Em tempos de dificuldade financeira, especialmente no fluxo de caixa a curto prazo, o Vasco tem exatos R$ 7,9 milhões para receber, o equivalente a mais de dois meses de salários pagos em São Januário. Entretanto, o dinheiro está proibido de entrar na conta do Cruz-Maltino. Pelo menos enquanto o clube não obter as certidões negativas de débito (CND's).
A pendência dura desde setembro de 2017, quando o Vasco não conseguiu mais obter as certidões. O problema surgiu ainda na gestão de Eurico Miranda. As dificuldades financeiras se intensificaram e se prolongaram pelo primeiro ano inteiro de Alexandre Campello sentado na cadeira da presidência.
O balanço financeiro do Vasco, divulgado na última terça-feira, deu detalhes a respeito da quantia a que o clube tem direito. São R$ 6,050 milhões referentes à última parcela do contrato com a Caixa Econômica Federal. Marco Antônio Monteiro, vice-presidente de marketing na época, relembra o problema.
— Perdemos as certidões num mês e no mês seguinte estava previsto recebimento dessa parcela. Foi na época em que começamos a ter dificuldades para fazer negócios pela incerteza quanto à permanência de Eurico à frente do clube — destacou.
Além desse valor, outro montante que a gestão de Eurico Miranda conseguiu captar não foi devidamente depositado por causa da perda das CND's. O Vasco entrou no programa de incentivos fiscais da Confederação Brasileira de Clubes (CBC) e teria direito ao repasse de R$ 1,9 milhão.
A impossibilidade de receber os repasses ajuda a explicar a necessidade de o Vasco ter apelado para empréstimos em 2018. O balanço do clube mostrou que a diretoria atual foi obrigada a pegar dois montantes com o banco BMG. De acordo com a demonstração financeira, o Cruz-Maltino teve acesso a R$ 19,7 milhões e deu como garantia futuras receitas vindas da televisão.
Fonte: Extra Online