Vasco foi o único clube a ter lucro com as bilheterias na Taça Guanabara
Terça-feira, 19/02/2019 - 14:24
Apenas o Vasco, campeão da Taça Guanabara, encerrou a primeira etapa do Campeonato Carioca com saldo positivo nas bilheterias. Um quadro que poderia ter sido melhor se não fossem as abusivas despesas do Maracanã, se os clubes não desperdiçassem tanto dinheiro em taxas para a federação estadual, se a final não tivesse sido conturbada por uma confusão entre dirigentes sobre que lado sentar na arquibancada.

Na diferença entre receitas e despesas, os cruzmaltinos acabaram a competição com receita líquida de R$ 220 mil. Um saldo positivo que só foi possível graças a uma partida no Mané Garrincha, em Brasília, com cota fixa de R$ 250 mil. Não fosse ela, nem mesmo as despesas abaixo da média de São Januário deixariam a conta no azul.

O Fluminense também recebeu cota fixa de R$ 250 mil para jogar no Mané, venceu uma semifinal relativamente lucrativa contra o Flamengo e chegou até a decisão. Tinha tudo para se recuperar do início tremendamente deficitário no Maracanã. Mas dirigentes tricolores e cruzmaltinos decidiram se engalfinhar para decidir quem senta no lado Sul do estádio, e a expectativa por uma final rentável foi substituída por R$ 109 mil líquidos para cada um. Perderam todos.



Com média de público de 46.115 nos jogos em que foi mandante, além dos quase R$ 4,7 milhões em receita bruta, era de se esperar que o Flamengo terminasse a etapa no azul. Mas o Maracanã consumiu a maior parte deste dinheiro com aluguéis desproporcionalmente altos, além de o clube, em comum acordo, ter pagado por um prejuízo de mais de R$ 150 mil num clássico em que era visitante. Ainda que possua receitas por fora do borderô, como a de bares do estádio, o saldo negativo não deixa de ser um sinal de que muita coisa deu errado.

O Botafogo não chegou nem na semifinal. Com média de 3.970 torcedores por jogo, mesmo tendo recebido um clássico, fechou com R$ 438 mil perdidos. Pior caso entre os grandes cariocas, o clube alvinegro foi derrubado pela combinação perversa entre baixa expectativa na pré-temporada, resultados ruins e consequente afastamento da torcida.

O futebol carioca se apoia na lógica de que a venda dos direitos de transmissão, cuja cota está em R$ 15 milhões para cada grande clube, compensa os prejuízos nas bilheterias. Na prática, não funciona assim. Os primeiros meses do ano são os mais difíceis para as finanças, uma vez que sobre eles recaem pagamentos de salários atrasados, décimo terceiro e férias. As cotas de televisão foram antecipadas na maioria dos casos. Logo, os ingressos do estadual deveriam ser a salvação para quem está financeiramente apertado. Não mais um ralo de dinheiro.

Fonte: Blog do Rodrigo Capelo - GloboEsporte.com