Douglas Luiz comemora convocação para Seleção Olímpica e fala da gratidão ao Vasco
Quinta-feira, 16/05/2019 - 04:28
A temporada começou amarga e termina doce para Douglas. Ele sonhava em estar no Manchester City, ser campeão inglês, mas teve o visto de trabalho negado na Inglaterra, apesar dos esforços de Pep Guardiola e do técnico Tite, que chegou a escrever uma carta à federação inglesa. Deverá ser rebaixado para a Segunda Divisão com o Girona, da Espanha, na sua segunda temporada no clube, mas foi convocado pela seleção brasileira olímpica que disputará o Torneio Internacional Maurice Rivello, antigo Torneio de Toulon. É motivo suficiente para fazer sorrir o garoto da Nova Holanda, que não deixa a comunidade do Complexo da Maré, no Rio, para trás.

Foi frustrante para você não ter ficado no City?

Foi um pouco sim... Por eu ter feito uma boa pré-temporada no time, pelo que o Pep Guardiola fez por mim, ele falou publicamente sobre o meu desempenho. Isso me deixou frustrado por não ter conseguido o visto.

No seu primeiro ano de Europa foram 17 jogos. Nesta temporada, chegou a 29. O que mudou?

Meu estilo de jogo mudou bastante. Na primeira temporada aqui, por ser muito novo, as coisas não aconteceram da forma que eu imaginava. Então, nesta temporada eu estou muito melhor com o novo estilo de jogo que venho trabalhando desde a pré-temporada no City.

Esse novo estilo é a atuação como primeiro volante. Como está se adaptando à função mais recuada?

Não foi tão difícil, pois tenho uma boa saída de bola que ajuda muito à equipe que você está jogando. Minha maior dificuldade foi na marcação, mas com tempo e muito trabalho estou aprimorando, como venho fazendo desde a pré-temporada com o Pep, no Manchester City, e aqui no Girona.

Você passou por aquela fase de deslumbramento ao enfrentar craques do nível de Messi, Suárez, Griezmann?

Foi especial, pois são jogadores que eu via pela televisão e PlayStation e hoje posso realizar o sonho de enfrentá-los. Mas, dentro de campo somos rivais e cada um defende o seu clube.

O que representa essa convocação?

É a realização de um sonho. Trabalhei duro aqui no Girona para ajudar o clube e conquistar esse objetivo, que é voltar a ser convocado para defender o meu país.

Mas não deu para manter o Girona na Primeira Divisão...

Todos nós aqui no Girona batalhamos muito duro durante toda a temporada para ajudar o clube, mas infelizmente não conseguimos alcançar o nosso objetivo, o que é motivo de muita tristeza e frustração para todos. Mas, ser novamente convocado para a seleção, desta vez a sub-23, me deixa feliz, pois mostra que o meu trabalho foi bem feito aqui.

Tem duas coisas que você deixou para trás na sua vida e que você parece ainda manter por perto: o Vasco e a Nova Holanda, onde cresceu.

Todos sabem que eu me manifesto muito sobre o Vasco por acompanhar bem o clube, até porque foi o clube que me projetou. Eu tenho muito carinho e gratidão pelo Vasco, que será sempre lembrado por mim e pela minha família. Sempre estarei acompanhando e torcendo, e quando eu puder estarei acompanhando os jogos do Vasco em São Januário quando estiver no Brasil.

E a Nova Holanda?

Todas as vezes que vou ao Brasil eu visito a comunidade, até porque tenho família e amigos lá e procuro estar perto deles. Ajudo as pessoas da comunidade da maneira que consigo neste momento e pretendo em breve fazer muito mais, pois existem muitas pessoas talentosas na comunidade que precisam de mais oportunidades.

Nessas férias, seu tempo por lá vai ser menor, por causa da convocação. Vai sentir falta?

Desde muito cedo tive que abrir mão de muitas coisas para alcançar meus objetivos na carreira. Agora, mais uma vez, vou abrir mão das minhas férias para estar com a seleção e defender o meu país, e isso gratificante pra mim.



Fonte: Extra Online