Aos 31 anos, o amapaense Anderson Patric já é considerado uma das principais estrelas brasileiras jogando no Japão. Em cinco anos no outro lado do mundo, o atacante já conquistou todos os os títulos nacionais e foi eleito o melhor jogador da temporada, em 2014. Porém, o caminho do sucesso teve muitas pedras. Em vídeo divulgado nas redes sociais com mais de uma hora de duração, o atual camisa 10 do Sanfrecce Hiroshima lembrou das dificuldades na carreira no Brasil, principalmente no no Vasco e até o período em que ficou desempregado.

Revelado pelo Macapá, Patric também defendeu as cores do Paysandu, Santa Cruz, Salgueiro, Icasa, Atlético Goianiense, Criciúma, Vila Nova, Fortaleza, Mixto e Vasco. Sem contratos longos, o jogador conta que passou necessidade, nos alojamentos dos clubes por não ter dinheiro para comprar comida.

- Rodei por vários clubes no Brasil, mas nunca deu certo. Lembro que no Icasa, meu empresário mostrou uma entrevista do presidente do Icasa, que na época falou que eu era o pior Jogador que tinha passado pelo clube. Sem time fixo, chegava o domingo e eu não tinha dinheiro para comprar comida. Passei por muitas situações difíceis - contou o jogador.

Fase no Vasco

Foi no Vasco da Gama que o amapaense teve a principal chance da carreira no Brasil e onde passou por grandes dificuldades. Apesar dos problemas e da passagem discreta no clube carioca, o atacante considera que o Vasco foi uma das principais equipes da carreiras.

- Foi uma experiência muito grande nos dois anos que passei no Vasco [2010 e 2011]. Apesar do Vasco ser um time grande e ser sonho de qualquer jogador, tinha período que meu salário só dava para eu comer e pagar conta, isso quando eu recebia. Cheguei a ficar quase três meses sem receber salários. Lembro que eles pagaram um mês às vésperas do Natal, quando eu estava desesperado sem saber o que eu e minha família iríamos comer. Mas no fim, foi uma grande experiência que me preparou para suportar outras dificuldades - lembrou Patric.

Volta por cima no Japão

Após passagem pelo apagada pelo Atlético Goianiense, o atacante recebeu o primeiro convite para jogar no Japão, em 2013, no Kawasaki Frontale e depois no Ventforet Kofu, onde foi artilheiro do time na liga japonesa daquele ano.

Anderson Patric ainda teve passagens por alguns times brasileiros até voltar de vez para o Japão em 2014, onde começou a trilhar o caminho de títulos com o Gamba Osaka, onde conquistou duas Copas do Imperador, Supercopa, Campeonato Japonês e Copa Nabisco.

- Convivi com muitas dificuldades na minha vida. Desde a minha família, que pra quem não sabe, lutou contra a dependência química, até o meu trabalho. Mas quando eu cheguei no Japão, pensei que era o céu e senti uma paz de espírito enorme. Lembro que falei para mim mesmo, que eu queria viver aqui por muitos anos, não importa as dificuldades que eu passasse - disse Patric.

O último grande obstáculo superado pelo brasileiro foi em 2016, quando rompeu o ligamento do joelho direito e ficou sete meses sem jogar. Depois que se recuperou, o atacante não teve o contrato renovado com o Gamba Osaka, mas por causa do bom desempenhosnos últimos anos, Patric foi contratado pelo Sanfrecce Hiroshima, onde em 2018 fez uma boa temporada e ficou em segundo lugar na artilharia do Campeonato Japonês, ficando atrás apenas de Jô, ex-Corinthians.



Fonte: GloboEsporte.com