Toda torcida tem um jogador favorito para odiar. A do Vasco ama vaiar Fabrício e até criou um cântico para pedir a saída do jogador de campo. Mas os números da equipe com e sem o jogador revelam que o cristo da vez interfere pouco nos resultados, tanto para o bem, quanto para o mal. Fica sob os ombros do técnico Alberto Valentim o fardo de bancar um jogador tão mal quisto pelos torcedores.
Talvez o melhor termômetro para mostrar como Fabrício afeta pouco a qualidade do jogo do Vasco seja os percentuais de posse de bola do time de São Januário. Desde que virou titular com Valentim, no clássico do returno contra o Flamengo, ele foi substituído em seis partidas. A média de posse da equipe com o camisa 6 é de 47%. Depois que é sacado, ela praticamente não muda: vai para 48%.
Na partida contra o Fluminense, o gol da partida joga contra a presença de Fabrício entre os titulares. Afinal, numa das primeiras jogadas de Thiago Galhardo, que entrou em seu lugar, ocorreu o pênalti que Maxi López converteu para garantir a vitória. Na verdade, esse critério é o que mais prejudica o jogador. Quando ele está em campo, o Vasco faz um gol a cada 115 minutos. Depois que é substituído, essa relação cai para um gol a cada 41 minutos.
Entretanto, pesa a favor de Fabrício o fato de que 35% dos 37 gols do Vasco ocorreram nos últimos 15 minutos dos jogos neste Brasileiro — só 18% saíram nos 15 minutos iniciais. Isso levando em consideração também o período em que sequer era relacionado. Ou seja: o time marca mais gols no fim das partidas, com ou sem o vilão da vez em campo.
Com ele, mais pontos
Além disso, outro número pesa a favor do curinga: o aproveitamento de pontos da equipe na Série A com ele é de 43,3%. Sem Fabrício, ele cai para 37,8%.
Para a partida contra o Grêmio, domingo, em Porto Alegre, Alberto Valentim terá tempo de sobra para preparar o esquema ideal. Fabrício deverá fazer parte dele. Afinal, um dos pontos que pesam a favor do jogador na avaliação do técnico é a sua capacidade de recompor na marcação, algo que nenhum meia no elenco do Vasco é capaz de fazer. Na Arena, diante do atual campeão da Libertadores, não será surpresa se o time carioca der um passo para trás e jogar mais recuado do que nas partidas contra Internacional e Fluminense.
Fonte: Extra Online