Muitos torcedores do Vasco torceram o nariz quando a diretoria contratou Thiago Galhardo em janeiro de 2018, já que o meia ainda não tinha conseguido se firmar em um grande clube brasileiro e chegava de uma temporada no Japão. Aos poucos, no entanto, ele conseguiu superar a desconfiança e, mesmo com alguns percalços, conquistou seu espaço e terminou a temporada como titular.
Por tudo isso, Galhardo considera que 2018 foi o ano mais especial da sua carreira. Foram 38 jogos e sete gols marcados.
- Foi um ano mágico. Pelos jogos, pelos números e com certeza vai ficar marcado para mim. Sem dúvida nenhuma foi a temporada mais especial da minha carreira - afirmou ao GloboEsporte.com.
Confira a entrevista com Thiago Galhardo:
Temporada mais especial da carreira
Foi um ano mágico. Pelos jogos, pelos números e com certeza vai ficar marcado para mim. Sem dúvida nenhuma foi a temporada mais especial da minha carreira, por "n" fatores. Um deles foi poder voltar para o Rio de Janeiro e defender um grande clube como o Vasco, que não à toa é chamado de Gigante. Depois pela torcida ser tão apaixonada e presente em todas as ocasiões.
Claro que houve a cobrança, o que é normal. Jogar no Vasco quando é campeão, quando vence, é maravilhoso. Mas quando perde tem que colocar a cara a tapa também e ter personalidade.
De incógnita a titular
Eu era aposta para diretoria, torcedores, mas sempre confiei no meu trabalho e no que poderia fazer. Só queria ter espaço. E o Vasco me abriu as portas e acreditou em mim. Eu vinha do Japão e poucos sabiam como eu estava, mas tive um ano muito bom lá. Com muito trabalho, terminei a temporada muito bem, como titular e ajudando o time a se manter na Série A.
Fico feliz de saber que tive um ano completo, de sucesso, com muitos mais altos do que baixos. Acho que tive uma constância boa, oscilei pouco, principalmente no final. Nos dez últimos jogos, quando a equipe mais precisou, consegui estar presente ajudando.
Momentos mais marcantes da temporada
Vou citar os três mais. O mais marcante da minha carreira foi o choque de cabeça com o Fabio Santos, contra o Atlético-MG. Desmaiei. Depois revi a cena, e meus familiares e amigos me contaram com eles ficaram... Foi uma coisa realmente que me marcou muito negativamente. Eu não tinha condição nenhuma de voltar para o jogo, mas voltei.
O segundo, pela jogada que foi, é o chapéu no Ramiro, no jogo em que o Henrique foi expulso no primeiro tempo. Entrei para jogar de ponta e fui muito bem. No decorrer da partida, dei um lindo chapéu. Não ganha jogo. Mas naquele dia nós vencemos o Grêmio em São Januário. Sempre que dá eu revejo esse lance, até para poder repetir futuramente.
O terceiro, e talvez o mais importante pelo Vasco, foi o gol contra o Grêmio. Teve a arrancada, o Maxi devolveu de calcanhar e fiz o gol. Ali começou minha arrancada. Foi meu primeiro jogo como um camisa 10 com o Valentim, e depois tive uma sequência espetacular. Não saí mais.
Dificuldades de manter o alto rendimento físico
Eu sempre vou me doar muito em campo. Comecei o ano bem, mas tive umas lesões que me atrapalharam bastante. É difícil se recondicionar com um calendário tão apertado. A maioria dos jogos que questionaram minha parte física foram os que eu joguei de volante. Nessa função é preciso se desdobrar mais. Às vezes eu ficava perdido.
Momento mais difícil da temporada
Foi quando não consegui ter o rendimento que eu queria quando passei a ser mais utilizado como volante. Eu entrava em campo com toda vontade de sempre, me doava mil por cento, mas as coisas não aconteciam. Foi quando conversei com o Valentim e pedi para voltar a atuar como meia, que é onde eu me sinto mais à vontade e onde vinha fazendo as minhas melhores partidas. Eu sabia que talvez demoraria mais a voltar a jogar, pois eu não era a primeira opção para a função, mas eu precisava pensar no melhor para o Vasco, que vem sempre em primeiro lugar.
Graças a Deus as oportunidades voltaram a surgir logo em sequência, voltei a ganhar confiança e terminei o ano podendo ajudar o time da melhor maneira possível.
Vasco 2019 - Qual será a cara do time?
Acho que ainda é cedo para dimensionar essa questão com clareza. Muitos jogadores estão com contrato acabando, outros jogadores virão, mas a expectativa é que possamos estar em condições de brigar por todos os títulos que vamos disputar. Quando o Vasco entra em uma competição tem sempre que ter a mentalidade de buscar o melhor possível. Quero brigar por taças, ser campeão e fazer história aqui e vou sempre dar o meu máximo em busca disso.
Expectativa pelo início do trabalho em 2019
Desde que terminou o Brasileiro, tento esquecer de tudo e espairecer a cabeça e o corpo. Quando começa o ano, me concentro totalmente, me dedico ao máximo para entrar em forma e fazer o que eu mais amo, que é jogar futebol. Começo a fazer um trabalho de prevenção de lesão e a dar uma corrida.
Fonte: GloboEsporte.com