Juvenil: Com 2 derrotas em 36 jogos em 2018, Celso Martins revela lema vascaíno: 'Formar vencendo'
Os números do time sub-17 do Vasco em 2018 são expressivos: em 36 jogos, foram apenas duas derrotas e 91 gols marcados, uma média de 2,5 gols por partida. O responsável pela equipe é Celso Martins, que assumiu a categoria no início do ano, após passagens por America, Fluminense e Flamengo.
Pelos números, é possível perceber que se trata de uma equipe ofensiva. Celso tem em mãos uma geração considerada das mais promissoras do clube, de jogadores nascidos em 2001, e soube aproveitar isso para montar um time com alto potencial de ataque.
- Aqui no Vasco temos um lema que é formar vencendo. A gente acredita nessa nova maneira de jogar, esse estilo de jogo, de valorizar a posse de bola, ter jogadores mais técnicos nas equipes. A gente aposta na maneira de jogar, no modelo, e o resultado é consequência - disse o treinador.
O resultado aparece nesta reta final de temporada: nesta quarta-feira, o Vasco decide vaga na semifinal da Copa do Brasil sub-17 contra o Palmeiras, em São Paulo - no jogo de ida, em São Januário, venceu por 1 a 0. Além disso, decide no próximo domingo o Estadual da categoria diante do Fluminense.
Nesta entrevista, Celso explica suas ideias de jogo, defende a escola de formação brasileira e manda um recado para a torcida: é possível se animar com esta geração que está pedindo passagem.
Confira:
GloboEsporte.com: Esta geração sub-17 é considerada das mais promissoras do clube. Qual sua avaliação?
Celso Martins: Acredito que é uma geração muito boa, que foi se criando ao longo do ano, com bom ambiente, bom grupo de trabalho. Eu acredito que é uma geração que a torcida do Vasco pode esperar talentos técnicos muito interessantes. Jogadores que se propõem a jogar, com qualidade, buscam o gol e têm um futebol bonito, gostoso de ver jogar.
São apenas duas derrotas no ano e 91 gols marcados. Como explicar estes números?
- É mérito do trabalho de todos eles. Acreditaram que, se pensassem muito mais em grupo que individualmente, poderiam colher coisas grandes. Está mais que comprovado agora. Eles tiveram valorização dentro do clube, alguns foram convocados, chegamos nas principais competições do ano.
Esse mérito do dia a dia eles conseguiram transcorrer para esses números. Equipe dedicada sem a bola, a ocupar bem os espaços. Equipe que quando tem a bola não abdica dela, sempre propõe o jogo e tenta o gol. Os próprios garotos conseguiram esses números expressivos ao longo do ano.
Como equilibrar a necessidade de formar esses meninos e conseguir resultados? O que mais pesa na balança do sub-17?
Aqui no Vasco temos um lema que é formar vencendo. A gente acredita que com essa nova maneira de jogar, esse estilo de jogo, de valorizar a posse de bola, ter jogadores mais técnicos nas equipes. A gente aposta na maneira de jogar, no modelo, e o resultado é consequência.
Nas idades abaixo de 17 anos o mais importante é formar o atleta como um todo, fazer com que chegue bem no sub-20, no profissional. Os resultados são consequência de um bom trabalho.
O Riquelme é um dos meninos mais conhecidos desse grupo e, recentemente, passou por um momento de indefinição até assinar o contrato profissional. Como você lidou com esta situação?
- Esse caso foi uma grata surpresa. Pela relação que a gente tem, o Riquelme em nenhum momento abdicou de intensidade de treinamento, de jogo. Em nenhum momento pensou mais nele do que no grupo. Se pôs à disposição para que se resolvesse da melhor forma possível. E foi resolvido. Isso é bom para todo mundo.
Quais foram suas influências para montar a equipe desta maneira ofensiva?
- A gente se baseou num time que propusesse o jogo, tivesse boa posse de bola, bom comando das ações. A gente tem boas influências fora do país, mas aqui também temos coisas legais. Temos que valorizar o futebol brasileiro, a parte técnica do jogo. Durante muito tempo importamos muita coisa da Europa, mas sem se preocupar com o que vinhamos fazendo aqui.
Isso é nossa raiz. Futebol técnico , bem jogado, com talentos individuais para drible, para buscar o gol. E que esses talentos possam ter organização em campo sem a bola, possam ter ocupação de espaço ideal para que eles possam render da melhor maneira possivel e também ter resultado para a equipe.
Isso foi fundamental, os pilares foram essas ideias. Valorizar a posse de bola, ter jogo efetivo perto do gol do adversário e sem a bola ocupar bem os espaços, trabalhar em grupo.
Boa parte desses meninos irá para a Copa São Paulo de Juniores em 2019. Acredita que já podem fazer uma campanha forte ou será mais uma forma de ganhar experiência?
- A gente está focado em terminar bem o ano, fazer boa transição para a categoria de juniores. O professor Marcos Valadares (técnico do sub-20) vai recebê-los de portas abertas. Temos bons atletas sub-20 no grupo do Vasco. Acho que só reforça. Para um Vasco forte, unir as geraçõpes é muito importante. Acho que chegam para dar suporte bom, mas cada um vai conquistar seu espaço na hora certa com muito trabalho e muito sacrifício.
Provável escalação do Vasco para o jogo contra o Palmeiras: Lucão, Nathan, Germano, Menezes e Riquelme; Bruno, Juninho e Gabriel Pec; Vinícius, Talles e Michael.
Fonte: GloboEsporte.com