Celso Roth, técnico de Maxi López no Grêmio, fala sobre as qualidades do atacante vascaíno
Neste domingo (11), o argentino Maxi López fará o seu reencontro com o Grêmio, primeira equipe dele no Brasil. Em 2009 pelo time gaúcho o atacante marcou 17 gols em 41 jogos, a melhor marca em uma só temporada em toda a carreira. No Vasco ele está trilhando um novo caminho de sucesso, fazendo 7 gols em 15 partidas, mostrando que nasceu para jogar no futebol brasileiro. O responsável por começar essa trajetória foi o técnico Celso Roth. Em entrevista exclusiva ao Esporte 24 Horas, o treinador revelou que pediu a contratação do atacante por tê-lo enfrentado na Mercosul de 2001.
"O Maxi chegou ao Grêmio no momento em que o time precisava de um centroavante. Eu o conhecia da época do River Plate, quando eu comandava o Palmeiras em 2001. Nos enfrentamos na Mercosul. Ele era um jovem de 17 anos. Depois consolidou a carreira e foi para a Europa. Quando ventilamos o nome do jogador ele estava sem jogar e quando foi contratado precisou de um tempo de adaptação, para melhorar fisicamente e tecnicamente. Depois em todo o período ajudou muito o Grêmio".
Apesar da pose de pop star, com as roupas de grife e tudo mais, Celso Roth garantiu que Maxi López é um jogador de grupo, amigos de todos no elenco.
"Na época em que foi contratado Maxi López já era um jogador fantástico, decisivo e isso foi reconhecido pelos companheiros. Nunca foi marrento. Sempre teve uma boa participação coletiva e dava abertura aos atletas do elenco. Pelo que vejo, acho que continua assim, a mesma pessoa, sempre muito educado. É bom que se diga. O jogador argentino, além da qualidade técnica, é sempre muito educado, tanto profissionalmente, quanto pessoalmente, respeitando os companheiros de trabalho e a hierarquia".
Sequência é o segredo do sucesso
Maxi López chegou ao Vasco precisando resolver os problemas do time e isso rapidamente foi feito por ele e Celso Roth tem a explicação para o sucesso repentino. Além da qualidade técnica indiscutível, o treinador destacou a sequência de jogos e a confiança, que são fundamentais para todo jogador de futebol.
"Aqui no Brasil o que ele tem tido é o que todo jogador precisa, que é sequência no trabalho. Ele está jogando e isso faz com que o jogador adquira confiança, faz com que os companheiros adquiram confiança nele. Aí as coisas se tornam mais fáceis, até porque é um atacante que domina todos os fundamentos da posição. É um jogador de área, com boa técnica, finalização e visão de jogo".
Maxi López 2009 x Maxi López 2018
Em 2009 o argentino tinha 25 anos. Atualmente tem 34. Pelo Grêmio fez 17 gols em 41 jogos, média de 0,41. Já pelo Vasco, marcou 7 gols em 15 partidas, média de 0,46. Afinal de contas qual versão do argentino é melhor. Para Celso Roth, não há como compará-los.
"O Maxi que chegou no Grêmio tinha mais vigor físico, enquanto o Maxi de hoje tem mais maturidade em jogar. Isso faz com que ele tenha boas médias, tando no Grêmio, por uma razão, e agora no Vasco pela maturidade, visão de jogo, posicionamento e por enxergar antes a jogada, bagagem que trouxe da Europa".
Quanto ao peso, Celso Roth saiu em defesa do jogador.
"É bom que se diga que o Maxi sempre teve esse perfil físico. Eu não sei como ele está agora em relação a percentual de gordura e tal. Mas o que eu posso dizer é que ele sempre teve esse perfil. Ele sempre teve um corpo desenvolvido".
Torcida pelo Vasco
Com passagens por Grêmio e Vasco, Celso Roth possui identificação com os dois clubes. No entanto, não ficou em cima do muro e afirmou que torce para o Cruzmaltino neste domingo.
"Meu palpite é que seja um bom jogo e que ganhe o melhor. Espero que seja o Vasco já que o Grêmio está em uma situação absolutamente cômoda e equilibrada no campeonato. Então o Vasco é que está mais necessitado no momento e eu espero que faça um bom jogo e que tenha a capacidade de ganhá-lo. Eu trabalhei no Vasco três vezes, com duas diretorias diferentes. Tenho um carinho todo especial pelo Vasco. Infelizmente na última passagem não consegui fazer o trabalho que eu queria. O Vasco vai permanecer na primeira divisão porque é um grande clube e tem uma torcida fantástica".
Planos para o futuro
Sem trabalhar desde que foi demitido do Internacional em 2016, Celso Roth afirmou que segue no mercado esperando uma oportunidade. Entretanto deseja um trabalho que possa desenvolver desde o início, situação que não aconteceu nos seus dois últimos clubes.
"A minha função ainda é de treinador de futebol, até porque ainda tenho muita energia. O Felipão comemorou 70 anos essa semana. Eu tenho 60, então tenho muito tempo ainda. A gente sempre tem convites. O que eu estou tomando cuidado é para que não aconteça como aconteceu nos dois últimos, que não foram convites e sim convocações. Tanto do Vasco, quanto do Internacional. A primeira através do Eurico Miranda e a segunda do Fernando Carvalho. Tanto uma quanto a outra, não consegui dar o retorno que gostaria. A intenção é que eu tenha a oportunidade de iniciar o trabalho, fazer o mapeamento, fazer as escolhas, para que se possa fazer um trabalho bem feito".
Fonte: Esporte 24 horas