Concessionária detalha custos do Maracanã e lembra que operação é feita pelos clubes
Terça-feira, 05/02/2019 - 12:37
A relação jogos de futebol x Maracanã vem dando o que falat neste início de 2019. O Flamengo, que em três jogos levou 123.195 pagantes ao estádio, acumulou um prejuízo aproximado de R$ 183 mil. Por sua vez, o Fluminense, que teve 18.010 pagantes em três partidas, teve um déficit de cerca de R$ 846 mil. Números que vem causando a revolta de seus torcedores e críticas à administração do palco mais famoso do Brasil. Porém, a concessionária se defende e mostra números para isso.
Em nota divulgada para a imprensa na noite desta segunda-feira, com o título "entenda os custos operacionais dos jogos e da manutenção do Maracanã", os administradores argumentaram que o único valor que recebem da bilheteria é referente ao aluguel e que essas quantias não cobrem todos os gastos necessários para manter o estádio anualmente. Além disso, citaram outras receitas que não aparecem nos borderôs e lembram que responsabilidade do custo pela operação fica com aos próprios clubes.
Confira a nota na íntegra:
Entenda os custos operacionais dos jogos e da manutenção do Maracanã
É preciso diferenciar o que é o custo de uma partida e o que é despendido para a manutenção do estádio estar sempre seguro, atualizado e confortável para os torcedores do primeiro ao último jogo da temporada.
A operação e o custo das partidas, desde 2017, está sob a responsabilidade dos clubes, que negociam diretamente com os fornecedores. A operação dá conta de despesas que existem em todo e qualquer estádio do mundo, como água, energia, seguranças, orientadores e funcionários de limpeza, por exemplo.
É importante ressaltar que parte significativa desses custos dizem respeito à segurança dos torcedores. No último jogo, entre Flamengo e Cabofriense, no dia 3/02/19, foram mais de 475 seguranças privados que, somados aos policiais do BEPE, formaram um efetivo de 695 pessoas.
As contas públicas (água, energia e gás) são medidas somente para o período da partida. Ou seja, os clubes só pagam o que é consumido durante o jogo.
Os clubes também são os responsáveis pela bilheteria e pela definição dos preços dos ingressos, que via de regra está atrelada aos respectivos programas sócio torcedor ou similares.
As receitas provenientes destes programas de sócios torcedor ou similares não aparecem no borderô das partidas.
As receitas times de futebol mandantes durante os jogos no estádio não se resumem apenas à bilheteria da partida. Pelos contratos estabelecidos entre o Maracanã e o clubes, estes recebem percentuais das receitas de alimentos e bebidas, bem como valores oriundos da venda de camarotes.
Reiteramos que a única remuneração da concessionária que administra o Maracanã é de R$ 120 mil por partida e R$ 150 mil nos clássicos. Esses valores foram solicitados pelos clubes numa reunião realizada em 14 de janeiro na FERJ.
É com este recurso que a empresa mantém o estádio sempre atualizado e com a manutenção em dia. Está no contrato de concessão, por exemplo, a correta amortização e depreciação dos equipamentos e espaços. Em linhas gerais significa que a concessionária deve trocar equipamentos que se depreciam o quebram ao longo do tempo, como lona da cobertura, telões, subestações de energia, sistema de segurança, ar condicionado, elevadores, catracas, cadeiras e outras dezenas de itens.
As receitas obtidas pela concessionária por meio do aluguel do Maracanã nos jogos não cobrem todas as despesas necessárias para manter o estádio anualmente. É por esse motivo que o Maracanã viabiliza receitas por meio do conteúdo futebol, das dezenas propriedades do estádio e também através do desenvolvimento do entorno do estádio.
A simples leitura do borderô das partidas, portanto, mostra apenas parte dos recursos que são movimentados durante um jogo de futebol.
Tomando como exemplo o borderô o jogo Flamengo x Cabofriense, sexta partida realizada no estádio em 2019
A única receita obtida pela concessionária foi o aluguel de 120 mil.
Receitas descritas nas linhas 17 (conta de consumo) são pagas às empresas de água, energia e gás por meio do rateio das contas referentes somente ao período da partida.
A linha 18 (custo operacional) é referente a valores que o clube paga diretamente a fornecedores como segurança, limpeza, orientadores, etc. Esse efetivo é dimensionado pelo próprio time, bem como a negociação com cada empresa.
A linha 15 (custo de infraestrutura) trata de equipamentos, como separadores de fila, que o clube aluga para realizar a partida.
Em resumo, os únicos valores pagos diretamente ao Maracanã são o aluguel os das linhas 16 (aluguel do estádio - R$ 120 mil) e 17 (contas de consumo - R$ 150 mil de provisão, mas cerca de R$ 95 de valor real depois da medição) de gás, energia e água, que os clubes pagam somente pelo valor consumido durante as partidas.
Fonte: GloboEsporte.com