Irregularidade em documentos de jogador não deve levar Goiás e Ceará a perderem pontos
Terça-feira, 04/12/2018 - 16:38
A CBF vai pedir nesta nesta semana ao Goiás informações sobre o lateral direito Ernandes, alvo de uma denúncia da Ponte Preta, que o acusa de ter disputado 31 partidas da Série B de maneira irregular. O jogador teria adulterado documentos para parecer dois anos mais novo. Ele ainda não se pronunciou. O Goiás se eximiu de responsabilidade.

O registro de Ernandes no cartório de São Félix do Araguaia-MT, onde foi registrado, mostra que a data de nascimento dele é 11/11/1985, dois anos antes do que está registrado na CBF: 11/11/1987.

O caso ganhou repercussão porque o Goiás terminou em quarto lugar na Série B – e assim garantiu vaga na Série A em 2019. A Ponte Preta, que ficou em quinto lugar, vê responsabilidade do Goiás no caso quer que o clube goiano perca os pontos das 31 partidas em que Ernandes atuou.

Segundo dirigentes e advogados especializados em direito desportivo, tal possibilidade está descartada. O caso de Ernandes seria enquadrado no parágrafo terceiro do artigo 35 do Regulamento Geral de Competições da CBF, que diz:

– Eventual irregularidade de ato de registro e/ou transferência não se confunde com irregularidade da condição de jogo, sendo de competência da CNRD, na forma de seu Regulamento, apreciar e julgar tais irregularidades.

O Goiás estaria, portanto, sujeito a penas administrativas – advertência e multa, por exemplo – mas não a penas esportivas. Isto também vale para o Ceará, para quem Ernandes foi emprestado e disputou uma partida da Série A em 2018.

O procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua, deu entrevista ao programa "Redação Sportv" nesta terça-feira, e disse que o caso "foge da esfera esportiva".

A única possibilidade de perda de pontos, sempre segundo as fontes consultadas pela reportagem, seria se os campeonatos em disputa tivessem algum tipo de limitação de idade para inscrição de jogadores. Não é o caso do Campeonato Brasileiro.

A situação de Ernandes tem semelhanças com um caso de 2006, o do volante Carlos Alberto, então no Figueirense. Após a comprovação de que houve adulteração de documentos, o jogador foi punido com um ano de afastamento do futebol. Não houve pena aplicada ao clube.

Fonte: GloboEsporte.com