Pedrinho relembra embaixadinhas e 'Chocolate' na Páscoa de 2000; técnico vascaíno era Abel Braga
Domingo, 21/04/2019 - 08:24
Dia 23 de abril de 2000. Domingo de Páscoa. Na era do Maracanã "raíz", 40 mil ovos foram distribuídos para a torcida do Vasco por ordem do então vice de futebol Eurico Miranda. Em campo, um verdadeiro chocolate cruzmaltino se concretizou sobre o Flamengo com show de Romário: 5 a 1 fora o baile. Passados 19 anos, os clubes se reencontram novamente no feriado religioso, no mesmo local, com o Rubro-Negro tendo a faca e o queijo na mão para dar o troco no rival, após vencer o primeiro jogo da final do Campeonato Carioca, domingo passado, por 2 a 0 no estádio Nilton Santos.

Os tempos são outros. Se agora, mesmo com todo o favoritismo, o Flamengo prega a cautela e evita o oba-oba, naquela ocasião, o recém-falecido Eurico Miranda não temia provocar o adversário antes e depois da partida.

"Eu prometi chocolate! Eu dei os ovos para a torcida e o chocolate para eles (rubro-negros)!", dizia um efusivo e ainda saudável Eurico após a goleada.

Com apenas quatro meses de Flamengo, Gabigol ainda se ambienta com a rivalidade entre os clubes. Em entrevista coletiva, foi contado ao atacante a história do famoso clássico dos chocolates. O jovem riu, mas deixou claro que, em caso de título, não terá o "troco" de guloseimas.

"Não era nem nascido (risos). Mas são mais 90 minutos contra um grande time. Vamos jogar em casa, acho que os ingressos vão ser esgotados. Mas não vai ter chocolate, nada. Vai ter muito trabalho, desempenho e dedicação", disse o jogador se confundindo com o tempo, já que tinha quatro anos quando aconteceu aquele jogo.

Personagem polêmico daquela decisão de Taça Guanabara, o ex-meia Pedrinho ficou eternizado justamente naquele clássico. Fez um gol de pênalti, pediu silêncio à torcida rubro-negra e, ainda por cima, fez embaixadinhas no meio de campo quando o Vasco já goleava, algo que despertou a ira dos jogadores do Flamengo, numa confusão que resultou em expulsões.

O ídolo vascaíno revela, porém, que aquele jogo teve um sabor de resposta por um episódio que havia passado algum tempo antes.

"Particularmente aquele jogo tinha uma importância enorme porque no ano anterior eu estava lesionado, fui convidado por uma emissora para os comentários e, no intervalo, botei a cabeça para fora da cabine (no antigo Maracanã) e a torcida do Flamengo me xingou muito e debochou da minha lesão. Eu estava muito sentido por conta da lesão, não sabia o que ia acontecer. Depois daquele episódio, isso serviu de gasolina, me dediquei demais. Foi a oportunidade de dar uma resposta dentro de campo", se recorda ao UOL Esporte.

Abel pode repetir o feito, mas do outro lado

A grande curiosidade hoje é que o técnico Abel Braga poderá repetir o feito e sair campeão novamente de um Flamengo x Vasco num domingo de Páscoa, mas desta vez comandando o Rubro-Negro. Em 2000, era ele quem comandava o Cruzmaltino e foi bastante ativo durante os 90 minutos.

Quando Pedrinho fez as embaixadinhas e causou a confusão que resultou nas expulsões de Ovan, pelo lado do Vasco, e Beto, pelo do Flamengo, ele chamou o capitão Mauro Galvão e deu uma bronca pedindo para que o time respeitasse o adversário.

Mais experiente à beira de campo, Abel tenta conter a euforia que o favoritismo ao Flamengo causa para hoje. A cautela foi adotada desde os primeiros minutos da vitória no domingo passado.

"Liquidado não está. Um gol aos 15 minutos pode incendiar o jogo. Vamos tentar fazer o melhor para nossa vida", disse logo após a vitória por 2 a 0 no estádio Nilton Santos.



Fonte: UOL