Vasco e Urubu decidem 1º Estadual após a morte de Eurico, dirigente que apimentou a rivalidade
Sábado, 13/04/2019 - 22:33
- O Vasco não entra em competição nenhuma para disputar. O Vasco entra na competição para ganhar. E é para ganhar, vou dizendo logo, em especial, do Flamengo.

Eurico Miranda: ame-o ou odeie-o. Raramente os torcedores cariocas nutrem algo pelo ex-dirigente do Vasco que não seja um dos dois sentimentos. Fato é que a rivalidade entre Flamengo e Vasco se acirrou demais desde que Eurico, autor da frase acima, começou a ter posição de destaque no Cruz-Maltino. Seja com dizeres polêmicos, bravatas ou atitudes surpreendentes, o ex-dirigente, moldou a rivalidade entre os dois finalistas que fazem a primeira decisão desde sua morte, em 12 de março.

Eurico sempre disse que Vasco e Flamengo era um campeonato à parte. Para ele, esse sempre foi o maior clássico da cidade, que teria perdido o prestígio para o Fla-Flu porque alguns presidentes anteriores teriam deixado que Nelson Rodrigues influenciasse o pensamento das pessoas. Mas sua missão era acabar com aquilo que estava ali.

Os números de fato mostram que enquanto Eurico Miranda foi presidente do Gigante da Colina, o Rubro-Negro não teve vida fácil. Nos 10 anos e meio de mandato, foram 47 jogos, com 19 vitórias, 13 empates e 15 derrotas, com 49,6% dos pontos em disputa conquistados.

Veja abaixo, alguns dos episódios mais polêmicos envolvendo Flamengo e Vasco

Antes mesmo de ser presidente do Vasco, Eurico já mandava e comandava no cargo de diretor de futebol. A primeira vez que ganhou notoriedade em algo envolvendo o Flamengo foi quando evitou que Roberto Dinamite fosse para o maior rival, em maio de 80. Cinco meses antes, o maior artilheiro da história do Vasco tinha sido negociado para o Barcelona, mas voltou ao Cruz-Maltino.

Nove anos depois, Eurico Miranda tirou Bebeto do Rubro-Negro. O camisa 7 do tetracampeonato mundial e o dirigente se reuniram para emitir e depositar um cheque de seis milhões quinhentos e vinte e oito mil e vinte e um cruzados novos na conta da Ferj. O jogador comprou o próprio passe, após não ter chegado a um acordo para a renovação de contrato com o Flamengo, que fixara o preço do ídolo, na Federação. O dinheiro usado por Bebeto havia sido antecipado pelo Vasco.

Nos anos 2000, dois episódios ficaram muito marcados. Primeiro, na própria temporada de virada do milênio, Eurico distribuiu 40 mil chocolates na Páscoa para a torcida do Vasco antes da final da Taça Guanabara. Dentro de campo, 5 a 1 para o Cruz-Maltino aos gritos de "Uh, é chocolate!"

Quatro anos depois, já como mandatário do Vasco, Eurico Miranda afirmou: "Já separei 30 mil litros de chope", dizendo que seus comandados eram muito melhores que o Flamengo. Mas dessa vez, foi a torcida rubro-negra que saiu feliz e saudosa do Maracanã cantando: "Arerê, o chope do Eurico eu vou beber".

Pra fechar, um tema recorrente nas últimas semanas. Como que antecipando a polêmica sobre quem vai gerir o Maracanã, Eurico participou de uma audiência pública em 2017 com os demais presidentes dos clubes cariocas. À época, ele disse: "Eu não posso ir jogar no Maracanã e o Maracanã estar pintado de vermelho e preto. É isso que não pode. O Maracanã é um estádio neutro. O Maracanã é um estádio neutro".

Mas se é primordialmente um personagem ligado ao Vasco, a torcida do Flamengo também lembra do dirigente, mas não de uma maneira acolhedora, nos intervalos do canto "Meeeengoo...". Os dois times se enfrentam às 16h deste domingo, no Nilton Santos, no primeiro jogo da final do Campeonato Carioca.



Fonte: GloboEsporte.com