Análise do Itaú BBA detalha situação do Vasco e aponta fluxo de caixa como 'muito difícil de ser fechado'
O Vasco é um dos clubes em situação "bem difícil", de acordo com o estudo do Itaú BBA que analisa as finanças dos 27 principais clubes brasileiros. O relatório aponta uma estabilidade nos custos do futebol nos últimos três anos, mas critica a "qualidade ruim das informações" prestadas pelo clube em seus balanços.
De acordo com o estudo, o fluxo de caixa do clube é "muito difícil de ser fechado" por conta do problema com as informações, além de "inúmeros ajustes, reclassificações, ressalvas". Por isso, concluem os analistas do Itaú BBA, é possível "apenas ter uma ideia" da real situação do Vasco.
Diz o relatório do Itaú BBA: "A auditoria encontrou tantos problemas nas informações prestadas pelo clube que se absteve de dar parecer. Isto é uma forte indicação do tamanho do problema que o clube enfrenta".
O estudo reforça:
"A dívida total cresceu, impulsionada pelo aumento das dívidas bancárias e operacionais".
Segundo o relatório do Itaú BBA, só as dívidas bancárias cresceram R$ 24 milhões no ano passado. A dívida total do clube fechou 2017 estimada em R$ 511 milhões, sendo R$ 224 milhões em impostos.
Houve estabilidade dos custos do futebol: o departamento gastou R$ 92 milhões em 2015, R$ 104 milhões em 2016 e R$ 103 milhões em 2017. "Ajuste feito dentro do possível", afirma a análise. Mas, por outro lado, o relatório aponta que "são dois anos seguidos de desempenho muito fraco em termos de geração de caixa recorrente". Em 2017, o Vasco teve receitas de R$ 176 milhões, geração de caixa em R$ 13 milhões e R$ 103 milhões de custo do futebol.
"Mesmo com venda de atletas, o clube precisou de bancos e financiamentos operacionais para honrar seus compromissos [...] para os próximos anos há uma série de dificuldades adicionais, que vão pressionar ainda mais o fluxo de caixa"
O estudo da situação financeira dos clubes nacionais divulgado ano a ano pelos analistas do Itaú BBA abre sua avaliação relativa a 2017 alertando que se repete um ciclo de "mais dinheiro, mais gastos, nenhuma preocupação com o futuro". O relatório deste ano, divulgado com exclusividade pelo Globoesporte.com, diz que "seguimos esta jornada nos repetindo e andando em círculos".
De modo geral, a análise chama atenção para o fato de "despesas e custos continuarem crescendo e ocupando o salto de receitas", ao passo que "investimentos gerais não mudaram muito, nem as dívidas. E lembra: "O Profut começará a vencer, as regras de distribuição de direitos de TV mudarão, e isso vai pressionar o fluxo de caixa dos clubes em 2019".
Fonte: GloboEsporte.com