Média de lesões diminuiu de 2017 para 2018; médico faz balanço da temporada e projeta 2019
O Vasco, constantemente criticado em redes sociais por lesões e problemas no departamento médico, tem números que mostram o contrário. Em um levantamento interno, obtido pelo GloboEsporte.com, o clube constata uma queda na média de contusões por partidas em relação à temporada passada.
Em 2017, o Vasco disputou 60 jogos e teve 41 lesões: média de 0,68 por partida;
Em 2018, foram 67 partidas e 41 lesões, média de 0,61 por jogo.
O departamento médico do Vasco ainda leva em consideração um estudo realizado no futebol europeu entre 2001 e 2009 para destacar os números da temporada. De acordo com o artigo, que analisou 2.299 atletas de 51 clubes, 21 lesões musculares num ano seriam razoáveis num elenco com 35 jogadores. Em 2018, até agora, o Cruz-Maltino teve 17 (veja abaixo a lista).
- Portanto, os números do clube se encontram em consonância com a literatura mundial. Um artigo mais recente que estudou dez clubes ingleses na temporada 2015/2016 identificou 473 lesões, média de 47,3 por clube, sendo que 41,2% destas lesões foram musculares (19,48 lesões). Um outro artigo, este sobre incidência de fraturas, mostrou que o número de fraturas esperadas em um clube por ano é de uma a duas. Tivemos nove, fora a lesão do Maxi no jogo contra o Grêmio - analisou o médico Marcos Teixeira, chefe do DM do Vasco.
Segundo o Cruz-Maltino, as lesões musculares em 2018 foram:
Lenon - 2
Thiago Galhardo - 2
Ramon - 2
Giovanni Augusto - 2
Henrique - 2
Oswaldo Henríquez - 1
Kelvin - 1
Evander - 1
Bruno Silva - 1
Werley - 1
Raul - 1
Rildo - 1
Lesões do Vasco em 2018
Musculares 17
Fraturas/luxações 9
Tendinopatias 3
Articulares 2
Entorses 3
Concussões 4
Cortocontusa 1
Ligamentares 2
Total 41
As razões do aumento no número de lesões, apesar da queda de média, se dá, também, de acordo com estudos levados em consideração pelo departamento médico do Vasco, ao aumento das semanas com mais de uma partida. Em 2017, o calendário teve 16 semanas com dois jogos. Em 2018, o número aumentou para 22 semanas, além de duas com três partidas.
- Meus números são baixos. Isso me incomoda. Começamos mal, com perda de jogadores. Atrapalhou muito. Tive que improvisar muito. Mas o time criou identidade e padrão - analisou o técnico Alberto Valentim.
A impressão de mais lesões/partida
Para o médico Marcos Teixeira, as críticas públicas em redes sociais têm teor político e não levam em consideração os números apresentados pelo Vasco. Os traumas inevitáveis também entram na conta e levam a "culpa".
- Essa impressão pode ser causada pelo fato de as lesões com trauma terem acontecido com muita frequência em 2018. Um número incomum de lesões que infelizmente você não consegue prevenir. Sem dúvida, também influencia nessa impressão motivações políticas que pretendem atingir o presidente justamente na área que sempre foi sua especialidade, a médica. A resposta a isso são estes números que estamos te apresentando - disse.
A próxima pré-temporada
Com a disputa da Copa América em 2019, o Vasco prevê uma preparação curta para a próxima temporada. No ano que vem, o Cruz-Maltino disputará Campeonato Carioca, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, além de ainda poder entrar na Sul-Americana.
O presidente Alexandre Campello já disse, em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com, que há a possibilidade de o Vasco iniciar 2019 com uma equipe mista, diante do pouco tempo de preparação.
- Reuniões já foram realizadas com a comissão técnica sobre a condução dos processos durante esta fase. A primeira etapa com o Departamento Médico terá início no recém criado laboratório de análise do desempenho físico. Começar o ano com um time misto é uma decisão que envolve todas as áreas do clube, e não apenas a médica. Apesar de o tempo de pré-temporada no Brasil ser curto e estar longe do ideal, posso garantir que o trabalho será feito para colocar todos os jogadores disponíveis em ótimas condições de jogo o quanto antes - completou Marcos Teixeira.
Fonte: GloboEsporte.com