A última eleição do Vasco foi anulada pela Justiça, e outro pleito está marcado para dezembro. E o que acontece com o clube até lá? Diversas questões surgiram após a decisão da juíza Gloria Heloiza Lima da Silva, e o GloboEsporte.com tenta respondê-las abaixo:
A decisão da Justiça é definitiva?
Não. A juíza deferiu o pedido de tutela de urgência interposto pelo advogado Alan Belaciano. Isso significa que o mérito ainda não foi julgado em definitivo. Naturalmente, a atual diretoria do Vasco pode recorrer da decisão, o que será feito.
Qual o argumento da atual diretoria?
Nesta semana, o departamento jurídico do Vasco entrou com pedido para se tornar parte do processo. Um dos documentos incluídos na petição é o da ata da eleição na Lagoa, que teve Campello como vencedor. Nela, há a inclusão de apenas duas chapas, sem a presença de Fernando Horta.
No pedido inicial de anulação, Belaciano pede que os conselheiros eleitos por Eurico sejam desconsiderados e substituídos pelos de Horta. Na visão da atual diretoria, porém, Horta retirou sua candidatura - eles se apoiam na ata, assinada por Brant, para justificar tal posicionamento.
Sendo confirmada a decisão, quando será a nova eleição? Como será realizada?
As datas foram marcadas na decisão judicial: em 8 de dezembro, os sócios escolherão as chapas vencedoras, que indicarão seus nomes para a formação do Conselho Deliberativo (a primeira colocada tem direito a 120, e a segunda, 30).
Em 17 de dezembro, os conselheiros (150 eleitos e 150 natos) se reúnem para decidir o presidente do Vasco.
Eurico está impedido de se candidatar?
Em sua decisão, a juíza determina que estão "inaptos para votar e serem votados todos os subscritores da Chapa Azul (encabeçada por Eurico Miranda), destinatária direta das fraudes praticadas, bem assim todos os 'associados' envolvidos com as fraudes já mencionadas".
Entretanto, o texto dá margem a duas interpretações: no ato de inscrição da chapa, há três subscritores: Fernando Lima, Denis Carrega Dias e João Nóbrega. Em tese, são eles os impedidos de participar da próxima eleição.
Outra interpretação dá conta de que os 150 nomes indicados pela Chapa Azul são os inaptos. Muitos, porém, são membros natos do Conselho Deliberativo do Vasco. Entre eles, Eurico Miranda, que, desta forma, poderia concorrer na segunda fase da eleição, quando os conselheiros eleitos se juntam aos natos para decidir o presidente do clube.
Por conta disso, os autores da ação vão pedir um embargo de declaração para ficar claro que Eurico não pode ser candidato.
De qualquer forma, uma candidatura de Eurico seria extremamente improvável, devido ao delicado estado de saúde em que ele se encontra.
Quem vai comandar o clube até a próxima eleição?
Alexandre Campello seguirá como presidente provisório até a eleição, de acordo com a decisão judicial.
Campello terá alguma limitação administrativa?
A decisão fala da "necessidade de garantir a segurança jurídica dos atos jurídicos já praticados, que poderão ser ratificados ou não após a posse dos novos eleitos". Ou seja, os atos já praticados por Campello podem não ser ratificados após a posse dos novos eleitos. Isso põe em dúvida até que ponto o atual presidente poderá tomar decisões, como contratação ou renovação de jogadores, por exemplo.
O empréstimo vai sair?
Aprovado recentemente pelo Conselho Deliberativo, o empréstimo de R$ 31 milhões está travado. Isso porque, segundo o presidente Alexandre Campello afirmou na reunião do Conselho Deliberativo, o clube perdeu a garantia dos direitos de transmissão.
Fonte: GloboEsporte.com