Jairinho: 'Sempre sonhamos em defender times grandes, mas tenho contrato com o Bangu'
Terça-feira, 16/04/2019 - 14:31
O atacante Jairinho não é mais nenhum garoto. Após abandonar o futebol ainda nas categorias de base, o jogador de 28 anos, resolveu retomar a carreira em 2017, quando teve uma oportunidade no Campo Grande, na Série C do Campeonato Carioca. Ele conseguiu uma boa marca de seis gols em sete partidas. No ano seguinte, defendendo o Campusca em um jogo-treino contra o Bangu, chamou a atenção de Alfredo Sampaio, então técnico do Alvirrubro, e foi contratado pelo Gigante da Zona Oeste.

Em 2018 foram apenas cinco jogos, mas nesta temporada, Jairinho se tornou uma realidade. Ele jogou 11 dos 13 jogos do Bangu no Campeonato Carioca, na maioria das vezes como titular. Ao falar da sua retomada no futebol, o atacante não segurou as lágrimas e recordou dos tempos em que teve que trabalhar num sacolão para ajudar sua família.

- Meu pai, minha mãe e minha filha me trouxeram até aqui. Eu voltei a jogar a futebol por eles. Eu tinha parado de jogar futebol e passei a trabalhar em sacolão. Mas todo final de expediente eu chorava. Eu chegava em casa 2h da manhã e tinha que sair às 5h. Deus me deu um dom e eu não poderia enterrar meu talento. Comecei a batalhar tudo de novo. Joguei num dos maiores palcos do mundo. Só tenho a agradecer a Deus e a minha família - afirmou o atleta, que agradeceu a Alfredo Sampaio pela oportunidade que teve ainda em 2018.

- Ano passado foi o começo de tudo. Mas para eu ganhar espaço esse ano eu tive que melhorar muito. Minha oportunidade chegou e procurei aproveitar. Ganhei maturidade. O Alfredo sempre falava para entrar e jogar pelada. Eu aprendi a jogar o futebol moleque, mas com responsabilidade. Deu um belo trabalho e eu consegui me destacar.

Possibilidade de jogar num time grande

As atuações de Jairinho foram muito destacadas e apesar de ter contrato com o Bangu até o fim do ano, ele não deve seguir no Alvirrubro para o restante da temporada. Nos últimos dias, o Vasco demonstrou interesse em contar com o jogador. Ele não escondeu que está animado com a possibilidade de dar um salto na carreira, mas garantiu que qualquer empolgação é contida.

- Sempre sonhamos em defender times grandes, mas tenho contrato com o Bangu e tenho que respeitar. Se aparecer coisa boa, acho que será bom para os dois lados. Eu nunca fiquei vislumbrando lá na frente, sempre trabalhei dia após dias, buscando meu espaço. Acabei sendo premiado pelo trabalho que eu vinha fazendo - ressaltou.

Desacreditado, elenco do Bangu mostra seu valor

Antes do início do Campeonato Carioca, o Bangu não estava cotado entre os favoritos e uma terceira colocação na classificação geral era algo inimaginável. Porém, Jairinho exaltou a luta do elenco e deixou claro que nada abalou os jogadores, nem mesmo a saída de Alfredo Sampaio, na véspera do jogo da segunda rodada, contra o Volta Redonda.

- Enquanto ninguém acreditava na gente, nós mesmos acreditávamos muito no nosso trabalho. Focamos no trabalho e por isso chegamos as semifinais do Campeonato Carioca. Quando saiu o professor Alfredo, foi um baque muito grande, mas não nos abatemos. Passamos a trabalhar mais. E nada foi mudado. O Ado e o Marcão foram muito bem, mas se o Alfredo ficasse, acho que a campanha seria a mesma. Pois não era só a comissão. Cada jogador buscou o seu espaço e conseguimos chegar longe - relatou.

Legado deixado por elenco do Carioca


Jairinho ainda disse que a campanha feita pelo grupo alvirrubro deixou um legado no clube e quem chegar para a próxima temporada terá a responsabilidade de dar prosseguimento a esse legado.

- Deixamos um legado. Não sei quem vai sair, mas, quem chegar, tem que dar prosseguimento a esse legado. Trabalhamos muito forte para isso, era uma equipe maravilhosa. Nossa intensidade era muito forte. Criamos uma família muito grande - finalizou.

O Bangu agora aguarda a Copa Rio para voltar a campo. A equipe, na competição de mata-mata em nível estadual, pega o vencedor do cruzamento entre Friburguense e Maricá.



Fonte: FutRio