Euriquinho teria conquistado pelo menos 15 votos no CD contra a sindicância para investigar Campello
Em ebulição, a política do Vasco ganhou novo capítulo na segunda-feira e teve final surpreendente, com um coadjuvante tentando recuperar o protagonismo da família. Quando a oposição acreditava que conseguiria abrir sindicância contra o presidente Alexandre Campello — que poderia renunciar se isso acontecesse —, Eurico Brandão, o Euriquinho, ajudou a mudar a votação no Conselho Deliberativo, mantendo Campello no cargo.
Filho de Eurico Miranda, que morreu em 12 de março, Euriquinho se vestiu como o pai e fez um discurso similar ao dele. A postura contribuiu para balançar alguns beneméritos mais velhos que estavam indecisos, segundo conselheiros ouvidos pela reportagem, e também fez o seu grupo, que havia se declarado a favor da sindicância, modificar o voto.
Euriquinho ganhou pelo menos 15 votos, o que contribuiu para a apertada vitória por apenas oito de diferença a favor do arquivamento da sindicância. E o mais importante, segundo sócios do Vasco, é que recuperou o espaço que havia perdido na política do clube, até mesmo com poder de negociação com Campello.
O filho de Eurico tinha caído em desgraça entre os conselheiros na época em que era vice de futebol na gestão do pai. Centralizador, brigou com aliados históricos de Eurico, como José Luis Moreira, o Zé do Táxi, e ficou em segundo plano na política vascaína.
Antes da reunião, a diretoria, na tentativa de ganhar o apoio de parte da oposição, divulgou a lista atualizada de sócios do clube. Não conseguiu receber os votos do grupo 'Sempre Vasco', de Julio Brant, e se envolveu em mais uma polêmica. Segundo o clube, seriam 23.816 sócios em dia — 4.750 estatutários que têm direito a voto. O problema é que 24 deles têm datas de admissão em 1900, com 13 podendo votar. Fora outros erros, como inscrições que não batem.
Em nota, o Vasco informou que a lista não será utilizada para a eleição, mas é apenas para dar um panorama de sócios ativos segundo o sistema. Além disso, argumentou que a migração de dados para plataforma única durou quatro meses e que "ainda não foi concluída e inconsistências podem ser observadas".
Após a votação contrária à sindicância, os conselheiros aprovaram que a diretoria busque empréstimo de R$ 10 milhões para pagar dívidas. Uma nova reunião foi marcada para segunda-feira para votar um outro empréstimo, de R$ 20 milhões.
Fonte: O Dia