Confusão no jogo Vasco x Fluminense motivou Governo do Estado a romper contrato com Consórcio Maracanã
Um dia depois de anunciar a rescisão do contrato de concessão do Maracanã, o governo do Rio iniciou pelo Flamengo a série de conversas com clubes a respeito do futuro do estádio. O secretário estadual de Esporte, Felipe Bornier, esteve durante a manhã com o presidente rubro-negro, Rodolfo Landim.
O encontro serviu principalmente para apresentação da equipe de trabalho do governo. O Diário Oficial desta terça já traz a composição da comissão que irá definir o modelo da permissão de uso do Maracanã enquanto a licitação não se inicia e também o próprio modelo de parceria público-privada. Dos sete componentes do grupo, quatro são da Casa Civil, dois foram indicados pela Secretaria de Esporte e um pela Suderj.
- Neste primeiro momento é ouvir os clubes. Temos agenda cheia nos próximos dias. Queremos ouvir os clubes, a federação e, por que não, empresas. Podemos fazer uma sociedade com várias partes. O foco é a gestão e a manutenção. Em 180 dias, vamos ter um trabalho detalhado para um novo modelo jurídico com segurança e transparência - disse Bornier ao GLOBO.
O Flamengo é um dos clubes com contrato em vigor com a concessionária do Maracanã. E sua relevância para o negócio se dá por conseguir encher o estádio com frequência. Só que, no modelo vigente, a receita líquida com bilheteria das partidas não tem compensado muito.
- Flamengo entope o estádio, bota mais de R$ 1 milhão de receita e o consórcio alega problemas de caixa. Esse "custo-Maracanã" retratado pelo consórcio está muito elevado e não está transparente. Entre os trabalhos da comissão consultiva envolvendo representantes da Secretaria de Esportes, da Casa Civil e da Suderj está a realização de uma espécie de auditoria para levantar gastos e receitas com o Complexo do Maracanã para entendermos melhor essa situação financeira.
O outro que tem contrato com o Maracanã é o Fluminense. O governo do Rio ainda está acertando os ponteiros para agendar o encontro com o clube. A conversa com o presidente Pedro Abad é importante porque uma polêmica recente envolvendo o clube e o Vasco gerou incômodo no governo. Tanto Witzel quanto Bornier citaram a confusão na final da Taça Guanabara por causa da briga pelo posicionamento das torcidas no Maracanã: a partida só teve aval para ter portões abertos durante o primeiro tempo.
- O estopim foi o problema no jogo entre Vasco e Fluminense. A gente alertou ao consórcio que teria problema em relação ao estádio fechado. E o estado acabou tendo que expor a polícia a uma situação que poderia ter sido evitada. Aquela desorganização foi o estopim. Liguei para o governador Witzel naquele dia e narrei os fatos. A administração falha em vários outros aspectos. Há sumiço de peças no Complexo do Maracanã, as cadeiras não estão sendo trocadas, há falta de transparência, a gestão está muito ruim - contou o secretário de Esporte.
Fonte: O Globo Online