Valdir Bigode projeta jogo contra o Vasco e fala sobre sua relação com Eurico Miranda
Sem saber o que é derrota no Campeonato Carioca, o Vasco põe à prova novamente a sua invencibilidade em jogo, diante da Cabofriense, às 16h, no Estádio Kleber Andrade, em Cariacica.
Do banco de reservas rival, os vascaínos verão alguém que já decidiu muitas vezes a favor. Dentro e também fora de campo. Demitido de São Januário em dezembro do ano passado, o ex-atacante Valdir Bigode exercia a função de auxiliar-técnico permanente. Longe do clube de coração, encontrou abrigo na equipe da Região dos Lagos, que está viva na luta por um lugar na semifinal da Taça Rio.
Cria do hoje rival, o técnico tinha vínculo fortíssimo com o ex-presidente Eurico Miranda, morto na última terça. A horas do reencontro, este carioca da zona oeste fala das emoções que espera viver e relembra a importância do ex-dirigente em sua vida.
"Rever pessoas de quem eu gosto será muito legal, independentemente do resultado. Mas não é pelo fato de conhecer os jogadores que teremos alguma vantagem, ainda que eu possa usar informações a nosso favor. Fiquei muito triste pelo que aconteceu, perdemos um grande cara, as pessoas podem ter certeza disso. Quem gostava dele, gostava do jeito que ele era", disse Valdir ao UOL Esporte.
Esta ligação com o antigo mandatário rendeu um desconforto ao ex-jogador na última eleição do clube. Impedido de entrar na sede social pelo portão principal, ele teve de buscar uma outra porta para chegar ao ginásio, mas teve de ouvir ofensas de correligionários da oposição. Sobre a sua demissão do clube, ele diz não saber se houve alguma motivação política no caso:
"A pessoa não é contra alguém, eu apenas tinha um lado. São apenas adversários políticos. Minha saída foi uma surpresa, havia a promessa de aumento salarial para mim um mês antes de eu ser mandado embora".
Valdir terá pela frente um time mesclado por Alberto Valentim. Com a equipe já classificada para a semifinal do Estadual, a ordem é dar uma trégua a jogadores mais desgastados. Com este intuito, o comandante deve poupar muitos titulares. O "inimigo íntimo", no entanto, foi assunto durante a semana.
- Eu tinha uma relação muito boa com o Valdir, tenho um enorme respeito por ele, mas estaremos em lados diferentes. Vou dar o melhor para ajudar nosso time a vencer - disse Raul.
Por decisão da direção da Cabofriense, o jogo teve o mando vendido para o Espírito Santo. Os clubes levarão uma cota fixa para disputarem o jogo em solo capixaba.
Fonte: UOL