Sem clube desde que saiu do Vasco da Gama no fim de 2018, Fabrício tem usado o tempo livre para se preparar para novos desafios na carreira. O lateral esquerdo deseja deixar para trás o clima pesado, segundos suas próprias palavras, que viveu em São Januário.
Mesmo sendo várias vezes vaiado pelos próprios torcedores, ele garante não guardar problemas com a equipe carioca.
"Meu contrato se encerrou e as partes decidiram por não renovar. Faz parte do jogo. Foi importante pra mim vestir a camisa do Vasco e seguirei minha trajetória sem levar comigo qualquer mágoa do clube ou da torcida. O clima ano passado foi muito pesado. E isso pesou na decisão de ambos. Então preferi não renovar e buscar um novo lugar pra começar uma nova história", contou, ao ESPN.com.br.
Aos 32 anos, Fabrício acredita que sua carreira - que tem passagens por grandes clubes como Palmeiras, Corinthians, Internacional, Cruzeiro - e títulos como Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, são mais importantes do que os episódios polêmicos que enfrentou.
"Sempre fui muito espontâneo na vida. Isso chegou a me preocupar num determinado momento, mas não adiantaria eu me tornar quem eu não sou, fingindo que nada estaria acontecendo. Sou feito de sangue e carne e sinto as coisas como todo mundo sente. Marcado a gente está desde o momento que decide ser atleta de futebol. Aprender a lidar com isso é a tarefa mais difícil que existe pra nós. Ainda estou aprendendo e a cada temporada é uma nova oportunidade pra fazermos algo diferente. Só acredito que as mesmas pessoas que me carimbam por algumas situações de carreira, precisam também enxergar meu lado vitorioso em que pude contribuir pra que outros grandes do futebol brasileiro tivessem suas conquistas".
Veja a entrevista de Fabrício:
Por que não ficou no Vasco?
Meu contrato se encerrou e as partes decidiram por não renovar. Faz parte do jogo. Foi importante pra mim vestir a camisa do Vasco e seguirei minha trajetória sem levar comigo qualquer mágoa do clube ou da torcida. O clima ano passado foi muito pesado. E isso pesou na decisão de ambos. Então preferi não renovar e buscar um novo lugar pra começar uma nova história.
Você disse em uma entrevista coletiva que a polêmica no Inter não foi nem 1% do que sofreu no Vasco... Explique melhor esses episódios.
No Inter eu tive alguns episódios. Aqui no Vasco a coisa era diária. Pressão de torcedor, alguns criticando de forma produtiva, incentivando a melhoria. Mas a grande maioria levando para um lado pessoal que me incomodou muito. A gente fica preocupado por questões familiares e isso influencia diretamente o rendimento de um jogador. Xingamentos, ameaças... isso nunca vai melhorar uma situação, pelo contrário, só vai piorar tudo. Entendo que o torcedor está no seu direito, mas também penso que quando alguém já está ferido, não adianta você bater ainda mais forte. Nosso futebol precisa mudar com urgência isso. Não é porque foi comigo. Precisamos entender que existem profissionais dentro de campo que estão buscando a vitória a todo momento. Nós jogadores jamais entraremos em campo com o propósito de fracassar. Tive o apoio dos companheiros e do próprio Valentim pra segurar a onda. Foi difícil, mas conseguimos manter o Vasco na Séria A.
Em algum momento achou que poderia ficar marcado pelos episódios (Inter e Vasco)?
Sempre fui muito espontâneo na vida. Isso chegou a me preocupar num determinado momento, mas não adiantaria eu me tornar quem eu não sou, fingindo que nada estaria acontecendo. Sou feito de sangue e carne e sinto as coisas como todo mundo sente. Marcado a gente está desde o momento que decide ser atleta de futebol. Aprender a lidar com isso é a tarefa mais difícil que existe pra nós. Ainda estou aprendendo e a cada temporada é uma nova oportunidade pra fazermos algo diferente. Só acredito que as mesmas pessoas que me carimbam por algumas situações de carreira, precisam também enxergar meu lado vitorioso em que pude contribuir pra que outros grandes do futebol brasileiro tivessem suas conquistas.
Como avalia seu ano passado pelo Vasco?
O ano de 2018 foi pesado pra todos nós lá. A pressão era muito grande e com certeza isso atrapalhou. Mas no fim conseguimos manter o Vasco na elite do futebol brasileiro. Sigo meu caminho e desejo sucesso aos companheiros que ficam. Torço pra que façam um 2019 bem diferente.
Ficou alguma tristeza da passagem pelo Vasco?
Não fica não. Fica dos momentos difíceis que precisamos passar. Mas isso faz parte da nossa vida na bola. Não relaciono isso a imagem do clube. Por isso, não procuro levar isso no meu coração. Prefiro pensar no privilégio de ter vestido as cores do Vasco.
Quais seus planos para esse ano? Está negociando com clubes?
Recebemos sim, daqui do Brasil e de fora. Sigo me preparando de forma particular e espero voltar aos gramados o mais rápido possível. Estamos ouvindo e analisando algumas propostas, eu e meus representantes. Acredito que vamos acertar em breve meu futuro, seja por aqui ou em terras estrangeiras.
Como tem feito para se cuidar? Conte sobre sua rotina?
Mantenho a forma com meu personal que administra meus treinamentos de maneira bem próxima com o que fazemos nos clubes. Corrida, academia, alimentação, etc. Procuro sempre trabalhar cada área com o profissional específico pra me manter nos eixos (risos). Claro que o trabalho com bola faz falta, mas o que importa é estar fisicamente preparado pra assumir um novo desafio.
Como foi seu começo no futebol? Trabalhou com algo antes? Onde fez testes e passou até virar profissional?
Comecei com 11 anos na Portuguesa. Fiquei dos 11 aos 15 por lá. Dos 15 aos 19 joguei na base do São Paulo. Logo em seguida fui pro Corinthians e fiquei até os 23 antes de rodar pelo resto dos clubes por onde passei como profissional. Passei por Bragantino, Santo André, Monte Azul... foram vários antes de me firmar nos grandes. Foi uma trajetória complicada no início, mas que valeu a pena, pois aprendi muito nestas diferentes escolas.
Quais os melhores momentos que passou na carreira?
Tive grandes momento. Marcar gol pra mim é muito especial. Pelo Inter, Palmeiras, Cruzeiro e Vasco tive momentos especiais. No Internacional fiquei 4 anos e marquei 15 gols. Foram quatro temporadas muito especiais pra minha carreira. Procuro sempre relembrar desses momentos, como o gol pelo Vasco que deu a vaga na final do Carioca do ano passado. São situações como esta que me alimentam e procuro lembrar sempre com muito carinho. Que eu possa logo voltar pra bola e ter a oportunidade de construir novos momentos como estes.
Fonte: ESPN.com.br