Alan Belaciano nega que tenha coagido sócios a darem depoimento em ação que pede anulação da eleição
Quarta-feira, 31/10/2018 - 17:34
Exatamente uma semana depois da última decisão judicial referente às eleições do Vasco, um dos personagens principais do imbróglio político se defende. Alan Belaciano foi citado na decisão da desembargadora Márcia Alvarenga de derrubar a liminar que marcava uma nova eleição no clube. Ao justificar sua decisão, a magistrada destacou os depoimentos dos sócios Ricardo Silva de Souza e Rodrigo Pereira da Silva, que declararam em cartório que foram pressionados pelo advogado da Sempre Vasco para darem os depoimentos que foram usados na investigação da denúncia de fraude na eleição vascaína.

Autor da ação que tenta anular o pleito de 2017 e deixar a atual diretoria na interinidade, Belaciano afirmou que não levou à força os associados para a Delegacia de Defraudações, onde ajudaram na conclusão de fraude por parte da polícia. Segundo ele, os dois levaram essa versão para o cartório depois que foram pressionados por integrantes da diretoria na gestão Eurico Miranda. Um deles é filho do porteiro do edifício onde Nilson Gonçalves, ex-diretor da base, mora em Copacabana, e passou a temer represálias contra o pai, incluindo a perda do emprego.

No depoimento que deram à polícia inclusive, ainda em novembro do ano passado, eles citaram Nilson Gonçalves como o responsável pelas carteiras de sócio que usaram para votar na eleição do Vasco, mesmo sem nunca terem pago mensalidades. Essa versão foi desmentida em cartório e Alan Belaciano tentará provar à desembargadora que a verdade é o que chegou até a polícia.

- Achei completamente natural que a desembargadora me citasse. Quem recorreu anexou esses depoimentos no recurso e tentarei provar à Justiça que eles estão mentindo. A ação crimonosa desse grupo teve êxito, com a suspensão da decisão em primero grau - afirmou.

Belaciano usará como prova mensagens trocadas por whatsapp. Nos áudios que o advogado atribui aos sócios, eles reclamam ao saberem que foram identificados pela diretoria do Vasco na época e que estavam recebendo ligações depois disso. Nas gravações, um dos associados demonstra receio de sofrer represálias.

"Isso vai dar problema para mim, tem meu pai envolvido nisso, meu tio, não é apenas eu. Se fosse, estava tranquilo", afirma a voz em uma das gravações.

Além de tentar se defender para a desembargadora Márcia Alvarenga, o advogado da Sempre Vasco afirmou que buscará um efeito suspensivo em cima da decisão da magistrada. Apesar do parecer desfavorável, ele diz seguir otimisma quanto à realização de uma nova eleição em São Januário.

- Não tenho dúvida de que vou conseguir provar, com os áudios, que eles mudaram a versão sob pressão e medo. Mas isso é apenas uma prova da fraude. Tem o inquérito policial, tem o fato de o Vasco não negar em momento algum que não houve fraude, tem o fato de o Vasco não oferecer nenhuma prova de que esses sócios estavam corretos. O processo é tomado em torno de um conjunto. não é apenas uma prova. Vamos esclarecer esses pontos e seguir em frente.



Fonte: O Globo Online