Alberto Valentim fala sobre a chegada ao Vasco e projeta estreia contra o Atlético-PR
O mineiro Alberto Valentim, de 43 anos, foi o escolhido para substituir Jorginho e dirigir o Vasco da Gama no decorrer da temporada. Vencedor do Campeonato Carioca de 2018 no comando do Botafogo, o profissional assinou contrato até o final do ano que vem e chega com a missão de recolocar o Gigante da Colina nos trilhos, fazendo assim com que o clube honre suas tradições dentro do cenário nacional.
Com passagem por clubes de tradição nos tempos de jogador, casos de Atlético (PR), Cruzeiro, Flamengo, Guarani e São Paulo, o profissional iniciou sua trajetória fora dos gramados como auxiliar no Furacão, em 2012, após realizar estágios em três equipes italianas: Udinese, Juventus e Roma. Exerceu a mesma função no Palmeiras, entre os anos de 2014 e 2016. Como treinador, além do Botafogo, também comandou o Red Bull Brasil (SP) e o próprio Palmeiras.
Alberto Valentim concedeu entrevista exclusiva ao Site Oficial na manhã desta terça-feira (28/08), poucas horas após desembarcar em Curitiba junto do auxiliar Fernando Miranda, do preparador físico Ricardo Henriques, do treinador de goleiros Danilo Minutti e do analista de desempenho Gabriel Oliveira. Na ocasião, o novo comandante classificou a oportunidade de dirigir o Gigante da Colina como a mais importante de sua carreira.
Confira o bate-papo exclusivo com o técnico Alberto Valentim:
Site Oficial: O Vasco da Gama possui uma das maiores torcidas do Brasil e uma história que fala por si só. É claro que você já trabalhou em outras equipes grandes, casos de Palmeiras e Botafogo, mas podemos dizer que esse é o maior desafio da sua carreira?
Alberto Valentim: "Estou muito contente por ter fechado minha vinda para cá. Fiquei muito feliz quando acertei tudo com o Alexandre Faria (diretor executivo de futebol). Vou falar algumas coisas que todo mundo já sabe, mas o Vasco é um clube gigantesco, com uma torcida enorme, então é um desafio muito importante da minha carreira. Vou aproveitar e procurar agarrá-lo da melhor maneira possível. Venho com muita vontade de fazer um grande ano. Temos jogos suficientes para melhorar muito a nossa classificação dentro do Brasileirão".
SO: Na atual temporada, por diversas vezes, você teve a chance de enfrentar o Vasco quando estava no comando do Botafogo. É lógico que você irá conhecer o grupo mais profundamente com um tempo, no decorrer do trabalho, mas qual impressão você tem dele?
AV: "Vejo o Vasco com um elenco forte e diversos valores individuais. Eu pude acompanhar mais de perto esses últimos três jogos e vi um trabalho muito bom do Valdir. Agora é acelerar bastante esse processo de conhecimento do grupo, até mesmo para que os jogadores assimilem rapidamente a minha forma de trabalhar. O Campeonato Brasileiro exige isso e precisamos correr contra o tempo, pois os jogos são disputados de forma consecutiva, uma partida atrás da outra. Só teremos semana cheia para trabalhar mais lá na frente, então dentro do curto tempo para treinamento, iremos procurar acelerar esse processo de conhecimento"
SO: Observando sua biografia e dando uma breve analisada em seus primeiros trabalhos como treinador, percebemos que você carrega muito da escola italiana de futebol, que valoriza o sistema defensivo. É por aí mesmo? Como o Alberto Valentim se apresenta como treinador para os vascaínos? Quais são as suas referências na profissão?
AV: "Eu joguei muitos anos fora, também tive a chance de estudar por dois anos na Europa, e falo sempre que não posso deixar de aproveitar essa vivência que tive. Brasil e Itália somam juntos nove títulos mundiais. O que procuro fazer é unir essas duas escolas riquissímas. A organização tática da Itália, os conceitos que aprendi lá, com o talento e qualidade dos jogadores brasileiros, sem esquecer também nossa parte tática, pois ela evoluiu muito nos últimos anos. Os atletas hoje estão mais preparados para exercer a função que os treinadores pedem. Tenho uma ótima referência, falando só do exterior, que é o Luciano Spalletti (treinador da Internazionale), com que tive a chance de estar no ano passado. Fiquei alguns dias com ele na Itália. Gosto muito também do Maurizio Sarri (treinador do Chelsea) e do Antonio Conte, que foi meu treinador. O torcedor vai me conhecer com um tempo, mas sou um treinador que procura ser parceiro dos jogadores, fui assim nos clubes que passei. Sou um cara muito exigente e que cobra seriedade na hora do trabalho. Acredito muito no treinamento e por isso mudei de lado. O treinamento é muito rico, então antes de pensar em jogar, precisamos treinar muito forte e procurar evoluir nos aspectos individuais e coletivos".
SO: Sua estreia pelo Vasco será diante de uma equipe que você conhece muito bem. Além de ter defendido o Atlético Paranaense nos tempos de jogador, você iniciou sua carreira fora dos gramados dentro do Furacão. Imaginamos também que estás acompanhando o desempenho do clube paranaense na temporada. Diante de tudo isso, o que esperar dessa partida na Arena da Baixada?
AV: "Tenho um grande carinho pela cidade de Curitiba, mais ainda pelo Atlético. Foi aqui onde comecei minha trajetória fora dos gramados e onde tive muito sucesso nos tempos de jogador. Estamos buscando o máximo de informações sobre a forma de jogar do Atlético. Vou conversar bastante com o Valdir também antes de traçar a melhor estratégia para esse jogo. A Arena da Baixada é um Caldeirão e a ideia do clube sempre foi de pressionar nos primeiros minutos para construir uma vantagem. Temos que estar muito atentos no começo da partida. Iremos procurar passar para os jogadores tudo aquilo que o time tem de lado positivo ou negativo para irmos muitos fortes. Um resultado de vitória seria muito importante para as nossas pretensões".
Fonte: Site oficial do Vasco