero não tomar gol dele! Levar gol de goleiro não dá. Estes são dois jogadores que mostram muita tranqüilidade dentro de campo e isso é muito importante.

Dário Lourenço já utilizou dois goleiros e outros 24 jogadores em quatro jogos no comando do Vasco. Qual o sentimento dos atletas ao ver o técnico mexendo tanto na equipe?

O Dário ainda está buscando a melhor formação para a equipe. Isso é normal. Acho que, em um clube grande como o Vasco, a pressão é jogo a jogo, independente de qualquer coisa. Você tem que mostrar serviço. Se fizer o seu, ótimo. Se não fizer, será substituído. As coisas são assim.

Você jogou em dois clubes marcados pelas figuras de dois dos cartolas mais polêmicos do país: Eduardo Vianna e Eurico Miranda. Qual a participação dos dois no dia-a-dia do clube e dos times?

O Eduardo Vianna era apenas um torcedor, que estava sempre acompanhando seu clube nas arquibancadas. Nunca houve contato conosco da equipe. Aquela história de que o clube era favorecido pelas arbitragens por causa dele nunca existiu, não tinha isso. Em relação ao Eurico, nunca falei com ele.

A minha chegada aqui foi através de uma conversa do Isaías [Tinoco, supervisor de futebol do Vasco] com o presidente do Americano direto. Só tive contato com ele em uma reunião coletiva com os jogadores, mas até hoje não passou disso. Espero poder falar com o presidente algum dia, seja para ouvir elogios, seja para tomar uma dura. [risos]

Fonte: Pelé.net


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