Pai de santo desaconselha que Vasco aceite o uso dos escombros de Muzema para aterrar terreno do CT
O Vasco conseguiu um terreno em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, para construir o seu tão sonhado Centro de Treinamento. O espaço, que fica ao lado do CT do Fluminense e da Cidade de Deus, tem 73 mil m² e a previsão é de que sejam construídos seis ou sete campos no local. A diretoria se movimenta para começar as obras o quanto antes, e a prefeitura já deu a solução para o processo de aterrar o terreno: recolher os entulhos dos prédios que desabaram na comunidade da Muzema, em 12 de abril, quando 24 pessoas morreram soterradas, somados aos que ainda serão demolidos.
Mas não será uma carga negativa demais usar os entulhos dos prédios da Muzema, região de tanta dor e sofrimento, na construção do novo CT? Pai Sérgio de Ogum lança um alerta quanto à carga emocional. "Tem riscos espirituais. É um local de dor. Querendo ou não acreditar, quem quer que seja o construtor, vai ser preciso fazer com amor e cuidado para que os eguns (espíritos não desenvolvidos) não atraiam a negatividade para ali. Seria melhor não levar esses entulhos. Mas, caso tenha que levar, é preciso cuidar", disse o pai de santo.
O vice-presidente de obras de engenharia e patrimônio do Vasco, Pedro Seixas, afirmou, ao site Globoesporte.com, que tem a expectativa de que o time profissional já possa treinar no novo CT cruzmaltino no primeiro semestre de 2020. "Pode ser que seja identificada alguma parte do terreno que eu tenha que fazer um trabalho especial. Não é impossível terminar isso em oito a 12 meses, isso todo licenciado", comentou Seixas.
Outra questão é a violência da região da Cidade de Deus. Seixas garante que a presença do Vasco ali só vai ajudar: "O benefício não é do Vasco, mas da cidade. É uma área para a prefeitura que poderia se tornar mais problemática. Isso pode ser superado através de trabalhos sérios, e é uma coisa que o Vasco está habituado".
Fonte: Meia Hora