Escola de samba Gigante da Colina, de Brasília, não desfila há 4 anos
Domingo, 29/07/2018 - 02:18
Uma escola de samba em homenagem ao Vasco e que - tal qual o clube - teve de superar adversidades e preconceitos para seguir em frente. Após se estabelecer no carnaval de Brasília, a "Gigante da Colina" vive mares turbulentos tal qual sua fonte de inspiração, que enfrenta o Corinthians, neste domingo, às 11h, no estádio Mané Garrincha (DF), pelo Campeonato Brasileiro.

Diferentemente do Cruzmaltino, a escola de samba não foi afetada por más administrações e, sim, por forças externas, mais especificamente do governo. Há quatro anos não ocorrem mais desfiles na Capital Federal.

Fundador da Gigante da Colina, o vascaíno Fabiano Duarte lamentou a situação.

"A bancada evangélica de Brasília acabou com o Carnaval", reclama ao UOL Esporte o presidente da escola, Fabiano Duarte, que chegava a guardar instrumentos em sua própria casa e fazia dezenas de sanduíches para menores de comunidades carentes que participavam das oficinas de percussão gratuitas dadas por ele.

A Gigante da Colina foi fundada em 2010 e iniciou no Grupo 3, chegando até a divisão de acesso. Ela tem como padrinho o ex-goleiro e ídolo do Vasco Carlos Germano e a cantora vascaína Fernanda Abreu.

Apesar da homenagem, o Vasco nunca deu grande apoio e a escola de samba teve que se virar como pôde para sobreviver. Diferentemente do cenário de Carnaval do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde pessoas pagam fortunas para desfilar, em Brasília e a realidade é outra, e muitas das vezes a agremiação precisou fazer parcerias com quadrilhas de festa junina fornecendo fantasias em troca de comparecimento às alas.

O fim dos desfiles na Capital Federal se deu pela suspensão dos repasses governamentais às escolas, fato que inviabilizou que elas se sustentassem sozinhas. Para sobreviver, muitas delas promovem eventos de samba individuais ao longo do ano.

Preconceito na fundação

As histórias de Vasco e Gigante da Colina se assemelham bastante em alguns pontos. Assim como o clube, que enfrentou o racismo por contar com jogadores negros em seu elenco na década de 20, a Gigante da Colina também teve de lutar contra o preconceito justamente por se associar a uma agremiação ligada ao futebol.

Se nos campos o Cruzmaltino se rebelou e foi para uma federação paralela até ser aceito novamente pela principal, na passarela o mesmo aconteceu, com a escola de samba indo para uma liga alternativa, até ser ver vista com bons olhos.





Fonte: UOL