Médico do Vasco fala sobre trabalho intensivo para escalar Henríquez contra o Ceará
O colombiano Oswaldo Henríquez foi um dos grandes personagens da partida entre Vasco da Gama e Ceará, disputada na última quinta-feira (13/06) no Estádio de São Januário. Além de ter uma impecável atuação defensiva e participar da jogada que resultou no gol da vitória cruzmaltina, marcado por Danilo Barcelos na etapa final, o camisa 3 chamou a atenção por ter atuado uma semana após sofrer uma lesão no cotovelo, onde foi identificada uma microfratura.
Sem esconder a alegria, Henríquez conversou com a reportagem do Site Oficial após o apito final e festejou o bom desempenho coletivo no desafio dentro da Colina Histórica. O experiente defensor também falou sobre a semana de preparação e não poupou elogios para o procedimento adotado pelos profissionais que trabalham no departamento médico do Almirante.
- Conversei bastante com o pessoal do departamento médico e da fisiologia depois da lesão. Falamos da importância dessa partida, mas também do risco e dessa pequena limitação. Tinha o risco de jogar assim, mas eu vi essa partida como um jogo de Copa do Mundo. E ninguém quer perder um jogo de Copa. O alto rendimento precisa disso, de se arriscar. As grandes histórias e grandes jogadores do futebol mundial em algum momento correram risco - disse o colombiano, acrescentando na sequência.
- Minha intenção desde o início da semana era entrar em campo e dar o meu melhor em benefício do Vasco da Gama. A posição não era confortável, e fico feliz por saber que ajudei o clube a sair dela. O departamento médico foi fundamental nesse processo. Tiveram a ideia de imobilizar o braço para que, nas movimentações, não tivesse risco de sair de novo. Foi preciso muita fisioterapia, gelo, antiinflamatório, mas no final tudo deu certo. Valeu a pena - completou o zagueiro vascaíno.
O processo de recuperação de Oswaldo Henríquez se iniciou logo após o duelo contra o Internacional e foi marcado por uma enorme dedicação do atleta e dos profissionais que integram o departamento médico cruzmaltino. Um deles, o Doutor Rodrigo Furtado, detalhou as etapas do tratamento e explicou como o zagueiro conseguiu entrar em campo sem nenhum tipo de limitação.
- Logo após a lesão, na própria partida, o Doutor Carlos Fontes conseguiu uma pronta redução que permitiu com que ele não abandonasse o jogo. O que primeiro fizemos foi excluir qualquer chance de lesões vasculares, arteriais, principalmente, e nervosas. Depois foi feita uma tomografia, para verificar se houve fraturas. Identicamos uma fratura num local chamado processo coronóide, mas não era uma fratura que viesse a levar a uma instabilidade, permitindo mobilização articular relativa. Além disso, sempre que acontece uma luxação no cotovelo, ocorrem também lesões da capsula articular e ligamentares, que levam a uma potencial instabilidade da articulação - afirmou o médico, destacando o comprometimento de Oswaldo Henríquez com o Gigante da Colina.
- O protocolo convencional inclui imobilização e espera da cicatrização, mas resolvemos, dentro de uma segurança, promover uma estabilização que possibilitasse ao atleta continuar com as atividades, permitindo a performance esportiva e diminuindo os riscos de uma nova luxação, além de se enquadrar nas regras para uso dentro de campo. Vale ressaltar que tudo foi conversado e o jogador aceitou correr o risco. Ele passou por intensas sessões de fisioterapia e foi introduzido de forma gradativa durante a semana nos treinamentos, foi tolerando a carga, mas mesmo assim ficou uma incógnita para o jogo. Mas durante a partida a articulação se manteve estável e o atleta conseguiu performar bem. Deu tudo certo devido a coragem do atleta, o sucesso da imobilização e a conduta de todos os profissionais envolvidos. É bom dizer que a lesão permitia que essa conduta mais agressiva fosse feita - concluiu o médico cruzmaltino.
Fonte: Site oficial do Vasco