Alvo de piada de Crivella, Vasco teve ajuda de políticos no passado
Sexta-feira, 31/05/2019 - 02:22
Motivo de piada feita pelo prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella, em evento que aconteceu na última terça-feira, o Vasco já teve uma relação bem diferente com os protagonistas do poder público, a ponto, inclusive, de ter o governador do Rio articulando a favor de patrocínio.

Na última terça-feira, Marcello Crivella criou polêmica ao falar que iria batizar a Ciclovia Tim Maia de Vasco porque "os dois vivem caindo". A declaração não pegou bem e gerou até nota oficial do clube repudiando os dizeres.

Em dezembro de 2008, porém, o então governador Sérgio Cabral, vascaíno declarado, ajudou o Cruzmaltino, à época sob gestão de Roberto Dinamite, a costurar parceria com Eletrobras. A cerimônia de anúncio do patrocínio aconteceu na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e contou com a presença de Cabral, Dinamite e de José Antonio Muniz, presidente da estatal - que investiu R$ 14 milhões por ano.

Cabral também ajudou o Vasco na negociação que culminou com a assinatura de contrato de patrocínio com a Nissan, em 2013. Nesta época, a montadora de carros japonesa conversava com o governo do Rio a instalação de uma fábrica em Resende, localizado ao sul do estado - o complexo foi inaugurado em abril de 2014.

Sergio Cabral Filho e Sergio Cabral eram vistos em jogos do Vasco e chegaram a ir a São Januário para participar das eleições presidenciais. No pleito de 2011, o ex-governador foi levado por Roberto Dinamite - que buscava reeleição como mandatário do clube - a uma visita aos vestiários da Colina, recém-reformados.

Em 2007, em entrevista à Revista "Isto É", Cabral afirmou que tinha o sonho de, um dia, ser presidente do Vasco. Em 2014, chegou a levantar a hipótese de se candidatar, mas a ideia não foi à frente. Eurico Miranda acabou vencendo o pleito, que teve Julio Brant e Roberto Monteiro como concorrentes.

Além de Cabral, outra figura que nunca escondeu ser vascaíno e, sempre que teve oportunidade, enalteceu o time de coração foi o ex-prefeito Eduardo Paes. À frente da Cidade Maravilhosa, por dois mandatos (2008 a 2016) ele citava o cruzmaltino em eventos oficiais e, em 2011, por exemplo, presenteou, com camisas do Vasco, Carlos Arthur Nuzman, então presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), e Gilbert Felli e Nawal El Moutawake, que chefiavam a comissão do Comitê Olímpico Internacional (COI), durante visita ao Rio (na ocasião, próxima sede da Olimpíada e Paralimpíada).

Paes, em 2012, quando concorreu à reeleição, em tom de brincadeira, disse que só "tratava bem flameguista em época de eleição", além de fazer brincadeiras com tricolores.

Carlos Roberto Osorio, que foi deputado estadual pelo PSDB, e um dos nomes fortes do governo, é conselheiro do Vasco e se envolveu com a política do clube em 2017, quando apoiou a chapa de Júlio Brant.

Atual deputado federal pelo Partido Novo, Paulo Ganime foi vice-presidente de Gestão Estratégica no ano passado, durante gestão de Campello, se licenciando para ser candidato - foi eleito com 52.983.

Hoje pela manhã, em evento no Palácio da Cidade, Crivella vai assinar cessão de terreno para o Vasco construir o centro de treinamento - o local fica na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. A movimentação foi adiantada em uma tentativa de colocar "panos quentes" na situação incômoda que foi criada nos bastidores.



Fonte: UOL