Campello defende que árbitro de vídeo seja implantado com calma, pago pela CBF, e ironiza o Internacional
Segunda-feira, 05/11/2018 - 19:53
A diretoria do Internacional levará à CBF um pedido pelo árbitro de vídeo já neste Brasileiro assinado por 19 clubes da Série A -alegou que só o Vasco não referendou o documento. Há um apoio da maioria dos times com a ressalva de que a CBF deveria custear. Mas o Atlético-PR e o Atlético-MG também negaram ter apoiado a requisição de VAR nos termos feitos pelo clube gaúcho, e o Vasco se irritou. Além disso, o departamento de arbitragem da CBF já tinha informado que não poderia implantar neste ano.
Primeiro, é preciso lembrar que o VAR foi reprovado pelo Conselho Arbitral da Série A que decidiu não usa-lo em um turno do Brasileiro-2018 com custos bancados pelos clubes como proposto pela CBF. Teoricamente, é no conselho que se decide as regras para a competição. Mas dirigentes do Inter vão almoçar, nesta terça-feira, com a cúpula da CBF para requisitar a tecnologia agora.
Entre os clubes ouvidos pelo blog, São Paulo, Flamengo, Cruzeiro, Corinthians e Fluminense confirmaram apoio ao pedido do Inter pelo VAR, mas houve ressalvas de alguns como o Corinthians e Fluminense de que a CBF deveria pagar por isso. Outros seis times tinham votado em favor do árbitro de vídeo quando a medida foi reprovada.
''Não falaram conosco. Apoiamos o VAR, mas não com esse custo de R$ 55 mil por jogo da CBF'', disse o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR, Mauro Celso Petraglia. ''A gente não leva a sério o Internacional. O Inter é corporativista e só leva pautas quando interessa aos gaúchos.''
O dirigente ficou irritado com o erro de arbitragem em favor do Inter no jogo contra o Atlético-PR, no Beira-Rio, quando foi marcado pênalti inexistente em Rossi nos acréscimos em jogo do Brasileiro. ''Nem adianta reclamar porque é uma quadrilha'', atacou.
A diretoria do Atlético-MG também negou que vá apoiar a proposta do Internacional pelo VAR nos termos colocados no documento. A posição do clube é de apoio ao árbitro de vídeo desde que os custos sejam reavaliados e não pesem sobre os clubes.
''Foi votado que não haveria o VAR em 2018. Há um problema jurídico. Todos os clubes teriam que aprovar. Ainda mais tem custos, etc. Quais custos serão distribuídos, a responsabilidade? A minha posição que externei para o Sérgio (Sette Câmara, presidente do Galo), e ele disse que eu falaria sobre o assunto. A gente não aprovaria nessas condições que foram refletidas pelo Inter não'', contou o vice-presidente do Atlético-MG, Lazaro Cunha.
O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, que tinha votado contra o VAR, afirmou ter assinado o documento do Inter em favor da tecnologia. Ele, no entanto, ressaltou que não mudou de posição: defende que clubes não têm que pagar pelos custos e que as regras têm que ser mais claras. Pela assessoria, a diretoria do Fluminense informou que aceita com a CBF bancando os custos.
A diretoria do Vasco ficou revoltada com a declaração do vice-presidente de Futebol do Inter, Roberto Mello, que disse que só o clube carioca não tinha assinado. Isso porque os cartolas vascaínos já sabiam que outros times não tinham apoiado o documento. Por meio da assessoria, o presidente vascaíno, Alexandre Campello, defendeu que seja implantado com calma, com custos pagos pela CBF e ironizou o Internacional.
''O Vasco é a favor de tudo que venha para tornar o futebol mais justo e melhorar a experiência para os torcedores, mas, por princípio, reafirma sua posição de que os clubes não devam arcar com os custos do VAR. Além disso, os critérios técnicos sobre sua utilização também não estão claros. A implementação do VAR de forma abrupta resultou em notórios problemas na Copa do Brasil e na Taça Libertadores, gerando mais controvérsias do que propriamente solucionando as dúvidas da arbitragem em lances capitais de partidas decisivas. O VAR tem que sair a partir de discussão e um consenso entre todos os clubes, e não a partir de uma choradeira seletiva'', disse Campello, por meio da assessoria.
Fonte: Blog do Rodrigo Mattos - UOL