Presidente tricolor fala em 'guerra' na final da Taça GB e diz que advogados foram ameaçados em São Januário
Sábado, 16/02/2019 - 18:12
O presidente do Fluminense, Pedro Abad, concedeu entrevista coletiva na tarde deste sábado sobre a polêmica em relação a quem deve ocupar o setor sul da arquibancada do Maracanã. O cartola convocou seus torcedores "à guerra" neste domingo, no sentido de lotar o setor que segundo ele não é o do clube. O dirigente ressaltou não concordar com a realização da final da Taça Guanabara. Pela manhã, ele esteve na sede da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) e deixou o local sem acordo.

- O Fluminense não concorda em nada com a realização desse jogo. Não abrimos ponto de venda nas Laranjeiras. Mas quero chamar nosso torcedor à guerra amanhã. Quero que vocês lotem aquele setor que não é o nosso. Mas o time é mais importante que essa questão.

Ele aproveitou para mandar um recado às pessoas que, segundo ele, "provocaram isso", sem deixar claro se estava se referindo somente à concessionária do Maracanã ou também ao Vasco:

- Se tiver briga amanhã, confusão, morte, podemos colocar a responsabilidade em cima das pessoas que provocaram isso. Que arquem. Nosso corpo jurídico já está preparado para isso.

Abad relatou ainda que advogados tricolores que foram a São Januário durante a semana foram ameaçados:

- Mandamos dois advogados a São Januário. Eles não puderam entrar no Vasco para entregar a cópia da decisão liminar. E diversas pessoas - eu não estava lá e não sei precisar quem foram - ameaçando: "Tem que dar murro mesmo, tem que bater". Vocês imaginam, nessa cultura de ódio, pessoas atacarem uma mãe de família e um advogado. Lamentável.

Confira os melhores trechos da coletiva de Pedro Abad:

Direito legítimo

- Vim para dar uma luz e explicar diversos aspectos e absurdos que vêm sendo cometidos contra o Fluminense, do direito legítimo de ocupar o estádio e desenvolver suas atividades nos jogos de futebol.

Guerra só no campo

- Não estou pedindo ao nosso torcedor para brigar com ninguém. A guerra é dentro do campo. O nosso clube é o time de guerreiros. É guerra saudável. Temos seis anos de Fluminense x Vasco sem brigas. Torcida do Fluminense não é violenta.

Contrato

- No contrato, dizia que Fluminense ficaria no setor sul. Isto está expressamente no contrato. Passaram-se diversos presidentes por Fluminense e Vasco e isso sempre foi respeitado. O que nunca havia acontecido é que a pessoa jurídica que administra o Maracanã, na administração de Mauro Darzé, passa atuar contra o que estava em contrato.

- Ou se respeita o contrato ou não se respeita. Se o regulamento diz que o mandante escolhe o estádio, ele escolhe o estádio. Qualquer clube pode escolher, sabendo que no Maracanã existe essa limitação. Quem quer mandar jogo contra o Fluminense lá tem que respeitar.

- Está claríssimo (no contrato). É textual. A única forma de isso não vigorar (Flu no setor sul) é diante de um acordo com o Fluminense. Acordo pressupõe duas vontades. E a vontade do Fluminense nunca será abrir mão desse lado.

Ordem judicial

- Houve um descumprimento explícito de uma ordem judicial. Isso é muito sério. Descumprimento expresso e deliberado de uma ordem judicial.

Convocação à torcida

- Eu quero vocês no estádio. Nós vamos ganhar esse jogo e vamos ser campeões.

Concessionária

- O que mais ouço por parte do Consórcio são sofismos, que "temos de preservar futebol", que "Maracanã é para todos". Ocorre que existe uma cláusula no contrato que diz que o Fluminense, seja mandante, seja visitante, tem direito a alocar seus torcedores no setor sul.

Ingressos

- Os ingressos estão à venda para o setor norte, até onde eu sei. Aqui em Laranjeiras não vamos vender. Os torcedores do Fluminense podem comprar nos outros pontos de venda.

Fonte: GloboEsporte.com