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Netvasco - 18/04 - 01:12 - Fábio pode ser Bi tendo jogado todos os jogos

Quando o time do Vasco entrar hoje em campo, sua torcida, como é tradição no futebol, vai gritar o nome de cada um dos 11 jogadores. Mas é o do goleiro Fábio que sai com mais força da garganta dos vascaínos. Em seguida ao nome de Fábio, os torcedores, jogo a jogo, entoam o coro de ''é Seleção'', um clamor coletivo para que o goleiro seja convocado. Até música a torcida fez para Fábio, hoje o destaque do Vasco, clube mais famoso por revelar atacantes, como Roberto e Romário. Para enriquecer seu currículo, recheado de ótimas atuações, nada melhor do que uma vitória sobre o Flamengo e a conquista do bicampeonato carioca.

- Acho que ganhei um reconhecimento grande da torcida porque venho mantendo uma certa regularidade, mesmo o time passando por altos e baixos. E o mais legal é que vários torcedores de outros clubes têm me dado parabéns, pedido autógrafo. É sinal de que estou no caminho certo - acredita o goleiro, que disputou todos os jogos do Campeonato Carioca do ano passado e o deste ano. Caso o Vasco conquiste o título, Fábio será mais que um legítimo bicampeão.

- Desde 2002, quando fui efetivado como titular com a saída do Helton, só fiquei de fora de duas partidas, porque tinha sido convocado para a Seleção. São mais de 130 partidas com a camisa do Vasco, quase seguidas - se orgulha.

A convocação a que o goleiro se referiu foi para a Copa das Confederações, ano passado. Um novo chamado de Parreira, o goleiro não acredita que virá em breve. No momento, a preferência do treinador da Seleção Brasileira recai justamente sobre aquele que estará defendendo hoje o gol do Flamengo. É com Júlio César, com quem já integrou seleções de base, que Fábio trava uma saudável e silenciosa rivalidade por um lugar como terceiro goleiro do Brasil, atrás de Dida e Marcos.

- É questão de preferência. Acho que mesmo se eu não deixar entrar nada, nem mosquito, mas o técnico preferir o Júlio, será difícil de eu ser convocado - diz, misturando doses de frustração e resignação.

Natural de Nobres, no Mato Grosso, Fábio disputava um campeonato em sua pequena cidade quando foi convidado a jogar pelo União Bandeirantes, do Paraná, clube que detém 50% do seu passe - os outros 50% são do Vasco. Com passagens por Atlético Paranaense e Cruzeiro, aportou em São Januário em 2000. E quase foi embora.

- O Vasco e o União não chegavam a um acordo, cheguei a pegar minhas coisas e me despedir do pessoal. Mas tudo ficou acertado e fiquei - lembra.

Tímido e calmo, de estilo caladão, Fábio diz que se transforma em campo. Fala o tempo todo, chega a irritar os companheiros. Da sua posição no campo, tem visão privilegiada do jogo e dá receitas de como anular Felipe, o principal jogador do Flamengo.

- Não se pode deixar a bola chegar aos pés do Felipe e ele com tempo para pensar o que fazer com ela. O Felipe, bem marcado, se irrita facilmente - observa Fábio, que aponta Felipe como um dos melhores que atuam no país, mas não o melhor.

- Para mim, o melhor é o Luís Fabiano. Faz gol de tudo que é jeito.

Satisfeito com a rotina que tem, de treinos em São Januário, do casamento com a esposa Sandra e da vizinhança no Recreio dos Bandeirantes, uma mudança agora, somente forçada por uma transferência para o futebol europeu. Nos corredores da sede do Vasco, os boatos que dão conta de sua saída para o exterior, em junho, são cada vez mais fortes. Fábio desconversa.

- Não sei, vamos ver. No momento, quero é ser campeão pelo Vasco.

Caso o desejo de Fábio se realize, os torcedores do Vasco vão soltar, em alto e bom som, o grito de campeão. No mesmo tom com que homenageiam o goleiro na entrada do time em campo.

Fonte: Jornal do Brasil




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