[an error occurred while processing this directive]NETVASCO - 17/02/2002 - 10:12 - Caso Dener levantou suspeitas sobre parceria com VGL

Netvasco - 17/02 - 10:12 -Caso Denner levantou suspeitas sobre parceria com VGL

Num domingo desses, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, e o apresentador de TV Milton Neves bateram boca via satélite por quase duas horas. O motivo era Dener, aquele atacante habilidoso, que morreu num acidente de carro, em 1994, na Lagoa. Eurico e o Vasco foram acusados de deixarem desamparada a família do jogador. O pior da história, porém, não foi contado.

À Portuguesa de Desportos, então dona do passe do atacante, o Vasco pagou o que devia na Justiça. Na época, o clube carioca deixara de fazer um seguro de US$ 3 milhões como garantia do empréstimo de Dener. A Lusa foi aos tribunais e a batalha durou quase cinco anos. O Vasco foi condenado em todas as instâncias, mas sempre usava firulas jurídicas para adiar o pagamento. Até que acertou a parceria de R$ 34 milhões com o Bank of America, que criou a Vasco da Gama Licenciamentos S/A.

Em novembro de 1998, a juíza Amália Regina Pinto, da 7 Vara Cível do Rio, mandou a VGL informar em juízo as datas e os valores dos depósitos feitos em favor do clube, indicando ainda os bancos e as respectivas contas correntes.

Poucos dias depois, Sueli Vilela Pinto, uma das advogadas nomeadas pelo Vasco e pela VGL, enviou a relação de R$ 16.550.000 em depósitos feitos pela empresa nas contas do clube e também um ofício, informando que, a pedido do Vasco, os demais R$ 17.450.000 (que completavam o contrato de R$ 34 milhões) foram creditados pela VGL a terceiros.

Em 22 de julho de 1999, a juíza voltou à carga e intimou a VGL a informar os valores e as datas dos depósitos feitos a terceiros.

Seria difícil explicar como mais da metade de um contrato tão vultoso foi parar em contas de terceiros. E, pior: nas contas de que terceiros. Então, rapidamente os dirigentes do Vasco chamaram os da Portuguesa. Surpreendentemente, fecharam um acordo em tempo recorde para o pagamento da dívida de R$ 4,6 milhões.

Com a cópia do acordo registrado, o então presidente da Vasco da Gama Licenciamentos, Fernando Gonçalves, mandou um ofício à juíza, no dia 2 de agosto de 1999, comunicando que as partes, por razões de conveniência mútua e interesse recíproco, tinham interesse em encerrar a disputa judicial. E requereu que a VGL fosse liberada de informar os valores e as datas dos depósitos feitos em contas de terceiros.

Como as partes estavam de acordo, a juíza reconsiderou, para alívio dos dirigentes vascaínos e da VGL. No entanto, uma pergunta se impõe: e os tais R$ 17.450.000 que foram para contas de terceiros?

Fonte: O Globo on line

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