Presidente do Fluminense acusa o Vasco de não repassar renda da final da Taça Guanabara
O presidente do Fluminense, Pedro Abad, compareceu nesta sexta-feira à audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que apura possíveis problemas na gestão do futebol carioca e do Maracanã. Ele afirmou que o clube das Laranjeiras não recebeu do Vasco a sua parte da renda da final da Taça Guanabara, que terminou em confusão após uma disputa dos clubes pelo lado a ocupar na arquibancada.
O clube de São Januário foi o único dos quatro grandes do Rio a não enviar representante à audiência. Questionado pelos integrantes da Comissão Especial do Esporte de Alto Rendimento, Abad afirmou:
- O Vasco até o momento não repassou a verba que competia ao Fluminense, o que demonstra o ânimo de não cumprir o contrato existente entre o Fluminense e o consórcio Maracanã - disse Abad, se referindo à final da Taça Guanabara.
O Vasco foi consultado, mas não se pronunciou até a publicação desta reportagem.
Houve um momento de ânimos mais acirrados na audiência quando Abad disse que "contratos entre empresas particulares podem ter cláusulas sigilosas", se referindo ao contrato entre o clube e a antiga concessionária do Maracanã. O deputado Rodrigo Amorim, que preside a comissão, rebateu afirmando que "o consórcio Maracanã é uma concessão e, portanto, é Estado. O consórcio se esquivou com respostas esdrúxulas (em referência à primeira audiência, na qual o representante da empresa não respondeu a qualquer questionamento), mas a sua tese não prospera no ambiente jurídico".
Quebra de sigilo
A comissão também votou e aprovou a quebra de sigilo fiscal da Food Tem, responsável pelo fornecimento de alimentos e bebidas no Maracanã. Os gestores da empresa foram convocados para a audiência, mas não compareceram, bem como representantes da ex-concessionária do Maracanã. Na primeira audiência, um advogado da concessionária compareceu, mas não respondeu a qualquer pergunta, nem mesmo sobre contratos, pedindo que os questionamentos fossem enviados por escrito, o que causou descontentamento e muitas críticas dos deputados presentes.
De acordo com a assessoria da Alerj, gestores da Food Team foram convocados para explicar a ausência de nota fiscal dos produtos vendidos e também como são prestadas as contas para fins de tributação. No dia 21 de abril, o Esporte Espetacular denunciou a dificuldade de obter notas fiscais nos bares do Maracanã, bem como o fato de a empresa ter como administrador Emílio Odebrecht Peltier de Queiroz, neto do fundador da construtora Norberto Odebrecht, que detinha a concessão do Maracanã.
O tenente-coronel Silvio Luiz, comandante do Batalhão Especial de Policiamento em Estádios (Bepe), atendeu à convocação, bem como o presidente da Federação de Futebol do Rio, Rubens Lopes, que também havia comparecido ao primeiro encontro no qual defendeu o uso da Polícia Militar no lugar dos seguranças privados no estádio. O Botafogo foi representado pelo presidente do clube, Nelson Mufarrej. Já o Flamengo enviou o seu CEO, Reinaldo Belloti.
Fonte: Blog Bastidores FC - GloboEsporte.com