Presidente da Apfut fala sobre aprovação de contas de 2017 pelo Conselho Deliberativo do Vasco
O cenário conturbado na política do Vasco - cujo capítulo mais recente foi a aprovação do balanço feito por Eurico Miranda, em detrimento daquele publicado pela gestão Alexandre Campelo - gera preocupação no órgão responsável por zelar pela governança no futebol brasileiro, a APFUT.
A autarquia tem como objetivo analisar se os clubes estão em conformidade com a Lei do PROFUT. Mesmo sem ainda ter sido comunicada oficialmente sobre o que se passou nos bastidores de São Januário, o alerta já está ligado.
- A APFUT vê com preocupação a reunião de ontem, uma vez que recebemos do presidente Alexandre Campelo as demonstrações contábeis, e com base nelas e em outros documentos tomamos as nossas providências. A APFut é reconhecida pelo mercado como um órgão que trabalha visando a sustentabilidade das instituições esportivas a longo prazo - disse o presidente da APFUT, Luiz Mello.
As providências as quais Mello se refere é um processo administrativo aberto pelo órgão em julho. O Vasco faz parte de um bloco de clubes que tiveram déficits acima do limite de 10% da receita do ano anterior. Ao clube, segundo Campelo, foi solicitado o cumprimento das contrapartidas, sob o risco de exclusão do parcelamento.
A questão é que, pela votação da noite de quinta-feita, o documento e as informações nele contidas passaram a ser inválidos pelo próprio Vasco. Isso suscita uma série de dúvidas em relação a autenticidade das demonstrações contábeis apresentadas e a forma como o clube informará à APFUT que os dados não batem com o publicado inicialmente.
O Vasco, por sua vez, entende que não há qualquer risco de problemas com o Profut porque o balanço publicado por Alexandre Campello, no dia 30 de abril, é o válido, de acordo com o clube. Por meio da assessoria, a diretoria afirmou que apenas as contas do ex-presidente foram aprovadas na reunião do Conselho Deliberativo. Ela ressalta ainda que o balanço do clube, no máximo, vai passar por ajustes finos se assim for considerado necessário. De qualquer forma, seriam acertos apenas pontuais.
Vale lembrar que o Profut traz condições especiais para a quitação das dívidas junto à União e foi tratado como um desafogo importante para que os clubes recebessem Certidões Negativas de Débito, requisito para obtenção de patrocínio estatal. Por isso, a exclusão seria um problema grande para as já combalidas finanças do Vasco.
Fonte: O Globo Online